INSTANTES – FESTIVAL DE FOTOGRAFIA DE AVINTES . 5 – ARMINEH HOVANESIAN, JOANA RAINER, TÂNIA ARAÚJO

Em exposição em Avintes, na Quinta da Agraceira e na Fundação Joaquim Oliveira Lopes, de 1 a 30 de maio de 2021.

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Ao longo de algumas publicações apresento as exposições que integram a 8.ª edição do INstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes, este ano dedicada à fotografia no feminino, sob o tema: “Combinações, numa dimensão maior”. A curadoria é de Alice WR.

Hoje apresento as séries de Armineh Hovanesian, Joana Rainer e Tânia Araújo, que estão em exposição em Avintes, a primeira na Quinta da Agraceira, Rua da Agraceira, 720, as restantes na Fundação Joaquim Oliveira Lopes, Rua 5 de Outubro, 1935, de 1 a 30 de maio de 2021.

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Armineh Hovanesian, In search of identity [Em busca de identidade]

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Armineh Hovanesian, In search of identity

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Todas estas imagens são autorretratos. É como eu comunico sentimentos. A experiência pessoal é uma parte indispensável do meu processo criativo. Exploram diferentes aspetos do meu ser numa cápsula temporal específica e não estão necessariamente interligados.

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Armineh Hovanesian

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Joana Rainer, Lucid dreams

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Joana Rainer, Lucid dreams

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“Lucid Dreams” começou por ser, há cerca de dois anos, o modo como comecei a olhar para as minhas fotografias. É nesta série em particular, fotografada em São Miguel, que sinto que este termo mais se espelha e afirma. Foi o melhor sonho lúcido que tive até hoje. Contemplo o resultado e sinto, imediatamente, que estou dentro daqueles sonhos cheios de eco e de nevoeiro – sei que é lá que quero ficar, ir ficando. Como quando sonhamos que estamos a cair e vamos acordar quando chegarmos ao chão mas, neste caso, eu não acordo: ou melhor, acordo lá e não cá. Caio sem chegar aqui e lá fico, vagarosamente, num deambular de asas em sereno limbo onírico.

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Joana Rainer

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Tânia Araújo, Diários do Interior

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Tânia Araújo, Diários do Interior

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A partir de um guião de cinco perguntas, encontrei as pessoas que deram rosto ao meu ensaio pessoal (interior), que parte à descoberta de pessoas que não são naturais do concelho da Covilhã, a maioria, estudantes estrangeiros. Um ensaio que mostra como se vive no interior, como se estivéssemos noutro lugar que podia ser em qualquer parte do mundo.

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Tânia Araújo

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Armineh Hovanesian

Fotógrafa premiada e publicada internacionalmente. Nascida em Paris, criada em Teerão e Boston, com uma passagem de pouco mais de dois anos por Lisboa, Armineh mora atualmente em Los Angeles, registando momentos desde 2009. É uma das primeiras integrantes do movimento da iPhoneografia. Não teve formação profissional, sendo autodidata. A sua visão tem sido a força motriz por trás das suas criações. As suas ferramentas de eleição são o seu iPhone 11 Max Pro e a suas câmaras Sony Il-CE 5000 e Minolta 1. Sonha um dia poder trabalhar com uma Rolleiflex, uma Hasselblad 553 ELX, uma mirrorless Leica SL (Typ 601) e uma Leica M6. Por enquanto, a fotografia é um hobby.

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Pode conhecer melhor a sua obra aqui.

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Joana Rainer (1993, Vila Franca de Xira).

Licenciatura em Estudos Gerais – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Pós-Graduação em Estudos Comparatistas – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Encontrei a fotografia analógica no meu primeiro ano de faculdade, em 2012. Não tendo dinheiro para investir numa câmera digital, este encontro com o mundo analógico mudou a minha vida para sempre. 

Há um ano comecei também a fotografar alguns auto-retratos em digital, mas creio que é a fotografia analógica que ganha um lugar especial no meu coração. A sua beleza continua a revelar-se todos os dias.

