ENRIC VIVES-RUBIO, CONFINS
Exposição simultânea de “Confins” de Enric Vives-Rubio e “Chocalhadas” de Rui Miguel Pedrosa na Galeria de Santa Maria Maior, em Lisboa, de 11 de maio a 3 de junho de 2023.
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Lisboa, capital da Estremadura portuguesa e de Portugal, museu vivo, por camadas, de vários impérios caídos, é cidade e campo fértil para a agricultura e para a fotografia. O que existe nos extremos Norte, Sul, Este e Oeste do concelho de Lisboa? Estamos rodeados de quê, nessas fronteiras?
Rui Cardoso Martins
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Enric Vives-Rubio, Confins
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Lorena Travassos escreve:
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CONFINS DE LISBOA
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A palavra confim (mais usada no plural) parece ter sido sempre utilizada como sinónimo de área remota, de localidade distante, de extensão de terra. A expressão confins do mundo nos remete a um lugar imaginário onde tudo é possível. Entretanto, etimologicamente falando, o termo confim vem do latim confinis que significa fronteira que, com a pandemia da Covid’19, vem para recuperar a essência do real significado com a palavra confinamento.
Nos meses de Fevereiro e Março de 2021 tornou-se proibido sair do concelho de residência aos fins de semana. A partir desse encerramento obrigatório no concelho, surgiu a ideia deste trabalho. Percorrer a pé os limites de Lisboa (quando possível) caminhar na linha que separa a capital do resto dos concelhos limítrofes, ou na impossibilidade, o mais perto possível dela.
Encontrou-se pequenas florestas, caminhos de terra, muros recém-construídos, muralhas antigas e, claro, o rio Tejo. As fronteiras físicas e as naturais foram impondo o ritmo e os limites do caminhar pelos limites do concelho de Lisboa.
Em grande medida, esse projeto é um trabalho meditativo sobre o território e confinamento, que nos leva a refletir fronteira, limites, restrições, solidão, vazio e, também a revisitar espaços próximos e afastados geograficamente do centro da cidade no contexto de um confinamento. Por isso também, a natureza também se mostra bucólica e nos leva a questionar até quando temos que nos limitar às fronteiras que se levantam por onde possamos caminhar.
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António Bracons, Aspetos da exposição, 05.2023
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A exposição “Confins” de Enric Vives-Rubio apresenta-se conjuntamente com “Chocalhadas” de Rui Miguel Pedrosa, numa organização da Associação CC11, na Galeria de Santa Maria Maior, na Rua da Madalena, 147, em Lisboa, de 11 de maio a 3 de junho de 2023.
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A Associação CC11 regista:
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As duas primeiras exposições individuais em Portugal dos fotojornalistas Enric Vives-Rubio e Rui Miguel Pedrosa chegam agora ao público através de uma parceria entre a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e a associação cultural CC11.
Os projetos mostram o olhar de cada um dos fotojornalistas que querem, através das suas lentes, levar o público a sentir os limites da solidão em tempos da pandemia e a arte ancestral mitológica do Portugal profundo.
Duas exposições aparentemente dissonantes mas complementares. Por um lado, percebemos o olhar introspetivo de Enric Vives-Rubio, que nos transporta para o passado recente do confinamento, um tempo de incertezas e receios. O seu trabalho confronta-nos com as barreiras invisíveis mas também físicas, que têm como símbolo maior a máscara que nos protegeu mas também nos separou do Outro. Sem estarem visíveis, as máscaras da pandemia estão presentes nas imagens. Com Rui Miguel Pedrosa, as máscaras são uma constante nas imagens mas aqui o olhar é outro: uma atmosfera festiva, cheia de movimento e animação que nos desvenda as figuras por detrás das máscaras, património imaterial da humanidade, que rompem com tradições seculares e patriarcais e revelam que mulheres também conquistaram o seu direito a vestir o espírito do Carnaval de Podence.
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Enric Vives-Rubio. Nasceu em Barcelona em 1981 e vive em Lisboa desde 2004. Estudou fotografia no Institut d’Estudis Fotogràfics de Catalunya e fez uma pós-graduação em Fotojornalismo na Universitat Autònoma de Barcelona. Em 2004 muda-se para Lisboa onde estagiou n’O Independente e no Público e trabalhou no Correio da Manhã e no Público. Atualmente é fotojornalista freelancer, colabora em vários projetos culturais como Primeira Vez, a Orquestra sem Fronteiras, o teatro Lu.Ca, entre outros. Ao longo da sua carreira ganhou vários prémios, entre eles o Prémio Gazeta de Fotografia de 2017, com uma fotografia dos 400 carros incendiados no Festival Andanças e foi finalista do Prémio Internacional de Fotografia Humanitária Luís Valtueña, em 2006.
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A exposição “Chocalhadas” de Rui Miguel Pedrosa, no FF, aqui.
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