INÁCIO LUDGERO, VENCER O TEMPO
Nos 50 anos de atividade como fotojornalista. Exposição na Casa da Imprensa, em Lisboa, de 23 de junho a 29 de julho de 2022.
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Inácio Ludgero completou 50 anos de atividade como fotojornalista, a 01 de junho de 2022, data em que foi condecorado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Ordem de Mérito.
Uma exposição do seu trabalho, “Vencer o Tempo”, apresenta-se na Casa da Imprensa, na R. da Horta Seca, 20, em Lisboa, de 23 de junho a 31 de julho de 2022, nos dias úteis, das 10:00 às 19:30.
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Inácio Ludgero partilha com o Fascínio da Fotografia algumas das suas fotografias e alguns testemunhos de amigos sobre a sua obra.
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Marcelo Rebelo de Sousa e Inácio Ludgero, condecoração com a Ordem de Mérito, 01.06.2022.
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A escritora Lídia Jorge escreve:
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VENCER O TEMPO
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Os poetas isabelinos costumavam designar o tempo como esse grande traidor. Na verdade, traição é uma palavra que se aplica merecidamente a uma realidade impassível, que nos vê passar pela Terra sem que nos acuda na estranha condição de transitoriedade que é a vida.
E contudo a Arte consegue dar-nos a ilusão de fazer parar o Tempo, nem que seja apenas pelos breves momentos em que contemplamos alguma coisa que sai da fita dos instantes para nos inscrevermos numa qualquer perdurabilidade que não trai. Entre as Artes, a Fotografia, a arte da imagem perfurante, é precisamente uma das mais eficazes no processo de accionar a lembrança, quando aliada ao potencial da beleza que a vida filtrada por uma câmara consegue lograr. É aí que entra Inácio Ludgero e o seu processo de captação do real que luta contra a efemeridade, agora que passam cinquenta anos sobre as suas primeiras fotografias publicadas. A magnífica selecção apresentada nesta exposição constitui um acervo que vem ao encontro da nossa memória colectiva mais viva, produzindo uma sensação de vizinhança com o percurso da História testemunhada, ao ilustrar o tempo que passa e ao mesmo tempo a intensidade da vida que em nós perdura. O fotógrafo artístico, quando também é um grande repórter, consegue a proeza de captar o essencial do humano no meio da viragem da História. Basta olhar para a fotografia extraordinária de Issam Sartawi tombado no hall do hotel Montechoro em 1983, para se compreender que se está perante alguém que consegue inserir no seu percurso o testemunho de momentos essências da viragem dos acontecimentos transformando-os em ícones. Essa poderia ser a imagem emblema do testemunho de um fotógrafo. Por ela, Inácio Ludgero poderá dizer que a sua câmara captou um momento em que o futuro do Médio Oriente anunciava a sua ruína através de um fatídico crime. Igualmente, Inácio Ludgero testemunhou Timor, Ruanda, Beirute, em tempos difíceis. Outras vezes, andou a testemunhar apenas as marcas da mudança da civilização, como em Veneza, Bali, Cuba ou Birmânia. E também foi aos locais onde a memória dos factos essenciais da fúria da violência aconteceram no passado, como Guernica ou Oradour-sur-Glane. E assim esta exposição retrospectiva consolida a ideia que muitos temos da personalidade de Inácio Ludgero – um fotógrafo irrequieto, à procura das linhas quebradas que explicam o mal do mundo para sobre essa consciência erguer a proposta de um outro futuro.
Claro que a Arte não se resume à denúncia do mal e ao anúncio de um conserto qualquer. A fotografia é antes de mais contemplação daquilo que a vida proporciona. Neste friso de fotografias selecionadas que agora se expõem, Inácio Ludgero contempla, sobretudo, o mundo português na sua evolução de contrastes. O Portugal timbrado pelo Estado Novo, de que foi testemunha enquanto jovem fotógrafo ao longo dos dois anos de actividade antes da Revolução. Aí estão as imagens dos espaços coloniais, os rituais arcaicos de então, e depois o salto para o 25 de Abril, Lisboa em festa, e Lisboa em rebuliço revolucionário, e o olhar sobre os funcionários da extinta PIDE, e as figuras proeminentes que interpretaram a mudança que conduziu à Democracia. Perante um tempo histórico da Revolução Portuguesa que ensinou nessa altura alguma coisa boa à Europa e ao Mundo, e que ficou revelado sobretudo através dos grandes fotógrafos portugueses, o olhar de Inácio Ludgero é imprescindível.
