RICARDO LOPES, BLESSED GROUND

Prémio de Fotografia CC11. A exposição integrou a 3.ª Mostra de Fotografia e Autores – MFA Lisboa, patente nos Jardins do Bombarda, de 7 de setembro a 5 de outubro de 2025.

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No passado dia 26 de Junho, o júri da 1.ª edição do Prémio de Fotografia CC11 reuniu-se em Lisboa para avaliar as 118 candidaturas submetidas por residentes em Portugal e portugueses no estrangeiro. O júri foi composto por Clara Azevedo, José Farinha, Maria Mann e Rui Prata.

Foram seleccionados cinco finalistas. O vencedor do prémio é Ricardo Lopes, com um ensaio de 25 imagens sobre o impacto da mineração de ouro na região central de Moçambique.

Os restantes finalistas são: Alina Zaharia, com um trabalho desenvolvido na comunidade onde nasceu, na Roménia; Micael Dias Afonso, com uma proposta sobre o território natal; Nuno Silva, com uma abordagem visual urbana; e Rafael G. Antunes, com um projecto documental sobre a comunidade portuguesa de Malaca.

O prémio inclui um valor monetário de 1000 euros e uma exposição individual, que será apresentada em Faro (agosto), Lisboa (setembro) e Porto (final do ano), no contexto da MFA – Mostra de Fotografia e Autores, promovida pela CC11. Será igualmente lançado um catálogo com os cinco projectos finalistas.

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Ricardo Lopes, Blessed Ground – Alina Zaharia, O som branco dos meus ouvidos – Micael Dias Afonso, Terras do Demo – Nuno Silva, Enquanto O Motivo Não Me Encontrar – Rafael G. Antunes, Padri sa Chang

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Escreve Ricardo Lopes:

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Blessed Ground é um ensaio fotográfico sobre o impacto da mineração internacional de ouro em comunidades rurais junto aos rios Púnguè e Revué, em Moçambique. Com as suas terras agrícolas devastadas, a população foi empurrada para a mineração artesanal como forma de subsistência.

A nova dependência do dinheiro, sem qualquer apoio por parte das empresas, agravou a pobreza e desfez o tecido social, com o aumento do alcoolismo, da violência de género e da prostituição. Substâncias tóxicas, como o mercúrio e o cianeto, são utilizadas sem controlo, contaminando solos, rios e alimentos. Doenças neurológicas em crianças poderão estar associadas à exposição a metais pesados.

Muitos vêem a expulsão dos camponeses e o silêncio do governo como uma condenação ao futuro. Segundo as Nações Unidas, a mineração artesanal envolve cerca de 15 milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo entre 4 a 5 milhões de mulheres e crianças, sendo responsável por 35% da poluição global por mercúrio.

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Ricardo Lopes, Blessed Ground

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António Bracons, Aspetos da exposição, 2025

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A exposição de Ricardo Lopes, “Blessed Ground”, Prémio de Fotografia CC11, integrou a 3.ª Mostra de Fotografia e Autores – MFA Lisboa, organizada pela Associação CC11, esteve patente nos Jardins do Bombarda, na R. Gomes Freire, 161, em Lisboa, de 7 de setembro a 5 de outubro de 2025.

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Ricardo Lopes é fotógrafo documental e fotojornalista independente, baseado em Lisboa. Estudou Fotojornalismo no Cenjor – Centro Protocolar de Formação para Jornalistas, em 2017, e, desde então, tem colaborado com diversos jornais de referência no panorama nacional e internacional. Contribui regularmente para publicações como o Público, Expresso, De Volkskrant e The Guardian, cobrindo tópicos variados, desde política, economia, ambiente, cultura, arte e viagens, tanto para as edições diárias como para os respectivos suplementos semanais. Actualmente, dedica-se a projectos de longo prazo com foco nas condições sociais, económicas e ambientais das pessoas e comunidades que fotografa.

Destaca as distinções ou prémios como a Masterclass Narrativa 2018/2019, orientada por Mário Cruz; finalista do LensCulture Portrait Awards 2019; vencedor do Prémio Série de Retratos Estação Imagem 2019; recipiente da Bolsa Estação Imagem 2020; Bienal Internacional de Fotografia de Sofia 2025; vencedor do Prémio de Jornalismo “Os Direitos das Crianças em Notícia” 2025.

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A Mostra de Fotografia e Autores – MFA Lisboa é organizada pela Associação CC11:

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A fotografia marca a agenda da cidade neste mês de Setembro, com a inauguração de doze exposições de autores, emergentes ou consagrados, na 3.ª edição da Mostra de Fotografia e Autores – MFA Lisboa. Venha juntar-se a esta festa da fotografia e conhecer os seus autores.

Nesta edição, a MFA Lisboa optou por concentrar as exposições em seis locais de edições passadas – Jardins do Bombarda, Galeria Imago, espaço CC11@Imago, Casa da Imprensa e mercados da Ribeira e de Campo de Ourique –, acrescentando-lhes dois espaços marcantes: o Pavilhão de Segurança (Panóptico) do Miguel Bombarda e os pavilhões da Mitra. Nos meses de Setembro e Outubro, a fotografia está na cidade.

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Pode conhecer mais sobre Ricardo Lopes no FF, aqui, no seu site, aqui.

A Agenda da 3.ª Mostra de Fotografia e Autores – MFA Lisboa, no FF, aqui.

Sobre esta e outras edições da Mostra de Fotografia e Autores no FF, aqui.

Sobre a Associação CC11, aqui (site).

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Cortesia: Associação CC11.

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