JORGE VALE, AVÔ LÉU

Integrou a exposição do Prémio da BF24 – Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira, patente no Celeiro da Patriarcal, de 30 de novembro de 2024 a 19 de janeiro de 2025.

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Este projeto tem como ponto de partida o diário do meu bisavô Manuel Lúcio. Neste diário ele descreve momentos marcantes da sua vida desde os primeiros anos de idade até à velhice.

O avô Léu, como carinhosamente lhe chamava, aprendeu a escrever já em adulto e este diário, que escreveu com 68 anos, tornou-se para ele um bem precioso onde conta a história de um homem e de uma família que, como tantas outras, viveu a realidade do Estado Novo no interior do país, em Abrantes, e relata uma vida de pobreza, trabalho e sacrifício. Embora tenha conhecido o meu bisavô nunca tive a oportunidade de ouvir todas estas memórias.

Ao ler o seu diário, após a sua morte, decidi interpretá-lo, ilustrando-o fotograficamente, visitando os locais que o meu bisavô menciona e explorando o paralelismo entre a sua realidade e a minha, captando a realidade atual dos mesmos e, por vezes, introduzindo elementos figurativos que contam pequenos episódios por ele descritos.

Visitei locais que foram outrora o epicentro das comunidades em redor da cidade de Abrantes e que hoje se modificaram, devido ao avanço social. São locais que o meu bisavô percorreu e viveu e que hoje possuem uma outra conotação social e cultural, tendo alguns perdido qualquer tipo de função, mas que são a marca física da história de várias gerações.

Na sua essência, este projeto é um trabalho sobre a história e a memória, não só do meu bisavô, mas também dos seus contemporâneos.

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Jorge Vale, Avô Léu

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A série de Jorge Vale, “Avô Léu”, integrou a exposição do Prémio da BF24 – Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira, que esteve patente no Celeiro da Patriarcal, de 30 de novembro de 2024 a 19 de janeiro de 2025.

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Jorge Vale. Nasce a 9 de junho de 1996 na cidade de Abrantes. Aos 19 anos muda-se para a cidade de Lisboa de forma a integrar o ensino superior.

Na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa obtém o grau de licenciatura no curso de Ciências da Arte e do Património no ano de 2018, integrando no ano seguinte o Mestrado em Ciências da Conservação, Restauro e Produção de Arte Contemporânea.

Durante este período de estudos cria um especial apreço pela fotografia e começa a fotografar a capital, explorando várias temáticas, desde a paisagem ao retrato, o que o leva posteriormente a frequentar o curso de Fotografia HND na Escola de Tecnologias, Inovação e Criação, em Lisboa, que conclui em 2022.

Atualmente trabalha como fotógrafo e pós-produtor. No seu trabalho artístico explora temáticas de cariz documental e/ou pessoal, utilizando a fotografia como meio de ilustração das mesmas, tendo feito parte de exposições coletivas em Lisboa e no Algarve.

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Sobre a BF24 – Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira, regista a organização:

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Trinta e cinco anos volvidos desde a sua criação, em 1989, a Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira afirma-se hoje, em 2024, como o mais antigo evento de premiação exclusivamente dedicado à cultura fotográfica no nosso país, ostentando por isso um histórico assinalável ao nível da promoção da prática fotográfica portuguesa.

Apontada desde o início à revelação de novos talentos na área da fotografia artística, a Bienal apresenta uma matriz que partiu da estreita relação com as instituições de ensino artístico no âmbito fotográfico, para se projetar hoje, cada vez mais, na atenção à iniciativa individual dos artistas que fazem uso da fotografia numa perspetiva abrangente e transdisciplinar. Defensora do valor da descoberta e da avaliação da experiência visual que designamos como “fotografia”, a Bienal continua apostada em celebrar a liberdade e a ousadia do processo criativo, empenhando-se na consolidação de um programa cuja amplitude, dividida entre a premiação (Patriarcal) e a ação curatorial (Fábrica das Palavras, Galeria Paulo Nunes – Arte Contemporânea, Museu do Neo-Realismo, Museu Municipal de Vila Franca de Xira, Núcleo Museológico do Mártir Santo e numa segunda fase no Celeiro da Patriarcal), assegura à nossa cidade um estatuto de referência, no que à prática da fotografia contemporânea diz respeito.

Procurando chegar a todos os públicos, a exposição dos trabalhos dos finalistas candidatos aos Prémios (Bienal de Fotografia, Concelho de VFX e Tauromaquia) apresenta-se como resultado de uma criteriosa seleção elaborada por um Júri de Nomeação, constituído por Sofia Nunes, Pauliana Valente Pimentel e Cláudio Garrudo. Por sua vez, os premiados surgiram da decisão do Júri de Premiação, constituído por Bruno Sequeira, Ana Anacleto, Isabel Nogueira, José Maçãs de Carvalho e David Santos. A qualidade de cada uma das exposições individuais agora apresentadas no espaço expositivo do Celeiro da Patriarcal tem a assinatura dos artistas selecionados: Alexandre de Magalhães, Bruno Parente, Catarina Cesário Jesus, Daniel Malhão, Filipe Bianchi, Gonçalo C. Silva, Jorge Vale, Marcos Duvágo, Pedro Rocha, Ricardo Moita, Rodrigo Vargas e Rui Pereira.

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A agenda da BF24, no FF, aqui. Mais informação sobre a BF24 aqui (site).

Sobre esta e outras edições da Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira, no FF, aqui.

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