AGENDA . f/est AMARANTE – FESTIVAL INTERNACIONAL DE FOTOGRAFIA . 2022

Em Amarante, de 27 a 29 de maio, exposições até 28 de agosto de 2022.

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Durante três dias, Amarante vai receber o f/est Amarante, o Festival Internacional de Fotografia que teve no ano de 2021 a sua edição zero sob o tema “Ver com olhos de ficar”.

Em 2022, o f/est Amarante volta às ruas de Amarante numa versão mais alargada e internacional.

O conceito mantém-se como sendo um festival de rua, que pretende refletir sobre o olhar. Não só através do sentido estético mas também sobre essa forma única de questionar o nosso mundo através da fotografia.

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2022 REFOTOGRAFAR

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A fotografia permite-nos ver além do primeiro olhar. É através da fotografia que relembramos momentos, recordamos histórias e tornamos a ver fragmentos da nossa vida.

Quando nos envolvemos no processo de contemplar uma fotografia, sujeitamo-nos a reconsiderar a nossa opinião. Pensamos novamente sobre as primeiras impressões suscitadas pela fotografia e analisamos as mesmas de forma ponderada.

A fotografia une passado, presente e futuro. É intemporal e, por isso, tem a capacidade de aproximar gerações, juntar desconhecidos e reunir amigos para um reencontro com a História.

A fotografia permite-nos exprimir e revelar pensamentos ao mesmo tempo que nos convida a uma meditação e a uma ponderação dos nossos atos. A fotografia é um estímulo catalisador que nos leva a emitir uma resposta perante aquilo que observamos.

A fotografia leva-nos até ao ponto de partida. Estende os nossos horizontes e permite-nos começar de novo. A fotografia é essencial. Reproduz imagens. Retrata momentos. Descreve com exatidão quando as palavras nos falham. Grava na nossa memória a exatidão do tempo.

A fotografia é e deixa-nos ser, por isso, o f/est Amarante convida-te a parar um momento e a olhar o (in)visível!

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FESTIVAL INTERNACIONAL DE FOTOGRAFIA DE AMARANTE

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E eis que os olhos reparam.

É preciso parar para ver. Já cá estamos, agora é ficar. Aprender a querer olhar. Deixar-se ficar e apreciar. Ver é uma arte. Há que explorá-la, absorvê-la, e, depois, partilhá-la. Os olhos fazem a festa.

Há um tempo para além de nós, um tempo que se vive em cada instante e todos os instantes juntos fazem uma vida. A nossa vida.

Dentro de uma fotografia cabe o mundo. E cabe cada um de nós. O que somos, o que fomos e o que queremos ser e viver.

Cada instante fotografado é um passaporte para a utopia. Aí, nesse momento eternizado, vive um espaço único, que se deixa questionar, refletir, olhar.

Assim queiram os nossos olhos perguntar.

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EXPOSIÇÕES

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Magnum Photos 75 Years

[‘The tank man’, Tiananmen Square, Beijing, China, 4th June 1989 © Stuart Franklin, Magnum Photos]

Este ano a Magnum Photos celebra o seu 75º aniversário. Durante 75 anos, através de uma diversidade de pontos de vista individuais, os fotógrafos Magnum têm expressado uma visão única do mundo que os rodeia. Qualquer que seja a força motriz das motivações do fotógrafo, as histórias sempre foram contadas e as visões sempre transmitidas, através da lente de expressão subjectiva, de dentro para fora.
Esta exposição vira a lente de forma a focar os fotógrafos Magnum e as suas histórias. Examina as formas como os fotógrafos, a agência, e o meio da fotografia documental, evoluíram ao longo do tempo. Fornece uma visão valiosa e fascinante do processo e do contexto histórico da realização de muitas das melhores fotografias dos séculos XX e XXI.

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Amarante: Cidade de Amarante (espaço público)

28.05 – 28.08.2022

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Paolo Pellegrin / As I Was Dying

[Moments after na Israeli air strike destroyed several buildings in Dahia, Beirut, August-2006 © Paolo-Pellegrin, Magnum-Photos]

Quando faço o meu trabalho e sou exposto ao sofrimento dos outros – sua perda ou, às vezes, sua morte – sinto que estou servindo de testemunha; esse é meu papel e responsabilidade, o de criar um registro para nossa memória coletiva. Parte disso, acredito, tem a ver com noções de responsabilidade. Talvez seja apenas no seu momento de sofrimento que essas pessoas serão notadas, e perceber isso apague a nossa desculpa de dizer um dia que não sabíamos.

