LILIPUT: A [IN]VISIBILIDADE DE PAULO ALEXANDRINO
[in]visibilidade #1
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O projecto LILIPUT, com curadoria de Susana Paiva e produção do Atelier Pop-Up, desenvolve-se em dois movimentos, o segundo dos quais “[in]visibilidade”, tem lugar na Galeria de Santa Maria Maior, na R. da Madalena, 147, em Lisboa, através de doze postais. O primeiro postal é de Paulo Alexandrino, foi distribuído no mês de maio de 2025.
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Paulo Alexandrino, Projeto LILIPUT – [in]visibilidade #1
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Há sempre
naquela mesa,
uma jarra com flores,
que ela tem sempre o cuidado de repor.
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Memórias, emoções…
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António Bracons
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O Projecto LILIPUT – murmúrio e [in]visibilidade
Curadoria | Susana Paiva
Produção | Atelier POP-UP
Parcerias | Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian e Galeria Santa Maria Maior
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Vivemos num tempo de excessiva visibilidade. A imagem, outrora indício de memória e documento do invisível, tornou-se resíduo constante de um presente que se reproduz compulsivamente. Neste contexto, o olhar – sobrecarregado, automatizado, anestesiado – perde espessura, profundidade e cuidado. É neste cenário que nasce o Projeto LILIPUT, gesto curatorial que ensaia, em duas micro-ações fotográficas, uma proposta de reencontro com um olhar atento, pausado, sensível.
Concebido por Susana Paiva e produzido pelo Atelier POP-UP, LILIPUT não se apresenta como uma exposição no sentido tradicional do termo. A sua presença é subtil, quase clandestina. Os seus suportes – postais fotográficos – circulam livremente, fora das vitrines e dos formatos convencionais. O seu objetivo não é o espetáculo, mas o vínculo – o encontro íntimo entre imagem e espectador, mediado pela surpresa, pelo afecto e pela disponibilidade interior de quem se deixa tocar.
O projeto desenrola-se em dois tempos e dois espaços, ambos significativos – a Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian e a Galeria Santa Maria Maior, em Lisboa. Espaços de leitura e pensamento, de silêncio e partilha, onde a imagem encontra interlocutores predispostos ao diálogo.
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Uma prática curatorial do encontro
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Mais do que um projeto de fotografia, LILIPUT é uma proposta de mundo – um ensaio curatorial sobre o modo como habitamos a imagem e somos por ela habitados. Ao semear imagens em lugares de trânsito intelectual e emocional, LILIPUT recupera o potencial poético da fotografia como forma de encontro: entre autor e leitor, entre visível e invisível, entre o gesto criativo e o gesto de acolhimento.
Esta curadoria do pequeno – do subtil, do mínimo – é também uma forma de protesto contra o ruído dominante. Uma tentativa de devolver ao olhar a sua densidade ética e estética. E, sobretudo, um apelo: para que se veja com tempo, com cuidado, com presença.
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Movimento segundo – “[in]visibilidade”, na Galeria Santa Maria Maior (2025–2026)
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No segundo momento, LILIPUT instala-se na Galeria Santa Maria Maior [lugar que acreditamos ser habitado por um público cujo olhar ainda se demora na leitura do mundo] sob o signo da “[in]visibilidade”. Aqui, o projeto aborda mais diretamente a questão da percepção e da ausência, propondo uma coleção de 12 ensaios visuais que interrogam aquilo que vemos, aquilo que se oculta, e aquilo que escolhemos ignorar.
Também aqui, os postais – novamente produzidos em tiragens de 150 exemplares por autor – são distribuídos gratuitamente, promovendo um circuito de circulação afectiva e não mediada pelas estruturas habituais de exposição. O gesto curatorial recusa o espaço expositivo tradicional, convocando o público a uma relação de maior intimidade, atenção e responsabilidade visual.
Assumidamente experimental e vagamente utópico, este segundo movimento propõe-se como resistência estética à velocidade do consumo de imagens e à lógica da obsolescência simbólica. O coleccionismo sugerido não se funda no valor de mercado, mas na experiência pessoal, no vínculo e na memória.
Autores participantes, por ordem de publicação: Paulo Alexandrino, Carla de Sousa, Arlindo Pinto, Manuela Vaz, José Artur Macedo, Mircea Sorin Albutiu, Paula Arinto, Susana Paiva, Francisco Ricarte, Amélia Monteiro, José Morujão e António Alves Martins.
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Pode conhecer mais sobre a obra de Paulo Alexandrino no seu site, aqui.
Sobre este projecto no site do Atelier Pop-UP, aqui.
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Cortesia: Susana Paiva / Atelier Pop-Up
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