Como imprescindível é o seu labor de retratista. Vale a pena passar de vagar os olhos por figuras que ficaram entre nós através dos seus olhos, desde António Variações a Salgueiro Maia, Mário Soares a Eduardo Lourenço, Carlos Paredes ou Amália Rodrigues. A galeria é generosa em número, e em qualidade. O tempo passou, de facto, vê-se pelas datas, mas o olhar dessas figuras permanece tremendo, diante nós, porque está vivo e actuante. Esse tempo, o nosso tempo, ficou suspenso entre o olhar dos próprios e a lente da máquina de Inácio Ludgero. Eles venceram o tempo. E há espaços íntimos nesta espécie de longa narrativa autobiográfica que também é esta exposição de cinquenta anos de fotografia. Inácio Ludgero entrou em Bibliotecas de Lisboa, Madrid, Bruxelas, e captou o silêncio dos livros, essas discretas vozes que falam alto nas almas sem ruído. Quero crer que foi o silêncio articulado desses amigos de aparência imóvel, que terão feito de Inácio Ludgero o fotógrafo inquieto que se aproxima da realidade para a trespassar de luz coada à procura de um sentido.
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Boliqueime, Maio de 2022
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O jornalista Cesário Borga regista:
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O REPÓRTER, A IMAGEM, A NOTÍCIA
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Conheci-o de raspão em 1972 no vespertino “A Capital”. Ele dava ainda os primeiros passos no fotojornalismo e eu já ia a caminho do ‘”Diário de Lisboa” onde me encontrei com o 25 de Abril de 1974. É nos anos seguintes em “O Jornal” que conheço bem o Inácio Ludgero na redacção e nas ruas, de onde ele parte para outros recantos de Portugal e do Mundo.
Em todos os lugares o Repórter que ele é procura as imagens dos momentos que refletem a essência das noticias, o reflexo e a expressão das tragédias, a emoção de cada momento.
Câmara apontada, passos medidos, pronto a captar a imagem onde, na página do jornal, o leitor se concentra, após passar os olhos pelo título, e se agarrar à legenda antes de se envolver na leitura dos acontecimentos, pessoas envolvidas, lugares e momentos marcantes, finalizando a leitura onde foi lançado pela fotografia que olha de novo, uma e outra vez.
Tudo isto está bem espelhado na foto da capa da revista Visão em 1993, captada em Angola, no Huambo, em plena guerra civil. A foto do sofrimento, da angústia e do sono da morte que ficou conhecida como a “Pietá Negra”, prémio Gazeta do ano seguinte e seleccionada pela Associated Press como uma das cinquenta fotos do Século. É assim que o Inácio Ludgero deambula pelo Mundo à procura de uma grande imagem como aconteceu em Timor quando a libertação de um povo se ia decidindo em dias dramáticos que o Inácio Ludgero reuniu no álbum “12 dias com os Mártires do Silêncio”.
E agora uma exposição do melhor de 50 anos.
Imagino que na preparação desse acto de felicidade há também momentos dolorosos nos momentos de escolher o que mostrar. Quando se vê uma a uma as fotos da vida de um grande repórter do fotojornalismo pensamos em quantas fotografias ficaram na sombra de cada uma das que podemos ver.
Afinal, além da técnica, da capacidade de captar o momento que dá expressão à notícia e faz deflagrar as emoções, o Inácio Ludgero é dos que vê no jornalismo, na imagem, na reportagem a paixão de uma vida.
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Lisboa Maio de 2022
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Inácio Ludgero, Embaixada do Chile, 1974 – Lisboa, Abril 1974 – Pides na Penitenciaria, 1974 – Beja, Abril. 1975 (Foto do Ano 1975) – Reforma Agrária, Alentejo, 1975 – José Afonso, Azeitão,1980.
