JOSHUA BENOLIEL 1873-1932 REPÓRTER FOTOGRÁFICO, 2005

Amanhã completam-se 145 anos do nascimento de Joshua Benoliel (Lisboa, 13 de janeiro de 1873 – Lisboa, 3 de fevereiro de 1932)

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Joshua Benoliel

Joshua Benoliel 1873-1932 Repórter Fotográfico

Fotografia: Joshua Benoliel / Coordenação: Emília Tavares / Textos: Maria Manuel Pinto Barbosa e José de Monterroso Teixeira (instituc.), Emília Tavares, Sandra Leandro, José Augusto dos Santos Alves, Michel Frizot, Teresa Siza, Paulo Leme, Maria do Carmo Séren, Alexandra Encarnação

Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa – Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa / 2005

Português e inglês / 23,8 x 27,9 cm / 420 p.

Brochura

ISBN: 9789728517441

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Joshua Benoliel (Lisboa, 13 de janeiro de 1873 – Lisboa, 3 de fevereiro de 1932) foi reporter fotográfico, registou a vida social e política portuguesa, sendo considerado por muitos o maior fotógrafo português do inicio do século XX e o criador da fotografia de reportagem em Portugal. Fotografou essencialmente em Lisboa

Joshua Benoliel nasceu a 13 de Janeiro de 1873, no seio de uma família hebraica que se instalara em Gibraltar.

Benoliel foi repórter fotográfico, registou a vida social e política portuguesa, é o criador da fotografia de reportagem em Portugal, sendo considerado por muitos o maior fotógrafo português do inicio do século XX.

Esteve presente nos grandes eventos políticos e sociais do país, registando-os para a Ilustração Portuguesa- suplemento semanal do jornal O Século, do qual foi o autor da fotografia de 122 capas, no período de 1907-1918.

A sua primeira fotografia publicada foi na revista Tiro Civil, no ano de 1899.

O seu filho, Judah Benoliel, que será também repórter fotográfico, nasce em 1900.

Trabalhou essencialmente para o jornal O Século e para a sua revista semanal, a Illustração Portugueza (1903-1923), nomeadamente de 1903 a 1918 e de 1924 até 1932. Foi também colaborador da revista O Occidente (1878-1915), A Arte Musical (1898-1915), Atlantida (1915-1920), Brasil-Portugal (1899-1914) e Tiro e Sport (1904-1913). As suas imagens foram também publicadas em várias revistas estrangeiras, como a espanhola ABC, de que foi correspondente entre 1904 e 1932.

Sem dúvida as suas fotografias foram decisivas para o sucesso da Illustração Portugueza: chegou a atingir uma tiragem de 24.ooo exemplares, em 1908, Portugal tinha então cerca de 5 milhões de habitantes e uma taxa de analfabetismo que rondava os 80%.

Acompanhou os reis D. Carlos e D. Manuel II nas suas viagens no país e ao estrangeiro, registou os momentos sobre sequentes ao Regicídio, a Revolução de 1910, de Implantação da República, “O caos e a ordem” – imagens do povo ao longo da monarquia e da república; “Imagem e poder” – os políticos monárquicos e republicanos, as revoltas monárquicas durante a Primeira República, a “revolução” de Sidónio Pais, em 1917, assim como “A Guerra” – o exército português que combateu na Flandres durante a Primeira Guerra Mundial, desde a sua partida de Lisboa e a presença no campo de guerra; Benoliel foi testemunha e registou a vida política portuguesa da última década monárquica e da 1.ª década republicana portuguesa. Paralelamente, não descuidava as pessoas comuns, que fazem parte dos seus muitos registos: o último capítulo das fotografias que o livro apresenta são “A geometria da cidade”: aspetos de Lisboa e das suas gentes.

Apoiante da causa monárquica, à pergunta: És monárquico ou republicano?, respondia sempre da mesma forma: «Sou fotógrafo.»

Preparava com muito cuidado todas as suas reportagens e para isso contribuía toda a sua informação, a si nenhuma porta se fechava. Era uma figura popular e conhecida, sabia comunicar e perante alguma dificuldade sabia gritar: “É para O Século!”

Era membro ativo da comunidade judaica de Lisboa e frequentador assíduo da sinagoga Shaaré Tikvá (Portas da Esperança).

Joshua Benoliel gostava da sua cidade de Lisboa. Diz José Pedro de Aboim Borges:

Sente-se o amor que este homem tinha pela sua cidade e pelas suas gentes, a facilidade com que deambulava pelas ruas mais esconsas, testemunhando a precaridade das situações sociais, numa atitude próxima dos americanos Riis e Hine. É uma postura mais íntima, mais ‘fado’, mais humana.”

Em 1915 recebe uma medalha de ouro na “Exposição de Artes Gráficas de Leipzig”.

Em 1909 é agraciado pelo rei D. Manuel II com a Ordem de Santiago e a 13 de Dezembro de 1921 foi feito Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, que recebe em 1929, por proposta do Presidente Carmona. Em 11 de março de 1930, a Ordem de Mérito Civil, é-lhe concedida pelo rei de Espanha, Afonso XIII.

Morre em Lisboa, a 3 de fevereiro de 1932.

No ano seguinte, a Livraria Bertrand, de Lisboa, publica em 6 fascículos o “Arquivo Gráfico da Vida Portuguesa: 1903 – 1918: História da Vida Nacional em Todos os seus Aspectos”, com fotografias de Benoliel e prefácio de Rocha Martins.

As suas fotografias incorporam diversas coleções, como a do Arquivo Nacional Torre do Tombo, do Arquivo Municipal de Lisboa – Fotográfico, do Centro Português de Fotografia – CPF.

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Este livro é o catálogo da exposição homónima realizada na Cordoaria Nacional, em Lisboa, de 18 de maio a 21 de agosto de 2005, integrada na LisboaPhoto 2005.

Além de apresentar diversos ensaios sobre a vida e a obra de Joshua Benoliel, da importância da sua fotografia e do seu espólio, ao longo de mais de cem páginas, apresenta uma breve fotobiografia, as 122 capas da revista Illustração Portugueza com fotografias suas, bem como a sua obra, apresentando não só fotografias, mas também reprodução de publicações onde as mesmas foram inseridas, bem como, nalguns casos, as anotações que registou no verso das fotografias. No final, inclui a identificação e descrição de todas as imagens, bem como a tradução em inglês dos textos apresentados.

É sem dúvida, uma obra de vulto e profunda sobre Joshua Benoliel, a sua obra e o seu tempo.

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Joshua Benoliel 1873-1932 Repórter Fotográfico, Câmara Municipal de Lisboa – Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, 2005

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A exposição, “Joshua Benoliel – Repórter Parlamentar”, organizada pelo Museu da Assembleia da República, apresenta-se em Quarteira, na Galeria de Arte da Praça do Mar, de 10 de janeiro a 24 de março de 2018.

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