Mas também sinto que é neste espaço tão delicado e frágil que envolve a morte, o espaço que às vezes tenho como privilégio e como fardo de entrar, que existe a possibilidade de um encontro com o outro de uma forma que vai além das palavras, cultura e diferenças. Trata-se de se expor, por um momento, diante do outro e diante do ato e do mistério de morrer. Nesse momento, sinto que estou a olhar para algo que não consigo ver completamente, mas que está a olhar para mim. É nessa troca que se encontra algo simultaneamente universal e profundamente íntimo; na morte do outro há uma perda que é de todos.

Paolo Pellegrin

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Amarante: Museu Municipal Amadeo Souza-Cardoso

28.05 – 28.08.2022

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Paulo Pimenta / As Bravas

Nas montanhas do Marão (re)encontramos as nossas ancestrais, mulheres que lutam e resistem. Sussurram memórias silenciadas e cantam para espantar a solidão dos dias. Guardiãs de lembranças de tempos duros e de pés descalços, de histórias e cantigas do passado mas com o futuro no olhar.

O manto que as envolve foi cosido de retalhos vivos dos caminhos que fazem parte do quotidiano e da sabedoria destas mulheres. Também ele foi crescendo, florescendo e secando ao longo do processo de criação.

Esta exposição é uma celebração destas Bravas, figuras mitológicas vivas, arquétipos da natureza na sua forma mais bela e mais crua.

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Amarante: Claustros do Mosteiro de São Gonçalo

27.05 – 03.07.2022

Sobre este projeto no FF (apresentação na FCG), aqui e aqui.

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Beatriz Chaves, Francesca Faulin, Pedro Malheiro, Maria João Salgado, Francisco Ascensão, Anja de Salles, Sandra Teixeira, Carlos Trancoso, Sandra Valle / Remapear as margens: hipsografia do centro

[Anja de Salles, Nascer]

Quando nos anos noventa se prognostica a morte da fotografia por parte de pensadores como Robins, Manovich ou Mitchell, ainda faltava muito tempo para vermos as mudanças nas gramáticas e conceitos, nas formas e nos fundos do meio, mas tudo indicava que haveria um novo paradigma que nos levaria a um exercício colectivo para repensarmos a fotografia. Começa devagar um período sem paralelo, porventura o mais importante da história da fotografia, no qual autores e autoras de todo o mundo iriam reagir perante o academismo estabelecido e, em consequência, reflectir para recomeçar os caminhos da imagem que estavam quase esgotados, para se distanciarem da ideia de captura e acumulação e se aprofundarem no conceito. Reutilizar imagens feitas e refotografar será, desde então, uma constante para resignificar a nossa visão e estada aqui.

No percurso pela antiga Fábrica do Matias criam-se através das diferentes propostas dos e das artistas, trânsitos entre o pessoal e o político, dificultando a distinção entre o que é estritamente um ou exclusivamente o outro. Isto lembra-nos a conhecida palavra de ordem «o pessoal é político», frase que se popularizou a partir do ano 70 depois da publicação do ensaio «The Personal Is Political», de Carol Hanisch, que, igual ao que acontece nesta exposição, procura destacar as conexões entre a experiência pessoal e as grandes estruturas sociais e políticas. Em suma, pelos discursos individuais que remapeiam as margens, chegamos a um discurso global que reequilibra e hipsografa um novo centro.

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Curadoria: Vítor Nieves. Produção: Instituto de Produção Cultural e Imagem (IPCI).

Amarante: Fábrica do Matias

27.05 – 03.07.2022

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EVENTOS

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Hugo Lima / Introdução à Fotografia

Amarante: Auditório da Escola Secundária de Amarante

27.05.2022

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Conversa / Fotografia e Alienação

A fotografia tem poder ou o poder da fotografia. Neste caso, focamos a atenção nas redes sociais, na importância da imagem e a alienação das imagens nos jovens. A conversa andará em torno da (in)capacidade de distinguir a qualidade da imagem, a sua veracidade, as fake news, na desvirtualização da realidade, e, claro, nos famosos algoritmos. Afinal, somos todos fotógrafos ou ninguém é fotógrafo? A técnica é importante? Vamos conversar para democratizar estas e outras questões.

