DANIEL BEREHULAK, O INVERNO VERMELHO DE BUCHA

Exposição do Prémio Estação Imagem 2022 Coimbra, no Porto, no CPF – Centro Português de Fotografia, de 19 de novembro de 2022 a 5 de fevereiro de 2023.

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Daniel Berehulak passou várias semanas a documentar crimes de guerra em Bucha, um subúrbio perto de Kiev ocupado por tropas russas durante várias semanas. Aqui, e perante a resistência cerrada dos soldados e voluntários ucranianos, o exército russo enveredou por uma campanha de terror e vingança. Mais tarde, após o recuo do exército russo já desmoralizado e derrotado, todo um cenário de terror e de desolação começa a desvelar-se: corpos de civis espalhados pelas ruas, nos quintais, em porões, em salas de estar. Alguns com tiros na cabeça, outros com as mãos amarradas às costas; os sinais de tortura nem sempre eram evidentes, nem tão-pouco as cicatrizes deixadas naqueles que sobreviveram. Este projecto documenta as consequências de um mês de terror em Bucha. Ainda assim, a morte e a destruição não foi o pior que os ocupantes russos deixaram para trás.

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NYTUKRAINE – Residents stand near the body of a civillian in the recently liberated town of Bucha April 02, 2022 in Bucha, Ukraine. Photograph by Daniel Berehulak for The New York Times

DANIEL BEREHULAK Moradores junto ao corpo sem vida de um civil na recém-libertada cidade de Bucha. Ucrânia, 2 Abril, 2022

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António Bracons, Aspetos da exposição, Coimbra, 2022

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A exposição de Daniel Berehulak, “O Inverno Vermelho de Bucha”, esteve patente no âmbito do Prémio Estação Imagem 2022 Coimbra, no Museu Municipal de Coimbra, no Edifício Chiado, de 13 de setembro a 6 de novembro de 2022 e apresenta-se no Porto, no CPF – Centro Português de Fotografia, no Largo Amor de Perdição, de 19 de novembro de 2022 a 5 de fevereiro de 2023.

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Daniel Berehulak. Fotojornalista premiado e residente na Cidade do México. Nascido no seio de uma família de refugiados ucranianos, Berehulak cresceu numa quinta nos arredores de Sydney, na Austrália. Em 2002, começou a trabalhar como freelancer para a Getty Images em Sydney, fotografando sobretudo eventos desportivos. Esteve em mais de 60 países para cobrir alguns dos momentos fulcrais da história recente, tais como a guerra no Iraque, o julgamento de Saddam Hussein, as eleições na Índia e no Afeganistão, e o regresso de Benazir Bhutto ao Paquistão. Documentou também os difíceis rescaldos do grande tsunami no Japão e do desastre de Chernobyl. O seu trabalho tem sido amplamente reconhecido, contando já com dois prémios Pulitzer, seis prémios World Press Photo, dois prémios de Fotografia do Ano pela Pictures of the Year International, bem como os prestigiados prémios John Faber, Olivier Rebbot e Feature Photography pelo Overseas Press Club. Colabora regularmente com o The New York Times e é membro da agência MAPS.

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