DOMINIQUE TEUFEN E NUNO ANDRADE, LAUREADOS DO PRIX HSBC POUR LA PHOTOGRAPHIE 2019
Parabéns, Dominique Teufen! Parabéns, Nuno Andrade!
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Os premiados da 24ª edição do Prémio HSBC para a Fotografia, 2019, promovido por aquela instituição bancária, foram conhecidos no passado dia 19 de fevereiro: Dominique Teufen e Nuno Andrade, selecionados entre doze finalistas.
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Dominique Teufen e Nuno Andrade
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O Prémio HSBC de Fotografia, criado em 1995 sob os auspícios da Fondation de France, visa ajudar e promover a geração emergente da fotografia. Esta é uma competição anual, aberta de setembro a outubro, para qualquer fotógrafo que nunca tenha publicado uma monografia (sem critérios de idade ou nacionalidade).
Stephano Stoll, diretor do Festival Images, de Vevey e conselheiro artístico desta 24ª edição, foi responsável por pré-selecionar doze candidatos, a partir dos quais o Comité Executivo selecionou dois vencedores.
Este ano, o prémio foi ganho pela suíça Dominique Teufen e pelo português Nuno Andrade, que beneficiarão de um ano de apoio. Este apoio irá incluir a publicação da sua primeira monografia pelas Edições Xavier Barral, uma exposição itinerante do seu trabalho em França e / ou no exterior, apoio à produção de novos trabalhos, que serão apresentados na fase final, e também a aquisição pelo HSBC France de seis obras da sua coleção fotográfica.
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Dominique Teufen, série “My travel through the world on my copy machine”: Mountainview, 2013 – Panorama, 2014 – Summertime 2015 – Driedout 2015 – Ridge 2015 – Canyon 2015 – Rockydesert 2015 – Island 2013 – Rainday 2013 – Icelake 2016 – Graverpits, 2016 – Glacierlake 2016
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Dominique Teufen é uma fotógrafa suíça, formada em escultura em Zurique e Amsterdão, destacou-se pela experimentação material na sua série “My travel through the world on my copy machine” (“A minha viagem através do mundo na minha máquina de cópia”). Fascinada pela variedade de possibilidades oferecidas pela fotografia, ela explora várias técnicas, incluindo fotocópia. Põe em tensão a segunda e terceira dimensões e constrói imagens que enganam o olhar, divertindo-se para contrariar nossa percepção da realidade.
Dominique Teufen tem exposto internacionalmente, incluindo o Museu Central de Utrecht (2016), a Bienal de fotografia de Bogotá (2017), o Fórum NRW em Düsseldorf (2018) e o Musée Fries em Leeuwarden, na Holanda (2019).
Sobre a sua série escreve:
Quem não conhece? Estas imagens fantásticas duma viagem por terras distantes; as extensões cobertas de neve da Antártida, as pitorescas colinas da China, por exemplo, ou os fiordes escarpados da Noruega. Todos já as viram antes, elas parecem-nos familiares, despertam um desejo em nós, mas a maioria de nós nunca lá esteve. Com base nestas belas fotografias de paisagens de livros e revistas de fotografia, a minha viagem pelo mundo com minha máquina de cópipas é criada e fotografada entre 2013 e 2018 no meu estúdio. A ilusão parece perfeita; a jornada mental para uma realidade acreditada começou. A nossa perceção sugestiva desenha imagens de paisagens pitorescas, que na realidade são todas produzidas por uma fotocopiadora comercialmente disponível. A imponente cordilheira é uma peça trivial de papel de seda, a idílica praia é um saco de plástico fino e o imponente glaciar é uma mera fila de bolas de algodão.
Começando com papel amarfanhado, plástico deformado, acrílico e folhas, até farinha, algodão e borras de café, uma variedade de materiais é colocada na fotocopiadora. Além disso, a exposição é controlada pela manipulação da tampa da fotocopiadora. No processo, esses materiais transformam-se em encostas cobertas de neve ao luar, montanhas enormes, formações rochosas enormes, paisagens montanhosas nubladas ou, por exemplo, uma superfície de água com múltiplos reflexos e uma impressionante silhueta costeira. Capturei essas paisagens imaginárias com a minha câmara e, assim, transformei-as numa realidade possível. As fotocópias a preto e branco A3 são então destruídas. Para a minha viagem pelo mundo com minha fotocopiadora fico no meu estúdio, e documento a minha jornada por áreas desconhecidas, por países distantes onde fisicamente eu nunca poderia viajar, mas na minha imaginação posso ir onde quiser.”
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Nuno Andrade, Ginjal
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Nuno Andrade concorreu com a sua série “Ginjal”, que documenta a vida de um restaurante famoso da região de Lisboa, que se tornou um salão de bailes onde cruzam-se solidões e desejos, um local de vida intemporal no qual o fotógrafo conseguiu captar a atmosfera.
Nuno Andrade estudou fotografia no Maumaus e no Atelier de Lisboa. Combinando os seus projetos de fotografia pessoal com o seu trabalho como arquiteto, conseguiu desenvolver um trabalho documental sobre a população e os locais de Lisboa.
O seu trabalho já foi exposto em Lisboa, Braga, Vila Franca de Xira, Helsínquia, Nova Deli e Goa.
Sobre “Ginjal” escreve Nuno Andrade:
“Floresta do Ginjal” foi o restaurante mais famoso do cais do Ginjal, em Cacilhas. Desde que abriu, na década de 50, tornou-se palco de encontro das duas margens do Tejo, escolha incontornável para inúmeros almoços, festas e casamentos.
Seis décadas depois encerra as suas portas e não mais as abriu. Cumpriu o seu ciclo.
O antigo espaço renasceu posteriormente sob a forma de sala de bailes.
Hoje é um lugar mágico e misterioso, povoado por personagens fascinantes: amantes, sonhadores, solitários, eternos conquistadores… Todos partilhando um tempo que só ali existe.
Vidas reais com desejos simples, ambições comuns. Enganar a solidão, encontrar o amor.”
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A primeira exposição dos dois laureados terá lugar a 11 de abril na Rogalerie Clémentine de la Féronnière, em Paris.
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Pode conhecer melhor o trabalho de Nuno Andrade aqui e o de Dominique Teufen aqui.
Este projeto de Nuno Andrade no Fascínio da Fotografia, aqui.
Fonte do texto: Connaissance des Arts, aqui.
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