RENATO MONTEIRO, METAMORFOSE. METAMORPHOSIS, 1998
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Renato Monteiro
Metamorfose. Metamorphosis
Fotografia e texto: Renato Monteiro / Texto: António Pinto
Lisboa: Parque EXPO 98, SA / 1998
Português e inglês / 27,8 x 26,0 cm / 164 págs.
Brochura / 2000 ex.
ISBN: 9728396864
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A visão do fotógrafo não consiste em « ver » mas em estar lá.
Roland Barthes, in Câmara Clara
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A EXPO’98 foi o pretexto para recuperar a zona oriental de Lisboa, essencialmente entre o Beato e a foz do rio Trancão, estendendo-se a influência até Vila Franca de Xira, com intervenções na rede viária, ferroviária e na frente ribeirinha do Tejo, no que constituiu a Zona de Intervenção da EXPO’98.
O projecto urbano e ambiental associado à Exposição Mundial de Lisboa recupera à ruína e ao esquecimento uma faixa ribeirinha de 330 hectares. A nova centralidade da cidade vira-se, em cinco quilómetros de extensão, para o mar que o Tejo tem no seu estuário. O Mar da Palha. O espelho de água a que Garrett chamou «o nosso Mediterrâneo».
Fruir o rio supõe modos novos de habitar. Esse será o resultado último do arrojado projecto. A borboleta no seu esplendor. Até lá houve que demolir e limpar. Houve que escavar e erguer.”
Escreve António Pinto, Administrador da Parque EXPO 98, em “pequenos passos”.
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A refinaria da Petrogal / Galp e os depósitos de combustíveis, o antigo matadouro e a velha Central de Tratamento de Lixos, múltiplos armazéns, entre outros equipamentos, foram desmantelados, limpos os terrenos e renovada toda a face da frente oriental, construída a Ponte Vasco da Gama e toda a rede de acessos e realizada a intervenção da EXPO’98. A intervenção urbana, desenvolvida no âmbito da EXPO’98, prosseguiu depois.
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Renato Monteiro (Porto, 1946) não mostra o que existia, nem o que ficou – o que ficou está lá. Monteiro centrou-se no estaleiro: a intervenção de transformação – a metamorfose: da demolição (e tratamento de inertes para reincorporação nas novas obras) e a construção dos novos edifícios, nomeadamente as obras que integraram a EXPO’98 e persistem: o Pavilhão da Utopia, depois Pavilhão Atlântico, atual “Altice Arena”, o Pavilhão de Portugal, o Pavilhão do Conhecimento (dos Mares), o Oceanário, a FIL – Feira Internacional de Lisboa, que foram os Pavilhões Internacionais Norte, o Pavilhão do Futuro, atual Casino Lisboa, a porta do Sol, a principal entrada, depois Centro Comercial Vasco da Gama ou a Torre Vasco da Gama, atual Hotel Myriad by Sana.
Os espaços verdes e as plantações também estão presentes.
No final da obra, identifica cada uma das imagens com a intervenção registada e a data.
Monteiro mostra o trabalho e a vastidão dos espaços, a grandeza das novas construções. A sua construção – a construção da EXPO – contribuiu para erguer o nosso orgulho como povo, um acreditar coletivo que ‘somos capazes’. Como engenheiro, conhecendo um pouco de alguns dos projetos, de saber a sua complexidade, vejo estas imagens como um elogio da obra.
Das mais de 10.000 imagens recolhidas, Monteiro escolheu 147 para este livro.
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Renato Monteiro, Metamorfose. Memorphosis, 1998
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Renato Monteiro expôs Metamorfose de 3 a 28 de outubro de 2008, na Galeria de Exposições do Ministério das Finanças, na Praça do Comércio, em Lisboa, nos 10 anos da construção.
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