JOÃO MARIANO, ENTRE AS ÁGUAS, 2021
Um livro. E exposição, integrada no IMAGO Lisboa Photo Festival, no Museu da Água da EPAL – Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos, em Lisboa, de 20 de outubro a 3 de dezembro de 2023.
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João Mariano
Entre as Águas
Fotografia: João Mariano / Texto: Rui André, José Gonçalves (apres.), Afonso Cruz (prefácio), Alda Rocha, João Mariano/ Projeto gráfico: Fernando Mendes
Aljezur: 1000 Olhos – Imagem e Comunicação / Outubro 2021
Português, inglês / 29,5 x 29,5 cm / 168 pp.
Cartonado / 1000 ex.
ISBN: 9789895332304
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A água não é apenas o que bebemos, é o que somos.
Afonso Cruz
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João Mariano percorreu toda a Ribeira de Aljezur, numa extensão de 35 quilómetros. Das fotografias realizadas, 93 compõem este livro magnífico, com o excelente grafismo de Fernando Mendes, apresentação de Rui André e José Gonçalves, presidentes das Câmaras Municipais de Monchique e Aljezur, prefácio do escritor Afonso Cruz e ensaios de Alda Rocha e o testemunho do fotógrafo, que regista:
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(…) Este é um projecto cuja ideia inicial vem dos primórdios da minha existência fotográfica e cuja primeira, e pouco consequente, abordagem foi feita ainda durante os tempos de estudante. Algumas fotografias feitas para uma das cadeiras do curso (…). Mas que por aí ficou, numa paciente latência, durante cerca de 30 anos. Depois de todo este tempo, e ao rever certas provas de contacto dessa época, tive realmente a percepção de que a ribeira que nasce na vertente noroeste do alto da Serra de Monchique, junto à Fóia, e desce sinuosa e ondulante até à Ponta Viva, na praia da Amoreira, em Aljezur, sempre foi, para mim, uma referência afectiva. Acompanhou toda a minha infância, adolescência e continua a acompanhar a minha existência. Foi nela que dei os primeiros mergulhos, foi nela que pesquei os primeiros bordalos, com os amigos, e enguias com o meu pai, foi nela que apanhei à mão pequenos cágados, com os quais brincava em criança… Percorri as suas margens e o seu leito vezes sem conta. Nadei e naveguei de canoa nas suas águas, outras tantas… Inconscientemente, sem conseguir resistir ao seu “water appeal”! Agora, com este trabalho, perscrutei a sua alma, entrei profundamente no seu interior e conheci-a ainda mais a fundo. Este é o meu singular tributo a este ziguezagueante ser telúrico recheado de água, cascalho, areia e rochedos, mas também de intensas sensações, sugestionados cenários e eternas efemeridades. (…)
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João Mariano, Entre as Águas, 2021
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António Bracons, Aspetos da exposição, 2023
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A exposição de João Mariano, “Entre as Águas”, que integra o IMAGO Lisboa Photo Festival, está patente no Museu da Água da EPAL – Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos, na Rua Alviela, 12, em Lisboa, de 20 de outubro a 3 de dezembro de 2023.
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João Mariano, Autoretrato
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João Mariano. Fotógrafo, director de arte… soul rider de bicicleta de montanha… amante de música menos convencional (há relatos sussurrados de épicos sets passados pelo meu alter ego: o sobejamente desconhecido Evil Mariachi).
Vivo e desenvolvo os meus trabalhos entre Aljezur e Lisboa. Actualmente desempenho funções de CEO e director de arte na agência 1000olhos – Imagem e Comunicação (que fundei com a minha mulher, em Aljezur).
Com o passar dos anos fui descobrindo que a minha real paixão profissional é fazer livros. Os meus e os decorrentes dos trabalhos de clientes da 1000olhos. Adoro criar conceitos, reunir equipas (com especialistas em cada uma das áreas temáticas de cada projecto), acompanhar e supervisionar a criação gráfica… Tenho um especial prazer na escolha dos papéis, das técnicas de impressão, dos materiais para o acabamento… Acompanhar a impressão na gráfica adaptando, noutro contexto, a frase de Robert Duvall no Apocalypse Now: “I love the smell of ink in the morning!”. E depois… ter o objecto físico na mão! Sentir o seu peso e afagar o papel, ouvir o folhear das páginas e olhá-lo de todos os ângulos para evidenciar relevos e texturas do acabamento, sentir a sua mescla de cheiros… e no final poder dizer que vale sempre a pena (eternamente Pessoa) quando de um livro se trata. É por isto, que na minha opinião, o livro, enquanto objecto físico, será sempre eterno.
Desde o final do século passado que tenho vindo a desenvolver uma série de projectos no sul de Portugal (praticamente todos materializados em livro), muito em especial na área abrangida pela Costa Vicentina. O meu primeiro livro foi o Guerreiros do Mar (1998). Seguiram-se o Lugares Pouco Comuns (2000), Trabalho_de_Fundo (2001), Alambiques & Alquimistas (2007)… Na mesma linha de trabalho foi editado em 2010 o livro “Mariscadores | Ria de Alvor: histórias de um lugar” e em 2014 teve a sua primeira apresentação a série “O Conhecido Desconhecido”, uma abordagem muito pessoal ao litoral do concelho de Lagoa.
No final de 2016 foi editado Costa do Mar, um volumoso álbum que é uma espécie de síntese dos meus primeiros projectos no extremo sudoeste.
Em 2018 apresentei o projecto “Trezentos e Sessenta e Seis”, um longo trabalho que se debruça, essencialmente, sobre “(…) a infinita diferenciação e o desencadear das mutações paisagísticas provocada pelos elementos. (…)”.
O meu mais recente livro chama-se ENTRE AS ÁGUAS e é um projecto artístico de fundo que tem a investigação, o reconhecimento da paisagem, o sondar dos detalhes e o sentir da subjectividade e unicidade do lugar como principal foco.
Para além dos projectos que referi acima tenho vindo a desenvolver vários outros estudos e trabalhos que foram expostos e editados em Portugal e no estrangeiro.
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Pode conhecer melhor o trabalho de João Mariano no FF, aqui, no seu site, aqui e na 1000olhos, aqui.
Sobre o IMAGO Lisboa Photo Festival no FF, aqui.
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