SANDRA LOURENÇO, HULHA
Esta série integra a exposição “Desvio”, patente na Águas-Livres 8, na Praça das Águas-Livres, 8, em Lisboa, de 24 de maio a 22 de junho de 2019.
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António Bracons, Aspetos da exposição “Hulha”, de Sandra Lourenço, 2019
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As fotografias de Sandra Lourenço apresentam sobretudo detalhes da floresta: de um tronco, de um fragmento do chão. A floresta queimada, olhada no detalhe. A impressão das imagens é feita sobre madeira que foi (também) previamente queimada. A base, o suporte da imagem, confunde-se assim com a própria imagem.
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Sobre esta série, escreve Sandra Lourenço:
Num processo de fossilização que dura milhões de anos, a falta de oxigénio e o aumento da concentração de carbono, transformam restos de árvores, troncos e vegetação diversa em carvão mineral.
Isto leva-nos a uma sensação contraditória entre o efémero e o eterno, permitindo-nos fazer uma analogia com o esqueleto no ciclo de vida do Homem. Os ossos são a memória tangível da perda de vida e ao mesmo tempo um elemento relativamente permanente, o último vestígio, que para certas culturas será o que resta e representa o lado espiritual do ser.
Em Hulha, a procura de outras texturas leva à transformação de um registo visual inicial também ele efémero mas que, na sua representação atual, se torna eterno. Da necessidade de acrescentar outras camadas à fotografia, as imagens são apresentadas na própria madeira onde ganham uma nova dimensão plástica.
Esta série está enraizada em anteriores projetos onde o discurso vem sendo construído à volta da ideia de floresta e de todo o seu simbolismo enquanto “labirinto vital”.
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Sandra Lourenço (1971) nasceu em Lisboa, onde estudou Fotografia no Ar.Co e Publicidade no IADE. Entre 1997 e 2011 viveu em Barcelona onde ampliou os seus estudas na área da Comunicação Audiovisual e fez diversas formações em fotografia e técnicas de impressão. Atualmente, trabalha como freelancer em Lisboa.
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O Atelier de Lisboa apresenta os trabalhos dos alunos do curso de Projecto em Fotografia e Artes Plásticas, sob orientação de Cláudia Fischer e José Luís Neto. Quatro jovens autores: Bruno Parente, Margarida Rêgo, Ricardo Junqueira e Sandra Lourenço, sob o título comum de “Desvio”, apresentam projetos distintos e inovadores, maturados, reflexo de uma jovem fotografia portuguesa cada vez mais viva. A exposição tem lugar em Lisboa, na Águas-Livres 8, na Praça das Águas-Livres, 8, de 24 de maio a 22 de junho de 2019.
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Contacto: zandlou (at) mail.com
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