GARCÍA DE MARINA, A HALT TO SURVIVE (PANDEMIC TIMES)
A exposição integrou a 10.ª edição do iNstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes. E ainda um livro.
.
.
.
Uma das mais destacadas exposições da 10.ª edição do iNstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes e, por isso, apresentada numa das salas da Casa da Cultura de Avintes é a de García de Marina. Dir-se-ia herdeiro do olhar de Chema Madoz, construído, minimalista, García de Marina desenvolve a sua obra em séries, refletindo sobre temas concretos e desafiando o nosso olhar e o nosso pensamento. Apresenta-se como “poeta visual” e, de facto, a sua fotografia é como poesia: não diz, não mostra, mas sugere, faz intuir, refletir.
A série que se apresenta, “A halt to survive”, é uma reflexão a partir dos tempos de pandemia e de isolamento.
.
Sobre o projeto escreve o autor:
.
Em 2019, os habitantes da China foram surpreendidos por uma ameaça que revelou a vulnerabilidade do ser humano com os primeiros casos de um vírus que causou uma doença respiratória grave e que rapidamente começou a ser transmitido entre a população. Em janeiro do ano seguinte, a Organização Mundial da Saúde declarou emergência de saúde pública de importância internacional e dois meses depois a reconheceu como pandemia.
“A Halt to Survive – (Pandemic Times)” é um projeto fotográfico que destaca o que aconteceu no mundo como consequência daquela pandemia e onde o espectador pode reviver o que aconteceu naqueles trágicos momentos. Uma pandemia que mudou nossas vidas e se instalou em uma rotina cheia de incertezas, mudando tanto a forma de viver quanto a de morrer.
Através de 23 fotografias revela-se o poder da imaginação, onde cada ideia, formulada a partir da conceptualização e do minimalismo, é apresentada como um colóquio entre a obra e o espectador, como um acto através do qual a ideia, concretizada através de simbolismos, se finaliza no pensamento do indivíduo.
As imagens aludem ao uso de máscaras, às ondas, às mortes, às vacinas, ao encerramento de países, às infeções, ao distanciamento social ou à pressão sentida pela população… E termina com uma imagem que nos guia para a esperança, para o anúncio oficial que marcará o fim da pandemia.
.
.
.
García de Marina, A halt to survive (pandemic times)
.
.
António Bracons, Aspetos da exposição, 2023
.
.
.

.
A exposição de García de Marina, “A halt to survive (pandemic times)”, integrou a 10.ª edição do iNstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes, esteve patente na Casa da Cultura, no Largo do Palheirinho, em Avintes, de 29 de abril a 31 de maio de 2023.
.

.
.
.
António Bracons, Pereira Lopes e García de Marina, 29.04.2023
Fernando Curado Matos, García de Marina, Pereira Lopes e António Bracons, 30.04.2023
.
.
.
García de Marina tem vários livros editados. Destaco o último, que apresentou no iNstantes:
.
García de Marina
Crónicas de un viaje
Fotografia: García de Marina / Texto: Steve McCurry, José Luís Arguelles, Tito Montero, Tomás Sánchez Santiago, García de Marina
Gijón, Espanha: Edição do Autor / 2023
Espanhol / 21,7 x 30,3 cm / 300 pp.
Cartonado / 200 ex.
.
.

