ANTÓNIO BRACONS, BASÍLICA DE S. MARCOS, VENEZA, 2019

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António Bracons, Basílica de S. Marcos, Veneza, 08.2019

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Coroando a Praça de S. Marcos, a Basílica de S. Marcos é o centro da vida religiosa da cidade e desde 1807 é a basílica de Veneza.

A construção da Basílica de S. Marcos teve início em 828, para abrigar o corpo do Evangelista São Marcos, trazido de Alexandria, sendo então uma parte do Palácio dos Doges. A construção da atual basílica teve início em 1063 e foi consagrada em 1094, no mesmo ano em que o corpo de São Marcos foi supostamente reencontrado num pilar pelo Doge Vitale Falier; até 1811 repousou na cripta.

Ao longo dos tempos sofreu diversas alterações na sua decoração interior e exterior, sendo o conjunto de grande riqueza e equilibro.

Logo a fachada, testemunha a variedade de pedras e centenas de colunas, que os mercadores venezianos traziam das mais diversas origens para enriquecer a sua Basílica, para além dos elementos escultóricos, os 4 cavalos de cobre dourado, sobre a entrada, trazidos de Constantinopla por volta de 1254 (em 1990 transitaram para o anterior, sendo substituídos por réplicas), os mosaicos das agulhas, onde se reconhece a Descida de Cristo da Cruz, a saída do túmulo, a Ressurreição e a Ascenção; os mosaicos dos pórticos, representam cenas da vida de S. Marcos.

A Basílica está decorada com mais de 4.000 m2 de mosaicos, desde o séc. XI até ao XVI, ao estilo bizantino. Quer as cinco cúpulas interiores, quer as pequenas cúpulas das galerias de entrada e parte das paredes, estão decoradas com composições formadas por pequenos mosaicos, mostrando cenas do Antigo e do Novo Testamento e da vida do Evangelista. Predomina o ouro, mas também o lápis-lazúli e outras pedras e cores, brilhantes e intensas. Contudo, a humidade permanente – quer do Adriático logo ao lado, quer das acqua alta e das cheias, que entram dentro do templo, como as de novembro de 2019, levam a um escurecimento, obrigando a operações periódicas de limpeza.

Um baldaquino cobre o altar principal, com colunas decoradas com relevos do século XI, na sua parte posterior acolhe o Retábulo de Ouro, de 3,48 m por 1,40 m. Um primeiro foi executado em 978, sendo refeito em 1105 e completo 1345, enriquecido com ouro, diamantes, pedras preciosas e 80 preciosos esmaltes bizantinos trazidos de Constantinopla, aquando da Quarta Cruzada, em 1204. Em posição central, Cristo ladeado pelos Evangelistas e cenas da vida de Jesus, da Virgem Maria e de S. Marcos, anjos, profetas e imperadores orientais.

O pavimento é revestido com painéis de diferentes padrões geométricos, minuciosos, rigorosamente compostos numa variedade imensa de pedras.

O ambiente, apesar da riqueza e ostentação, conduz à reflexão e à oração.

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