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O jornalista e escritor Fernando Dacosta reflete sobre
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A PERENIDADE DA MEMÓRIA
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Assumindo o fotojornalismo como uma missão cultural, cívica, informativa, interventiva, Inácio Ludgero jogou-se nela reportando-a, como poucos, apaixonado e certeiro.
Dotado de capacidades invulgares, que a coragem, a sensibilidade, a criatividade intensificaram, afirmou espaços próprios nos que o acompanharam e, como eu, o passaram a admirar, já lá vão várias, várias décadas. Décadas de escolhos, de perigos, de partilhas, de ousadias, de injustiças, por viagens, revoluções, convívios, enfrentamentos, logros, vitórias, cumplicidades.
Engenhosamente captadas, as suas fotos revelam uma tensão invulgar na recriação de atmosferas, na diversidade de personagens, na subtileza de sofrimentos, na envolvência de frustrações.
Ele sabe que a perda da memória (em aceleramento nos dias que correm) esvazia o pensamento, a justiça, a liberdade – o futuro.
Daí ela, memória, ser para si, através das suas câmaras, uma bússola inalienável. Para sempre.
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Maio de 2022
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Isabel Nery, jornalista, ensaísta e investigadora em Jornalismo Literário, reflete:
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INÁCIO LUDGERO – EM HOMENAGEM À RUGA DO TEMPO
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Com tantos anos de profissão como eu de vida, já se vê que Inácio Ludgero só podia ter sido um mestre. É verdade que a arte dele era mais a imagem e a minha a palavra, mas o Inácio (assim o tratei sempre) nunca foi parco no verbo. Falador como poucos, começava (e começa) boa parte das suas conversas com um “tenho uma história com…”. Em texto ou em fotografia, é isso que define o gene de repórter: encontrar em todo o lado uma boa história para contar. E o mesmo é dizer: bem servir o leitor.
A primeira vez que saí em reportagem com o Inácio Ludgero para bem servir o leitor era jornalista no diário 24 Horas, mas tinha decidido propor ao Cáceres Monteiro uma reportagem para a revista Visão, então do mesmo grupo.
Naquele dia, há mais de 20 anos, pus-me ao volante a caminho de Coimbra. O Inácio não conduzia, mas era um bom copiloto, conhecedor dos caminhos e dos melhores sítios para estacionar como poucos condutores encartados. Ele não parava de falar, mas eu não me importava. Queria beber tudo o que um repórter experiente como ele tivesse para dizer, até o “veneno” que os jornalistas sempre juntam às suas histórias, umas vezes por dramatismo narrativo outras por cansaço de uma profissão que pode esmagar pela intensidade emocional.
Em Coimbra, esperava-nos uma reportagem num bloco operatório, onde íamos assistir ao “milagre” de dar mãos, polegares e pernas a pacientes que as tinham perdido, através de um método inovador de microcirurgia aplicado por um ortopedista chamado Abel Nascimento.
Como os médicos e enfermeiros, desinfetamo-nos e vestimos os fatos esterilizados (Inácio: ainda estou à espera da foto que me tiraste nesse disfarce de repórter-médica; o Inácio nunca sabe onde tem o seu arquivo, mas eu espero). O bloco operatório do Hospital da Universidade de Coimbra era grande o suficiente para acolher os profissionais de saúde e mais estes dois intrusos. Um com uma máquina fotográfica na mão e outro (eu) com um caderno e uma caneta.
Tínhamos instrumentos de trabalho diferentes, mas éramos uma e a mesma coisa: jornalistas. Sempre que entendia, o Inácio fazia perguntas. Sempre que eu entendia, sugeria ou perguntava por uma imagem que me parecia fazer sentido para o meu texto. Pode parecer simples, mas são raras equipas assim. E o jornalismo deu e dará sempre o seu melhor em equipa.
No regresso a Lisboa, o Inácio dormitou. Talvez inspirado nos muitos trabalhos em que fotografou Mário Soares. Ou apenas porque até os incansáveis se cansam com um longo dia de trabalho.
