JOÃO SALGUEIRO BAPTISTA, ABISMO

Finalista do Prémio BF22 – Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira, a exposição esteve patente no Celeiro da Patriarcal, em Vila Franca de Xira, de 12 de novembro de 2022 a 15 de janeiro de 2023.

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Sobre a série, escreve o autor:

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O abismo de estar vivo perante a noção de se estar a morrer. O abismo perante tudo aquilo que não sei, não compreendo e não se subjuga ao meu domínio. O abismo da beleza que existe até mesmo no horror e no veneno. O abismo do amor e da carne. O abismo da noite e dos dias com demasiado sol. Grande profundidade que se supõe insondável e tenebrosa. Fundo do mar. Lugar, geralmente escarpado, em que há uma grande depressão abrupta. Situação difícil ou perigosa. Tudo quanto excede o que de si é excessivo. Coisa ou ser misterioso ou incompreensível. O abismo de nascer dado à contemplação e à reclusão.

Abismo, buraco existencial que afeta uma boa parte de nós que por cá andamos.

O Abismo é uma série fotográfica que se decompõe ao longo de uma seleção minuciosa de imagens e se apropria do real retratado e de tudo aquilo que se pode agarrar enquanto potencial fotográfico.

Exprime uma ficção ou fantasia, que medita sobre um estado e modo de ver, virado para a contemplação e para o silêncio. Alicerçado em evocações da cultura tão profundamente vincada nas raízes do povo em que se inclui, usando variados elementos e símbolos que poderão sugerir conceitos  como o nascimento, a morte, o mito de Adão e Eva ou o início do mundo.

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João Salgueiro Baptista, Abismo

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António Bracons, Aspetos da exposição, 2023

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A exposição do Prémio BF22 – Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira, integrou projetos de Bruno Silva, Joana Duarte, João Salgueiro Baptista, Maria Peixoto Martins, Miguel Marquês, Rafael G’Antunes, Rafael Raposo Pires, Rodolfo Gil, Rodrigo Vargas, Sebastiano Raimondo e Stefano Martini, esteve patente no Celeiro da Patriarcal, R. Luís de Camões, 130, em Vila Franca de Xira, de 12 de novembro de 2022 a 15 de janeiro de 2023.

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Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, escreve a propósito da BF22:

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Na 17.ª edição da Bienal de Fotografia – BF22, Vila Franca de Xira volta a afirmar-se como um território de referência para a divulgação da fotografia contemporânea em Portugal.

As 68 candidaturas apresentadas à presente edição dão conta, por um lado, de uma enorme vitalidade e pluralidade de abordagens artísticas no campo da fotografia e, por outro, do grande prestígio subjacente a este evento cultural que vem sendo realizado pelo Município de Vila Franca de Xira desde 1989. É sem dúvida um marco importante no nosso calendário de eventos, mas também para todos quantos se interessam pela arte fotográfica.

Em nome da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, expresso o meu agradecimento ao Conselho de Curadores, composto por Cláudio Garrudo, Sofia Nunes e Pauliana Valente Pimentel, responsáveis pela seleção dos onze projetos que integram a BF22 no Celeiro da Patriarcal. Os premiados resultaram da escolha do júri constituído por Ana Anacleto, Isabel Nogueira, José Maçãs de Carvalho, Sérgio Mah e David Santos, a quem também agradecemos publicamente.

Referência ainda para o Programa Curatorial, dirigido pela curadora Ana Rito, que estará patente até ao fim de fevereiro de 2023 no Museu Municipal e na Fábrica das Palavras.

A todos os artistas participantes na BF22 damos as nossas calorosas boas-vindas. Estamos certos que esta será uma excelente oportunidade para a divulgação dos seus projetos, celebrando a liberdade e a criatividade artística, num evento de referência nacional que muito nos orgulha.

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Sobre esta edição do Prémio da Bienal de Fotografia, escreve a organização:

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A “Bienal de Fotografia” de Vila Franca de Xira afirma-se em 2022, trinta e quatro anos volvidos desde a sua criação, em 1989, como o mais antigo evento de premiação exclusivamente dedicado à cultura fotográfica no nosso país, ostentando por isso um histórico assinalável ao nível da promoção da prática fotográfica portuguesa.

Apontada desde o início à revelação de novos talentos na área da fotografia artística, a Bienal apresenta uma matriz que partiu da estreita relação com as instituições de ensino artístico no âmbito fotográfico, para se projetar hoje, cada vez mais, na atenção à iniciativa individual dos artistas que fazem uso da fotografia numa perspetiva abrangente e transdisciplinar. Defensora do valor da descoberta e da avaliação da experiência visual que designamos como “fotografia”, a Bienal continua apostada em celebrar a liberdade e a ousadia do processo criativo, empenhando-se na consolidação de um programa cuja amplitude, dividida entre a premiação (Patriarcal) e a ação curatorial (Fábrica das Palavras e Museu Municipal), assegura à nossa cidade um estatuto de referência, no que à prática da fotografia contemporânea diz respeito.

Procurando chegar a todos os públicos, a exposição dos trabalhos dos finalistas candidatos aos Prémios (Bienal de Fotografia, Concelho de VFX e Tauromaquia) apresenta-se como resultado de uma criteriosa seleção elaborada por um Júri de Nomeação, constituído por Sofia Nunes, Pauliana Valente Pimentel e Cláudio Garrudo. Por sua vez, os premiados surgiram da decisão do Júri de Premiação, constituído por Sérgio Mah, Ana Anacleto, Isabel Nogueira, José Maçãs de Carvalho e David Santos. A qualidade de cada uma das exposições individuais agora apresentadas no espaço expositivo do Celeiro da Patriarcal tem a assinatura dos artistas selecionados: Rodolfo Gil, Maria Peixoto Martins, João Salgueiro Baptista, Miguel Marquês, Joana Duarte, Rafael G’Antunes, Rodrigo Vargas, Stefano Martini, Rafael Raposo Pires, Sebastiano Raimondo e Bruno Silva.

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Só nos últimos dias visitei o Prémio da Bienal de Fotografia de 2022, pelo que apresento os vários projetos, finalistas e premiados, já depois da exposição encerrada. Pela qualidade das séries presentes, apresento individualmente cada um dos autores, permitindo assim um maior destaque de cada um.

António Bracons

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