SUSANA PAIVA, DIÁLOGOS PARA OLGA (A PARTIR DE “TERRA”), 2015

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Susana Paiva, Diálogos para Olga (a partir de “Terra”), 2015

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Sobre esta série, escreve Susana Paiva:

Soterrada, imersa num fino manto de terra, olho todos os corpos que me escapam, que insistem em comigo não cooperar na construção de uma imagem inequívoca de dança.

No Palácio Pancas Palha, a duas semanas da estreia do espectáculo “Terra” pela Companhia Olga Roriz, insisto no impossível – fotografar mais do que espaço e tempo, fotografar mais do que corpo e movimento, fotografar a própria dança, na sua essência. São infindáveis horas de frustração mas também de descoberta de físicalidades prodigiosas, de memórias de corpos transnaturais – metamorfoseados nas mais improváveis figuras humanas.

Há uma dimensão quase mágica na experiência de ali estar, rente a todos aqueles corpos que se distinguem, nas suas possibilidades e capacidades, tão claramente do meu. E, no final, a fotografia como pretexto –  aquele artifício entre técnica e linguagem, que abre a porta e me convida a entrar.

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Esta série constituiu a exposição “Diálogos para Olga”, apresentado de 13 a 29 de março de 2015, no Bar RE.AL, no âmbito do Cumplicidades – Festival Internacional de Dança Contemporânea de Lisboa (pode ver aqui).

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Susana Paiva nasceu em Moçambique, em 1970. Sobre si, diz:

Fotógrafa. Tornou-se fotógrafa ao longo das duas últimas décadas, anos cheios de aprendizagens e dúvidas.

Construiu a sua singularidade através de constante pesquisa e experimentação, descobrindo o seu ritmo, a sua zona de conforto e os seus conceitos de eleição.

Hoje sabe que é uma fotógrafa lenta que requer tempo para a contemplação e para a instalação num determinado espaço ou interação com um determinado sujeito.

Descobriu que é uma fotógrafa tangencial, que necessita estar perto, para mover e ser movida e partilhar generosamente os seus projetos fotográficos e ideais.

Compreende agora que é propulsionada por uma imensa necessidade de transfigurar a realidade e navegar na poética dos fragmentos da vida cotidiana, e que a fotografia se tornou a sua primeira linguagem, substituindo gradualmente a palavra primordial na sua interação com o mundo.

Hoje sabe que só quando compartilha as imagens que cria fica preenchida não apenas como profissional mas, mais importante do que isso, como ser humano.

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Pode conhecer melhor a obra de Susana Paiva no Fascínio da Fotografia aqui, no site da autora, aqui.

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