Depois deste bloco passamos por muitos outros. É possível que o Inácio, com tantas grandes reportagens no portfolio, que vão da alegria violenta do 25 de Abril a Timor ou à África do Sul, já nem se lembre destas incursões em salas de operações. Mas a memória é isso mesmo – é a ruga do tempo. Está lá independentemente do nosso querer. E é com muito orgulho que partilho esta ruga com um grande repórter de imagem que se recusa a dizer do passado que está moribundo.
O Inácio ia (vai) onde a história o chamasse. Cinquenta anos disso trouxeram-nos à bem-dita ideia desta exposição.
Porque sem memória não há liberdade e sem liberdade não há jornalismo, só lhe posso dizer: Bem-haja!
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Maio de 2022
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Inácio Ludgero, Natália Correia, 1982 – Visita do Papa João Paulo II, Porto, 1982 – Assassinato de Issam Sartawi, Montechoro, 1983 – Mário Soares e Maria Barroso, Paris, 1984 – Mário Soares, Porto, 1990.
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António Manuel Ribeiro, músico, testemunha:
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A LENTE FIXA DO INÁCIO LUDGERO
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O convite para entrelaçar umas palavras nesta comemoração – cinquenta (50!) anos dedicados à fotografia é obra em qualquer país do mundo –, enquanto amigo do Inácio, possibilita-me prestar-lhe a minha homenagem enquanto artista fotografado, certamente como tantos outros companheiros (elas naturalmente incluídas) da arte musical.
Porque é através da lente do fotógrafo que um artista, quando em palco, se revê num outro eu: a expressão facial, as mãos que dedilham o instrumento, o microfone que serve de ponte para o grito e a melodia, a corrida, o gesto, o outro eu que somos e que só pela lente do fotógrafo descobrimos. Até estranhamos – eu estranho – que aquele outro seja o mesmo eu.
Foi assim que nos conhecemos, quando ele estava ao serviço do semanário de espectáculos O Sete, fundado a meia da década de ’70 do século passado, certamente numa entrevista quando, em 1980, uma canção, que tanto nos fez correr, mudou as nossas vidas e trouxe imensa energia à música portuguesa a nascer em liberdade.
Depois foram os concertos, o momento da exposição em palco, o retrato que entrega ao artista o selo, a imagem, que dura uma temporada e por vezes uma vida. O Inácio foi (e é) um mestre em perseguir o momento.
Cinquenta anos a clicar, passando da revelação da película para o tratamento digital, constroem a história de muitas histórias, a impressão fotográfica de acontecimentos que são capa e texto da notícia, quando o fotógrafo é repórter ao lado do redactor que grava e toma notas sobre a estória.
É a lente fixa que nos enquadra as palavras debitadas na folha do jornal, da revista, que revela os rostos, nos interioriza nos espaços, entre a alegria e a tragédia da vida do homem à volta do homem.
Sou o artista que guarda (oh vaidoso) o que saiu de mim em palco, o fio das imagens que o fotógrafo Inácio Ludgero traz pelo interior da sua lente para expor numa sucessão fílmica de movimentos corpóreos, os esgares, a gargalhada muda e cúmplice (sorrisos), os passos da coreografia que acontece sob o domínio das luzes.
A música portuguesa foi perdendo as publicações dedicadas ao espectáculo e à indústria editorial musical, fruto dos tempos que rolam e não param. O reencontro com o Inácio deu-se na Sociedade Portuguesa de Autores, a que ambos pertencemos como cooperadores. Mais calmo, eu, desafiante, ele, alimentamos uma amizade que tem história comum: só ele para clicar mais de setecentas (700!) imagens num concerto onde celebrámos o 25 de Abril em Setúbal.
Fico-te grato, Inácio, por tanta generosidade e dedicação à arte por trás da lente fixa.
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Maio-2022
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Luís A. Pita Ameixa, presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, regista:
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(…) A carreira de Inácio Ludgero, foi, como se sabe, grandemente construída e vivida na imprensa, o que mais poder confere às suas imagens, dada a capacidade de disseminação, e a influência que o fenómeno da comunicação irradia na sociedade, aspeto este que levou a que dessem aos mass media o epíteto de “quarto poder” (talvez tivesse sido melhor, quinto, mas essa discussão não é agora para aqui chamada).
