ANA BAIÃO, 10 ANOS DE CANTE, 2024
Livro. E exposição, que integra a 3.ª Mostra de Fotografia e Autores – MFA Lisboa, patente nos Jardins do Bombarda, de 7 de setembro a 5 de outubro de 2025.
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Ana Baião
10 anos de Cante
Fotografia: Ana Baião / Textos: Ana Paula Amendoeira, José Lopes Gato, Vitorino Salomé Vieira, Celina da Piedade, Paulo Ribeiro
Lisboa: Tradison – Editora Discográfica / 14.10.2024
Português e inglês / 25,0 x 25,0 cm / 206 págs.
Cartonado
ISBN: 9789893586709
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Em 27 de Novembro de 2014, na reunião do Comité em Paris, a UNESCO classificou o Cante Alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade.
O cante reflete as paisagens extensas e o calor estival alentejano, que molda a maneira de ser e de estar dos habitantes do Alto e Baixo Alentejo. “É um canto coral, em que alternam um ponto a sós e um coro, havendo um alto preenchendo as pausas e rematando as estrofes. O canto começa invariavelmente com um ponto dando a deixa, cedendo o lugar ao alto e logo intervindo o coro em que participam também o ponto e o alto. Terminadas as estrofes, pode o ponto recomeçar com uma nova deixa, seguindo-se o mesmo conjunto de estrofes. Este ciclo repete-se o número de vezes que os participantes desejarem. Esta característica repetitiva, assim como o andamento lento e a abundância de pausas contribuem para a natureza monótona do cante.” (Wikipédia)
Nos nove anos seguintes, entre 2015 e 2024, Ana Baião fotografou “o Cante um pouco por todo o Alentejo e na grande Lisboa, em diversas iniciativas e com diversos grupos. Inclusive deslocou-se a Paris para fotografar um dos poucos grupos existentes no estrangeiro, sendo que o Rancho de Cantadores de Paris tem a particularidade dos seus elementos serem de várias nacionalidades e apenas duas pessoas portuguesas.”
Ana Baião fotografou mais de trinta grupos, dos mais antigos e dos mais novos, além de escolas do ensino básico, onde também é ensinado, ensaios e atuações, em sala ou no exterior, e a paisagem humana e local do cante: encontros de amigos, grupos masculinos e femininos, também crianças e jovens, os pequenos detalhes de rostos e trajes, posições e atitudes, espaços de ensaio e de preparação, as coletividades e tabernas – o cante espontâneo nas tabernas de Cuba –, espaços de encontro, de estar e de cantar; as extensões amplas da paisagem… Fotografou a participação em concertos de Pedro Abrunhosa e do Tim dos Xutos e Pontapés; esteve em Paris e em New Jersey, nos Estados Unidos…
Fotografei um pouco de tudo aquilo que anda à volta do cante – espetáculos, encontros de amigos, grupos masculinos e femininos, o cante espontâneo nas tabernas de Cuba, o cante em Nova Iorque, em Paris… Tento mostrar a abrangência deste património.
Ana Baião tem raízes familiares no Baixo Alentejo. Numa entrevista ao Diário do Alentejo (24.11.2024), diz: “Uma recordação que tenho, tinha eu os meus oito anos, é de acompanhar o meu avô Manuel, que era de Pias, às tabernas de Almada, onde ele viveu. Juntava-se com os amigos e cantavam à alentejana, à volta de um petisco. O avô punha-me em cima de um banco para eu ficar à altura deles. Essa memória, fortíssima, espoletou a busca das minhas raízes e foi, sem dúvida, a razão de querer conhecer sempre mais sobre o cante alentejano. E de querer dá-lo a mostrar.”
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As fotografias de Ana Baião registam uma familiaridade e cumplicidade natural, com os grupos, as pessoas e os ambientes que regista. Ana baião está no seu mundo. Há uma familiaridade cultural e de origem, a expressão da voz, o sentir da paisagem, o escutar o cante. “10 anos de Cante” acolhe-nos também com um excelente grafismo e impressão. Olhamos algumas fotografias e escutamos…
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Ana Baião, 10 Anos de Cante, 2024
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António Bracons, Aspetos da exposição nos Jardins do Bombarda, Lisboa, 09.2025
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Ana Baião tem apresentado este projeto em diversas exposições. Nesta data, a exposição “10 anos de Cante”, com curadoria de António Pedro Ferreira e João Mariano, integra a 3.ª Mostra de Fotografia e Autores – MFA Lisboa, organizada pela Associação CC11, está patente nos Jardins do Bombarda, na R. Gomes Freire, 161, de 7 de setembro a 5 de outubro de 2025.
Dia 04.10.2025 às 16:00 tem lugar uma visita comentada com a Artista e actuação do ALCante – Grupo Coral e Etnográfico da Junta de Freguesia de Alcântara.
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Ana Baião nasceu em 1968, em Lisboa.
Estudou Cenografia no Instituto de Formação, Investigação e Criação Teatral e Fotografia. É fotojornalista desde os 20 anos, tendo iniciado a sua carreira no “O Século”. Passou pelas redações do “Diário de Notícias” e “O Independente” e colaborou com a “Associated Press”. A trabalhar no “Expresso” desde 2000, foi distinguida pela Assembleia da República, em 2004, com a medalha de ouro do 50.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Documenta, desde 2014, o cante alentejano.
Já por várias vezes expôs os seus trabalhos, tendo conquistado diversos prémios.
Ana Baião publicou dois livros: “Cante – Alma do Alentejo”, em 2017, pela RCP Edições; e “Cuba Cante Tabernas e Talhas”, em 2021, a convite da Câmara Municipal de Cuba. Fotografou para dois CD – “Alentejo Ensemble”, do Rancho de Cantadores de Paris, em 2019; e “Cante ao Menino na Capital”, do Grupo ALCante, da Junta de Freguesia de Alcântara, com a participação dos outros grupos corais da capital Lisboeta, em 2021.
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Sobre Ana Baião no FF, aqui.
A Agenda da 3.ª Mostra de Fotografia e Autores – MFA Lisboa, no FF, aqui.
Sobre esta e outras edições da Mostra de Fotografia e Autores no FF, aqui.
Sobre a Associação CC11, aqui (site).
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