RENATA SIQUEIRA BUENO, CENIZAS #45, 2019

22 de Novembro de 2021

Renata Siqueira Bueno

Cenizas #45

Fotografia: Renata Siqueira Bueno / Desenho e texto: Rolando Castellón / Poema: Jayme Kopke

Lisboa; San Jose, Costa Rica: romax-arte y literatura / Novembro . 2019

Português, espanhol / 14.7 X 10.6 cm / 28 pp

Brochura / 200 ex. numerados, assinados pelos autores. Poema em folha destacada

do que o olho viu quanto ecoa
do que o atrai
quanto trai
quanto ecoa
.
entre o olho e diafragma qual
o contrato
.
nitrato
filme queimado
cinzas

jayme kopke

Cenizas é um projecto editorial iniciado em 1979 por Rolando Castellón, que convida artistas para participarem nas edições, 2 por ano. Os primeiros números foram publicados em São Francisco (EUA) e posteriormente em San Jose, Costa Rica.

Às fotografias de Renata Siqueira Bueno junta-se um desenho e texto escrito à mão por Rolando Castellón.

A amplidão de alguns horizontes ressalta no formato panorâmico de algumas imagens e no corte de outras, pela luz que queimou a película. Algumas fotografias apresentam-se no formato 35 mm, apresentando parte das margens do filme. As fotografias são de diversos locais, com predominância para o Gerês e Pitões das Júnias, mas também a Barragem da Paradela, Campolide, Bussaco, Cascais.

No âmbito do MIP, o Mês da Imagem do Porto, Renata Siqueira Bueno expôs na Galeria Adorna, na Rua do Rosário, no Porto, de 14.11.2020 a 16.01.2021, a exposição “Long time no see”, sobre o Gerês.

Jayme Kopke escrevia então:

Chegar a Pitões das Júnias, no Gerês, quase Galiza, é entrar noutro mundo. Um mundo em que a história de milhões de anos escrita na rocha pela água e pelo vento ecoa nas histórias com séculos das populações sempre rarefeitas que erraram por ali: pastores, contrabandistas, gente afeita à transumância e a chamar cada pedra pelo nome.

A essa fronteira em que o prodigioso da paisagem confina com o mágico das histórias o que estas fotos trazem é um adicional de estranheza. Pelo uso dos cinzentos. Pelas abruptas mudanças de escala. Pelas justaposições entre orgânico e inorgânico, natural e humano, paisagem e imaginação. Quando o olhar de Renata Siqueira Bueno encontra esse mundo, já de si tão distante deste em que vivemos, é ainda um terceiro que nasce. Um mundo criado pelo olhar da fotógrafa. E pelo nosso, a seu convite.”