Apesar da alegria que sinto sempre que aprendo algo novo sobre fotografia analógica, a minha parte preferida é sempre aquela que não posso explicar ou nomear – a que pertence ao mistério e à imperfeição.

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Pode conhecer melhor o seu trabalho aqui.

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Tânia Araújo Nasceu em 1980, em Lisboa. Licenciada em Audiovisual e Multimédia na Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa.

Desde 2003, faz parte dos órgãos diretivos do Movimento de Expressão Fotográfica. Entre 201 6 e 2018, foi coordenadora do projeto Imagine Conceptuale, desenvolvido pelo MEF com pessoas cegas, um projeto PARTIS, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2011, realizou uma residência artística pela Scoala de Poetica Fotografica Francisc Mraz, em Bucareste, e foi convidada para realizar uma residência artística no projeto EVA — Exclusão de Valor Acrescentado, em Setúbal, a convite do Clube Português de Artes e Ideias, financiado pelo Programa Escolhas e pela Secretaria de Estado da Cultura/Direção Geral das Artes. Em 201 0, realizou uma residência artística no Hote125, em Berlim. Selecionada na área de fotografia no Concurso Jovens Criadores em 2009 e 2010. Em 2010, ganhou uma menção honrosa na XI Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira. Em 2009 e 2017, foi finalista nos Encontros de Imagem de Braga.

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O INstantes, Festival de Fotografia de Avintes, foi criado por Pereira Lopes.

Nesta 8.ª edição, apenas com fotografia no feminino, a curadoria é de Alice WR:

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(…) cabe-me contribuir para que o impacto emocional que as imagens possam provocar aconteça, como uma dança entre o lugar e as obras, pelo prazer da arte fotográfica e pelos cruzamentos possíveis, numa dimensão maior.

O primeiro propósito, alicerçado na capacidade que as autoras têm de falar de si e de se constituírem como referentes, é destacar a autoconsciência e reflexão crítica de onde emergem, de vários prismas, diferentes identidades no feminino. Alguns trabalhos são ensaios auto-reflexivos onde as autoras, simultaneamente fotógrafas e performers, nos conduzem pelo território irreverente das suas narrativas de corpos fotografados. Seja pela busca criativa de uma imagem atrevida ou perturbadora da realidade, pela desconstrução pós-moderna, pela revalorização de uma linguagem hibrida ou pela fabricação da imagem na interseção da escultura ou da pintura com a fotografia, os trabalhos apresentados são, simultaneamente, afirmação, resistência e libertação.

O segundo propósito, reside no facto de salientar o domínio do invisível, aquele que está por detrás do que é mostrado e que importa considerar para assim se apreender a obra de forma plena. Inerente ao conjunto das subjectividades e autoralidades dos trabalhos, existe o significado/simbólico que, de forma mais literal ou mais poética, translúcida ou efémera, nos possibilita a dimensão da invisibilidade presente em conceitos universalistas como amor, morte, identidade, sofrimento, incerteza ou esperança.

Por oposição às imagens técnicas e a uma homogeneidade visual asfixiante, repetida à exaustão, o terceiro propósito consiste em refletir e fazer emergir o avesso dos processos criativos, as pontas soltas e os fios e maranhados, que são tornados públicos, nos seus lados direitos. A enfâse está na importância do processo das artistas, que experimentam diferentes procedimentos, alinhavando-os criativamente e dando lugar a um inesgotável repertório de combinações.

Por último, o propósito de afirmar a presença das mulheres no mundo da Arte e da Fotografia em particular. Tal como em tantos outros países, também em Portugal, várias mulheres fotógrafas se dedicam (e dedicaram) à Fotografia como hobby, criação artística ou meio de subsistência. (…) Os seus trabalhos, não são compatíveis com a ausência, a invisibilidade ou o silêncio.

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Pode ver a programação e as exposições na agenda do Festival no FF, aqui e no site aqui.

Sobre as restantes exposições no FF: aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

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Cortesia: iNstantes / Alice WR.

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