NICOLÁS MULLER, O OLHAR COMPROMETIDO
Exposição no Porto, no CPF – Centro Português de Fotografia, Largo Amor de Perdição, de 23.10.2021 a 20.02.2022.
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Nicolás Muller, Construcción de diques IV. Hungría, 1936# – La Madeleine. París. Francia, 1938# – Descargando sal. Oporto. Portugal, 1939* – Calle próxima al río Duero. Oporto. Portugal, 1939* – Mercado de Vilar Formoso I. Portugal, 1939* – Gañán de Oporto. Portugal, 1939* – Pescador de Póvoa de Varzim. Portugal, 1939* – Mercado de Vilar Formoso II. Portugal, 1939* – Mercado de Vilar Formoso V. Portugal, 1939* – Bajo la lluvia. Portugal, 1939* – Exhibición aérea. Marruecos, 1941# – San Cristóbal de Entreviñas. Zamora. España, 1952*. (# Fondo Ana Muller, * Archivo de la Comunidad de Madrid. Fondo Nicolás Muller).
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Nicolás Muller (Orosháza, Hungria, 1913 – Llanes, Astúrias, Espanha, 2000) faz parte de um grupo excecional de fotógrafos húngaros sobejamente conhecidos, tais como André Kertész, László Moholy Nagy, MartinMunkácsi, Francisco Aszmann, Eva Besnyö, Brassaï, Lucien Hervé, Mari Mahr e Robert Capa.
De origem judaica, Nicolás Muller viveu na sua terra natal o período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial e, como a maioria dos judeus, teve de emigrar para salvar a vida. Nessa ocasião, viajou por Itália, França, Portugal, Marrocos e finalmente desembarcou em Espanha, onde se estabeleceu permanentemente.
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Nicolás Muller, con Samu. (autorretrato) Tánger, ca. 1942. Fondo Ana Muller.
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Nicolás Muller testemunhou uma época que deixou a Europa cheia de cicatrizes e efetuou um registo notável da forma como decorria a vida dos operários do seu tempo. Viveu e sofreu os primórdios do nazismo e, em busca de uma sociedade livre, rumou a vários dos países que caíram sob a alçada da barbárie nazi: Áustria, Itália e França, ou a outros, como Portugal ou Espanha (onde se estabeleceu em Madrid em 1948), que tiveram a infelicidade de viver as suas próprias ditaduras.
A exposição atual é uma viagem através dos países em que Nicolás Muller viveu. Consiste em 126 imagens, na sua maioria inéditas, produzidas para a ocasião pelo Instituto Cervantes e pelo Ministério da Cultura de Espanha, feitas entre 1937 e 1967.
Em 2015, quando o estúdio Muller em Madrid fechou definitivamente, a sua filha Ana Muller, também fotógrafa, encontrou uma caixa com 3.000 negativos que tinham sido esquecidos. Vendo a excecional qualidade destas imagens, muitas delas inéditas, decidiu dá-las a conhecer e, ao mesmo tempo, aproveitou a oportunidade para mostrar algum do material, também inédito, que o Arquivo Regional da Comunidade de Madrid conserva.
Estas são imagens que Nicolás Muller nunca produziu ou que fazem parte de trabalhos editoriais que apenas utilizaram uma pequena parte destas imagens, e em muitos casos poderia dizer-se que “desfiguradas”, uma vez que foram reformuladas para se adequarem às necessidades das publicações, em muitos casos, para serem quase irreconhecíveis da fotografia original.
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Texto: CPF e Instituto Cervantes.
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A exposição “Nicolás Muller, O olhar comprometido”, está patente no Porto, no CPF – Centro Português de Fotografia, Largo Amor de Perdição, de 23 de outubro de 2021 a 20 de fevereiro de 2022, sendo composta por 126 fotografias, das quais: 29 realizadas em Espanha, 26 em França, 26 na Hungria, 24 em Marrocos, 20 em Portugal e um autorretrato do fotógrafo. São cópias contemporâneas, impressas em 2020, formato 30 x 30 cm destacadas com marcos de 50 x 50 cm. As fotografias são procedentes do Fondo Ana Muller e do Archivo de la Comunidad de Madrid – Fondo Nicolás Muller. Comissariado: José Ferrero.
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Cortesia: Instituto Cervantes de Lisboa.
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