COLETIVO 4:5, DIÁRIO DE CONFINAMENTO, 2020
Fotografia: Coletivo 4:5 (quatro por cinco): Ana Isabel Melo, Joana carvalho Dias, Luís Carvalhal, Mafalda Gomes, Margarida Macedo Basto, Meryeli Macedo, Pedro N. Madeira.
Há um ano (16.03.2020) era decretado o primeiro estado de emergência devido à pandemia de COVID-19 em Portugal.
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Coletivo 4:5 (quatro por cinco)
Diário de Confinamento
Fotografia: Ana Isabel Melo, Joana Carvalho Dias, Luís Carvalhal, Mafalda Gomes, Margarida Macedo Basto, Meryeli Macedo, Pedro N. Madeira [Coletivo 4:5 (quatro por cinco)] / Texto: Francisco Feio, Luís Aniceto / Design: Ana Isabel Melo, Joana Carvalho Dias, Luís Carvalhal
Edição de Autor / Novembro . 2020
Português / 15,1 x 22,8 cm / 148 pp., não numeradas
Brochura / 170 ex.
ISBN: –
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Em pleno período de confinamento, de março a julho de 2020, Luís Carvalhal orientou a 4.ª edição do curso de projeto fotográfico do Coletivo 4:5 (quatro por cinco), que se materializa neste livro. É assim um testemunho da vivência do tempo de parte significativa de 2020 – e que se volta a viver em 2021 – procurando limitar os efeitos da pandemia causada pelo coronavírus SARS-COV-2, o COVID-19.
Perante uma conjuntura social e económica bastante cinzenta provocada pela pandemia, os autores (alunos e professor) criaram um diário visual que, simbolicamente, representa a miríade de vivências e sentimentos que cada um partilhava semanalmente, num processo de edição conjunto durante as aulas, forçosamente on-line.
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Francisco Feio escreve o ensaio que abre a obra:
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Usados para fins diversos desde a antiguidade, os diários foram ganhando diferentes formas de uso, tendo em conta o seu conteúdo e o seu destino. Os diários ou cadernos de artista, acumulam registos e pensamentos que se vão atravessando ao longo dos dias. São célebres os cadernos de Leonardo, Delacroix, Hopper e tantos outros onde, para além do valor do objeto em si, podemos retirar muita informação que nos ajuda a perceber ou contextualizar uma obra em particular ou aclarar o pensamento estético do autor.
A fotografia veio dar uma outra dimensão a estes registos e à semelhança dos pintores também desde cedo os fotógrafos começaram a construir os seus cadernos de imagens. Uma fotografia colada, um pensamento escrito, um desenho, numa amálgama que muitas vezes vai em crescendo até se tornarem objetos híbridos entre vários modos de representação. Talvez o caso mais emblemático seja o dos cadernos de Peter Beard, recentemente desaparecido. Outra abordagem podemos encontrar nas fotografias de Nan Goldin onde alguns dos trabalhos são para ser vistos e entendidos como um enorme e complexo diário que junta as vivências da autora. Podemos referir ainda o trabalho de Sophie Calle que assenta numa narrativa autobiográfica, quase diarística. Este lado autobiográfico do diário está ligado ao diário íntimo moderno que tem a sua origem no final de setecentos e é um produto típico da sociedade burguesa da época
Nos últimos anos, com a disseminação das tecnologias de registo e partilha de imagens através de dispositivos móveis assistimos a uma explosão desta prática, de registo imediato das nossas vivências, que já não encontram suporte físico, mas vivem algures na nuvem, num écran sempre perto de nós. A escrita de um diário é um momento de fechamento sobre si. Talvez estes tempos estranhos que vivemos, onde o confinamento alterou por completo as nossas vidas, encontrem no registo diarístico a sua forma mais completa de expressão.
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Outubro de 2020
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Coletivo 4:5 (quatro por cinco): Ana Isabel Melo, Joana carvalho Dias, Luís Carvalhal, Mafalda Gomes, Margarida Macedo Basto, Meryeli Macedo, Pedro N. Madeira, Diário de Confinamento, 2020
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Pode adquirir o livro aqui.
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