ANTÓNIO BRACONS, AVELAR BROTERO, JARDIM BOTÂNICO, COIMBRA, 1998
275 anos do nascimento de Félix da Silva Avelar, conhecido como Félix de Avelar Brotero (Santo Antão do Tojal, Loures, 25 de novembro de 1744 – Belém, Lisboa, 4 de agosto de 1828)
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António Bracons, Avelar Brotero, Jardim Botânico, Coimbra, 1998
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Logo na entrada principal do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, no terraço que se debruça sobre o Jardim, Avelar Brotero, insigne Botânico e 2.º diretor do Jardim, acolhe-nos nas suas vestes doutorais, sentado e pronunciando uma lição. A estátua foi esculpida em mármore pelo grande Soares dos Reis. O facto de Brotero ser representado sentado causou alguma apreensão, mas Soares dos Reis defendeu-se: nunca representaria um militar sentado, mas era um catedrático, pelo que fazia todo o sentido. A encomenda foi aceite; concluída em junho de 1886 foi assente a 1 de abril de 1887.
Está ladeada por duas Gingko biloba, árvore linda, espécie de origem chinesa, que é considerada um fóssil vivo, pois sabe-se que já existia no tempo dos dinossauros.
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Félix da Silva Avelar (Santo Antão do Tojal, Loures, 25.11.1744, Lisboa, 04.08.1828) era desde os 19 anos capelão-cantor da Sé de Lisboa. Depois de estudar latim, grego e música, inscreveu-se, em 1770, na Faculdade de Cânones da Universidade de Coimbra, onde os cursos eram livres, fazendo os exames no fim do ano letivo; concluiu três anos, pois a Reforma Pombalina da Universidade, de 1772, que proibia os exames sem a frequência das aulas, obrigou-o a interromper os estudos.
Em 1778 foi para Paris, onde, adotou o apelido de Brotero, que quer dizer amante dos mortais. Nos 12 anos de França, concluiu estudos de História Natural e doutorou-se em Medicina na Universidade de Reims, deixando de exercer medicina para se dedicar ao estudo da Botânica.
Brotero regressa a Lisboa em 1790; por Decreto de 25 de Fevereiro de 1791, é nomeado lente de Botânica e Agricultura na Universidade de Coimbra, passando a dirigir o Jardim Botânico, que reorganiza.
Das muitas obras que produziu, destacam-se o Compendio de Botânica, publicado em 1788, em Paris, o primeiro livro de texto do género escrito e editado em português; a Flora Lusitanica (1804), onde identificou cerca de 1800 espécies, muitas delas até então desconhecidas e a Phytographia Lusitaniae selectior (1816-1827). Em sua homenagem, foi dado o seu nome a diversas plantas, sendo as mais conhecidas: o Carduus broteroi, o Carduus lusitanicus ssp. broteroi, o Ornithogalum broteroi e o Quercus robur ssp. broteroi.
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In: António Bracons e José Cura, Marcofilia Comemorativa de Coimbra. Coimbra: Clube de Colecionadores de Carimbos Comemorativos da Secção Filatélica da Associação Académica de Coimbra, 2013.
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Pode ver as Gingko biloba no Outono, fotografias de António Bracons, no Fascínio da Fotografia, aqui.
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