.
.
Este livro apresenta várias séries da sua atividade, incluindo a presente, bem como diversos ensaios e testemunhos sobre a sua obra.
Destaco o ensaio de Tito Montero:
.
LAS PEQUENAS COSAS
.
¿Hasta qué punto lo minúsculo es irrelevante? ¿Tiene la capacidad de explicar el mundo?
La belleza de la mirada de García de Marina está en el talento para trabajar con lo pequeño, para contar desde lo ínfimo. Es su observación atenta de lo humilde lo que conecta y activa los engranajes de un cerebro en continua expansión.
Y esa ebullición dúctil, constante y solitaria, ese exilio interior creativo consigue lo improbable. Retener el tiempo. Fijar la ilusión. Hasta ser capaz de establecer un punto de vista: el desafío último del arte. El origen.
Luego aparece otra soledad más terrible. Llega la lucha titánica contra el equilibrio incierto que genera la duda. Y la obsesión. Y el tiempo. Y el tiempo. Y la obsesión.
Hasta que aparece la luz. Una luz. Y con ella la epifanía. La revelación de un diálogo factible, de alguna conexión asombrosa. Y quizá. Ojalá. Quién sabe… Insólita.
Una segunda vida para los objetos, ascética y estimulante a partes iguales. Una semilla que brote en la cabeza del otro. Una conversación hilada con ascendentes ansiados.
Voces. Susurros. Correspondencias.
Breton, Buñuel, Magritte, Man Ray, Lorca, Van Gogh…
Huellas inevitables de una genealogía posible. Rastros necesarios. Y más soledad. Y más incertidumbre. Y la obsesión. Y el tiempo.
La materia en composición, el motivo, la idea. La captura de la esencia de la intuición y su anclaje en un espacio creíble a través de la imagen. La congelación de un instante que active un universo de posibilidades. La poesía. El azar. Tal vez.
El espíritu de una época contenido en la insignificancia aparente del detalle. Lejos del gran movimiento, del gran poder. Ráfagas. Constelaciones. Fragmentos. La observación microscópica, íntima y común, en la era de la barbarie tecnológica del egotismo.
Lo exiguo. Lo mínimo. La verdad que sostiene nuestro cosmos. Y la soledad. Y la incertidumbre. Y la obsesión. Y el tiempo.
Las pequeñas cosas.
Las contradicciones.
La historia sin fin.
Lo eterno.
.
.

Selo e FDC dos Correios de Espanha com base em fotografia de García de Marina.
.
Os Correios de Espanha editaram um selo da série “Mail Art – Pintura” com base numa fotografia de García de Marina, de uma outra série. Reproduzo a partir do livro, o selo e o FDC (first day cover, sobrescrito de 1.º dia de circulação), com o selo e o carimbo comemorativo (13.04.2021), que reproduz a imagem.
.
.
.
.
García de Marina nasceu em Gijón (Espanha) em 1975, e emerge em 2010 com uma profunda transformação. Uma paixão adormecida pela fotografia rompeu as barreiras da privacidade, iniciando uma vertiginosa carreira fotográfica caracterizada pelo reflexo da sua fotografia, que contrasta com a personalidade impaciente de seu autor. Em menos de um ano, García de Marina entregou a sua vida à paixão da fotografia, despindo o seu invulgar olhar fotográfico nas redes sociais e apresentando o seu trabalho em diversas exposições.
Desde 2011 utiliza o objeto como meio de expressão. Interessa-lhe o seu simbolismo, traduzi-lo em carga emocional, a ligação aleatória de elementos que à priori não têm relação, condensação e essencialidade. O seu trabalho gira em torno da intuição e das ideias, do surrealismo e do mundo do subconsciente e dos sonhos.
O seu trabalho é profundamente irreverente com a realidade, procura transformar e dar novas identidades aos objectos, levanta-se contra o óbvio e presta atenção à grandeza do quotidiano. A nudez de sua fotografia deixa todo o destaque para os objetos que são despojados de sua essência para serem reinventados. Procura dar emoção a um talher, a um fósforo ou contar uma história, a sua própria história, com uma casca de ovo.
.
.
.
Pode conhecer mais sobre a obra de García de Marina no seu site, aqui.
Mais informação sobre o Festival iNstantes aqui , outras exposições do festival, aqui.
.
Cortesia: Festival iNstantes.
.
.
.













Pingback: AGENDA . iNSTANTES 2023 – FESTIVAL INTERNACIONAL DE FOTOGRAFIA DE AVINTES – 10.ª EDIÇÃO | FASCÍNIO DA FOTOGRAFIA
Pingback: AGENDA . EXPOSIÇÕES . ABRIL A JUNHO . 2024 | FASCÍNIO DA FOTOGRAFIA
Pingback: AGENDA . EXPOSIÇÕES . JULHO A SETEMBRO . 2024 | FASCÍNIO DA FOTOGRAFIA
Pingback: AGENDA . EXPOSIÇÕES . JANEIRO A MARÇO . 2025 | FASCÍNIO DA FOTOGRAFIA
Pingback: AGENDA . EXPOSIÇÕES . ABRIL A JUNHO . 2025 | FASCÍNIO DA FOTOGRAFIA
Pingback: INOCENTES, DE GARCÍA DE MARINA | FASCÍNIO DA FOTOGRAFIA