Amarante: Claustros do Museu Municipal Amadeo Souza-Cardoso

28.05.2022

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Workshop / Leonel de Castro / Colódio Húmido 1851

Amarante: Edifício da Antiga Cadeia de Amarante

28.05.2022

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Workshop / Rita Carmo / Fotografia de Espetáculos

Amarante: Biblioteca Municipal Albano Sardoeira

28.05.2022

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Ivan da Silva / Oficina de Jogos Visuais / Atividade para crianças

Amarante: Casa da Juventude de Amarante

28.05 e 29.05.2022

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Luís Duarte / Wonder Box e Afghan Box: À La Minute / Fotografia de rua

Amarante: Mosteiro de São Gonçalo

28.05 e 29.05.2022

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Conversa / Fotografia e Conflito

Com: Violeta Moura, fotojornalista – Ricardo Alexandre, jornalista – Carolina Pereira, ativista – Ângela Maia, psicóloga

A fotografia tem poder ou o poder da fotografia. Neste caso, focamos a atenção nas redes sociais, na importância da imagem e a alienação das imagens nos jovens. A conversa andará em torno da (in)capacidade de distinguir a qualidade da imagem, a sua veracidade, as fake news, na desvirtualização da realidade, e, claro, nos famosos algoritmos. Afinal, somos todos fotógrafos ou ninguém é fotógrafo? A técnica é importante? Vamos conversar para democratizar estas e outras questões.

Amarante: Claustros do Museu Municipal Amadeo Souza-Cardoso

29.05.2022

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Conferência / Agata Kay

[Bieke Depoorter / Magnum Photos, Agata Kay]

Agata Kay é uma bailarina treinada e uma intérprete de teatro físico. Estudou teologia e filosofia no King’s College em Londres, bem como história da arte na The New School em Nova Iorque. Entre 2015 e 2018, encenou mais de 40 espectáculos únicos de guerrilha em espaços subterrâneos em Londres, Paris, Berlim e Lyon, a solo ou com um colectivo de arrastamento, House of Health, que co-fundou.

Fez uma pausa na sua prática de actuação depois de a ter reconhecido como demasiado destrutiva e violenta. É protagonista de um documentário de ficção Trip de Leslie Lynch e Geoffrey Cochard que explora a cena de festas queer parisiense. Agata colaborou com muitos fotógrafos, mas mais extensivamente com Bieke Depoorter, contribuindo com uma grande parte dos seus escritos para o projecto.

Em Outubro de 2017, Bieke Depoorter conheceu Agata Kay num clube de strip em Paris. Ao descrever o seu projecto, Agata, Depoorter disse que ela e Agata mergulharam profundamente numa colaboração, criando um pequeno universo alternativo que lhes serviu de contentor para explorar questões que cada uma tinha relativamente à identidade, desempenho e representação. Quem foi o verdadeiro autor destas imagens? Quem era o verdadeiro sujeito? Quem era Agata? Este projecto é simultaneamente uma história de uma jovem mulher em busca da sua identidade e a história do Depoorter a experimentar a fragilidade da autoria fotográfica.

Acima de tudo, é o produto do fotógrafo e do sujeito a concordar conscientemente em “usar um ao outro”. Agata, o livro, entrelaça narrativas, que são enfiadas através de uma combinação de imagens, cartas e notas, mas o que define o diálogo entre Agat Kay e Bieke Depoorter é o reflexo sempre presente da auto-consciencialização e da auto-reflexão. O conteúdo é disposto cronologicamente e o livro é construído como uma dobra francesa, com perfurações nas margens das páginas dobradas. Isto proporciona ao leitor a escolha de abrir ou não as páginas e ver uma história que está escondida, que através da contribuição de Kays se expande e questiona a narrativa Depoorter originalmente destinada a apresentar.

O resultado é um projecto que nunca aterra em qualquer tipo de verdade conclusiva, destacando em vez disso a natureza escorregadia da verdade em situações em que o poder, a responsabilidade e o controlo se encontram num estado de constante fluxo.

Amarante: Museu Municipal Amadeo Souza-Cardoso

29.05.2022

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Mais informação aqui.

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