Por exemplo, vendo as edições do jornal “A Capital”, da quinta-feira, 25 de abril de 1974, lá está o nome de Inácio Ludgero, nesse momento histórico.
Foi também ao serviço da imprensa que, intrépido repórter, trouxe, de Timor para o Mundo, as mais impressivas imagens, simultaneamente de sofrimento e de esperança, daquele povo, nomeadamente do referendo pela independência.
Fotos impressionantes, duras, comoventes, históricas. (…)
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Inácio Ludgero, Piéta Negra, Angola, 1993 (Prémio Gazeta e 50 fotos do Século XX da Associated Press) – Ruanda, 1995 – Timor, 1999 – Beirute, 2006 – Oradour-sur-Glane, 2013 – Pandemia, Lisboa, 2020
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Gabriela Fernandes, Inácio Ludgero, 23.05.2020
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INÁCIO LUDGERO. Nascido na Amadora em 1950, considera-se alentejano e um Ferreirense por adopção e cidadão do mundo por opção.
Frequentou o curso de Escultura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, ingressando nos quadros do vespertino “A Capital”, em 1 de Junho de 1972. Daqui passou para “O Jornal”, onde desempenhou as funções de repórter-fotográfico, desde o primeiro número, em 1 de Maio de 1975, data em que entrou para a empresa, até à extinção daquele semanário, em Novembro de 1992.
Actualmente, é free-lancer, desde que saiu, no dia 10 de Março de 2008, da revista “Visão”. Colaborou na Sociedade Portuguesa de Autores, onde é cooperador, a sua casa desde sempre.
Os prémios de fotografia, as exposições, a participação em livros e a publicação de fotos em revistas estrangeiras, considera-os como capítulos de uma vida vivida com intensidade e paixão.
Em Junho de 1994, publicou, um álbum fotográfico a preto e branco, com textos poéticos, intitulado “Lisboa, Capital do Coração”. Com edição já esgotada, este livro é, essencialmente, a revelação do pulsar de uma cidade trepidante e apressada, como todas as metrópoles deste fim de século.
Nunca deixa de amar os seus velhos, as suas crianças, as marcas do passado e os sinais do seu destino.
No ano de 1994, ganhou o 1.º prémio do 8.º Concurso de Fotografia do Meio Ambiente da Câmara Municipal do Barreiro, na categoria de preto e branco.
Também no ano de 1994, ganhou o Prémio Gazeta (Prémio Nacional de Foto-reportagem de 1993, do Clube de Jornalistas) com a fotografia de capa do primeiro número da “Visão”, efectuada na coluna do Huambo (Angola), com o título “Pietá Negra”, a qual viria a ser distinguida como uma das 50 fotos do século XX, pela Associated Press, em Julho de 1999.
Esteve no referendo de Timor em 1999, da qual resultou uma exposição que foi inaugurada por sua Exa. o Presidente da República Jorge Sampaio, em 31 de Outubro do mesmo ano em Ferreira do Alentejo; percorreu Portugal inteiro e o mundo, durante mais de um ano, sob o tema “Os Mártires do Silêncio”. Sobre Timor, publicou também um álbum fotográfico em Fevereiro de 2000: “12 Dias com os Mártires do Silêncio”.
Em 2003, participou no livro dos 20 anos do “Tribunal Constitucional”. O último que publicou, “Um Mundo Aflito”, em Maio de 2020, foi uma edição patrocinada pela Sociedade Portuguesa de Autores e publicada pela editora Guerra & Paz.
Inácio Ludgero ama a vida, as pessoas e os lugares. Acredita que o secretismo, a clandestinidade e a cumplicidade são uma via interior, por isso solitária, do Homem para reencontrar a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade.
Inácio Ludgero, nos seus 50 anos como fotojornalista, foi condecorado pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Ordem de Mérito, em 1 de junho de 2022.
A seu respeito escreveu o jornalista Manual Beça Múrias: “E nem todos têm o sentido da oportunidade para estarem atentos quando a História e as histórias acontecem”.
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Pode ler uma entrevista de Inácio Ludgero ao jornal “El Trapézio”, em 05.06.2022, aqui.
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Cortesia: Inácio Ludgero.
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