MARIA JOÃO VALE, ONZE AZUIS

Dia Internacional da Mulher (8 de março).

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“Onze Azuis”, de Maria João Vale integra o Projeto Realidades Encontradas | Realidades Sonhadas, com curadoria de Carlos Carvalho, que esteve em exposição em Lisboa, na Galeria de Arte Graça, de 25 de janeiro a 5 de fevereiro de 2023.

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Sobre a série, escreve a autora:

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A representação do tema Realidades Encontradas | Realidades Sonhadas #1, tem como subtítulo “Onze Azuis” e é apresentada através de um conjunto de imagens em tons de azul simbolizando o que muitos autores referem como a mais bela das cores  (1).

Este projeto teve também por inspiração o azul internacional da patente do Yves Klein (IKB) e o livro Azul, numa das suas citações, “azul a cor do amor da melancolia e do sonho”.

Procurei locais e espaços, dia e noite, que tivessem elementos e cores em tons de azul, fundamentais para as imagens que queria mostrar e simultaneamente fazer a ligação ao tema.

Procurei nas fotografias que mostro uma interiorização que fosse uma realidade, mas ao mesmo tempo que fosse um sonho, que me tocasse e me espantasse, imerso num olhar subaquático, abstrato, geométrico, criando fotografias reais mas sem uma leitura imediata, nalgumas, do que realmente são. 

Podia deixar que as palavras me levassem à fotografia ou também que as fotografias me levassem às palavras, à realidade, ao sonho, ou ao encontro de ambas.   

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1 Azul, História de uma cor de Michael Pastoureau

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Janeiro 2023

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Sobre o projecto, escreve o curador:

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Maria João Vale, Onze Azuis

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A série “Onze Azuis” de Maria João Vale, integrou o Projeto Realidades Encontradas | Realidades Sonhadas (parte #1), com curadoria de Carlos Carvalho, que esteve em exposição em Lisboa, na Galeria de Arte Graça, na R. da Graça, 27 – 29, de 25 de janeiro a 5 de fevereiro de 2023.

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Maria João Vale (Lisboa,1956)

Licenciatura em Educação Física e Desporto, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – 1998, Professora aposentada do Agrupamento de Escolas Patrício Prazeres – 2013

2019 a 2022 – Curso Imagens com Ideias Dentro, Xuventude da Galiza, Centro Galego de Lisboa

2018 – Workshop – Fotografia de Viagem, Museu do Oriente, Lisboa

2018 – Certificado de frequência do Curso “Projeto Artístico em Fotografia” na Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa

Exposições individuais e coletivas

Desde 2015 que participo em diversas exposições individuais e coletivas de fotografia

Publicações

Transversalidades 2022 Fotografia sem Fronteiras, Guarda: Centro de Estudos Ibéricos; Olhar Cassiano Concurso de Fotografia (2021); Transversalidades 2020 Fotografia sem Fronteiras, Guarda: Centro de Estudos Ibéricos; Transversalidades 2019 Fotografia sem Fronteiras, autor Guarda: Centro de Estudos Ibéricos; Transversalidades 2018 Fotografia sem Fronteiras, Centro de Estudos Ibéricos

Abordagem artística

A fotografia é uma arte fascinante, hoje considerada e usada por um grande número de pessoas. O leque de máquinas fotográficas, os telemóveis e as respetivas tecnologias vieram facilitar o ato fotográfico, nunca houve um período tão rico na “História da Fotografia” como a do nosso século, podemos fazer tudo, descobrir novos caminhos que a fotografia pode ter, diria, um ato que não tem limites. 

A fotografia tem a particularidade de registar e fixar os momentos como mais nenhuma arte consegue.

A diversidade de temas possíveis de fotografar são hoje um acrescido interesse ao nosso olhar que deve estar atento e observador a tudo.

As propostas fotográficas que apresento são em parte nesta linha de interesses e temas variados.

Como diz Cartier-Bresson – na célebre e repetida frase do século XX “fotografar é colocar na mesma linha, a cabeça, o olho e o coração”.

Este exercício triangular do olhar – ver – selecionar a partir do óculo da câmara fotográfica, do telemóvel e colocar no écran aquilo que consideramos fundamental e importante mostrar na imagem.

As imagens rodeiam-nos, muitas as vezes temos tudo ao pé de nós, necessitamos apenas de nos posicionarmos, deslocarmos, mais longe, mais perto, mais alto ou mais em baixo, para conseguirmos captar boas fotografias, são momentos únicos, que não se repetem, os diferentes tons da luz do dia, da noite, das estações do ano, dos locais por onde passamos e que filtramos que nos dão a ver as imagens.

Outras vezes passamos por locais e não conseguimos fotografar ou por estarem longe, ou porque não conseguimos parar para registar o ato fotográfico, mas mesmo assim, penso, que fica registado na nossa memória fotográfica, para num outro momento surgir essa imagem e fotografar. 

São as povoações, as cidades, os países, as pessoas, o mar, o céu, as paisagens, as sombras, os reflexos, a arquitetura, o novo, o antigo, as portas, as janelas, a abstração, o desporto, a arte urbana, o quotidiano, o que nos rodeia, entre muitíssimos outros temas. É nesta harmonia e diversidade de temas que nos leva a ter a capacidade de fotografar e desafiar o lado estético das “coisas”.

Ao terminar faço a reflexão sobre as palavras de dois fotógrafos:

“Estou sempre a experimentar, a trabalhar, e isso dá-me prazer. Um fotógrafo nunca se reforma”. Albert Watson

“Não fazemos uma foto apenas com uma câmara; ao ato de fotografar trazemos todos os livros que lemos, os filmes que vimos, a música que ouvimos, as pessoas que amamos”. Ansel Adams

É nestas linhas de pensamento que o meu trabalho fotográfico se desenvolve, experimentando e criando no domínio das minhas pesquisas pessoais.

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Cortesia da autora.

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