HORACIO VILLALOBOS, O GOLPE DE ESTADO NO CHILE
Exposições: integrada na MFA – Mostra de Fotografia de Faro, na Antiga Fábrica da Cerveja, de 21 de outubro a 25 de novembro de 2023; na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, de 8 de novembro a 15 de dezembro de 2023.
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Penso no umbral onde deixei
Passos felizes que já não carrego
E no umbral vejo uma ferida
Cheia de musgo de silêncio
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Gabriela Mistral, poeta chilena
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Horacio Villalobos, fotojornalista argentino, atualmente correspondente em Portugal da Getty Images, escreve sobre o golpe de estado de 11 de setembro de 1973, há 50 anos, no Chile, que registou:
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O golpe de Estado chileno de 1973 foi um derrube militar do governo da Unidade Popular, liderado pelo Presidente Salvador Allende. Allende, o primeiro socialista a ser eleito presidente numa democracia liberal latino-americana, enfrentou uma grande agitação social dos setores conservadores, tensões políticas com o Congresso, controlado pela oposição, e uma guerra económica ordenada pelo Presidente norte-americano Richard Nixon. Em 11 de setembro de 1973, as forças armadas, lideradas pelo General Augusto Pinochet, tomaram o poder através de um golpe, pondo fim ao regime civil e instalaram uma ditadura sinistra.
Durante os ataques aéreos e terrestres ao Palacio de La Moneda, Allende proferiu o seu último discurso, manifestando a sua determinação em permanecer no palácio presidencial e rejeitando ofertas de salvo-conduto para o exílio, e suicidou-se após um combate desigual que faz lembrar a batalha das Termópilas.
A resistência obstinada de Salvador Allende e do pequeno grupo que o acompanhou na defesa de La Moneda contra o assalto criminoso privou Pinochet do triunfo de ver um presidente deposto fugir para um exílio dourado, tão comum na região e na época, e poderia ser resumida pela frase exposta no desfiladeiro das Termópilas, na Grécia: “Viajante, vai dizer a Esparta que os que aqui jazem tombaram em defesa das suas leis”.
As violações dos direitos humanos no Chile durante o regime de Augusto Pinochet foram os crimes contra a humanidade, a perseguição de opositores, a repressão política e o terrorismo de Estado cometidos pelas Forças Armadas chilenas, por membros dos Carabineros de Chile e por agentes da polícia secreta (DINA), durante a ditadura militar do Chile sob o comando do General Augusto Pinochet, de 1973 a 1990.
Segundo a Comissão da Verdade e a Comissão Nacional sobre Prisão Política e Tortura, o número total de pessoas oficialmente reconhecidas como desaparecidas no Chile ou mortas entre 1973 e 1990 é de 3.216 e o de sobreviventes de prisão política e/ou tortura é de 38.254.
Centenas de milhares de chilenos foram obrigados a exilar-se e a sua resistência continua a inspirar.
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Horacio Villalobos, O Golpe de Estado no Chile, 1973
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António Bracons, Aspetos da exposição na Mostra de Fotografia de Faro, 2023
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A exposição de Horacio Villalobos / Getty Image, “O Golpe de Estado no Chile”, integra a MFA – Mostra de Fotografia de Faro, está patente na Antiga Fábrica da Cerveja, de 21 de outubro a 25 de novembro de 2023. Apresenta-se também na Escola Superior de Comunicação Social, na Estrada de Benfica, 529, em Lisboa, de 8 de novembro a 15 de dezembro de 2023.
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Sobre a Mostra de Fotografia de Faro no FF, aqui.
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Cortesia: ©Horacio Villalobos / Getty Images
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