ANTÓNIO PEDRO VICENTE, CARLOS RELVAS FOTÓGRAFO, 1984
Dos 180 anos do nascimento aos 125 anos da morte de Carlos Relvas (Golegã, 13 de novembro de 1838 – Golegã, 23 de janeiro de 1894)
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António Pedro Vicente
Carlos Relvas Fotógrafo (1838-1894). Contribuição para a História da Fotografia em Portugal no século XIX
Fotografia: Carlos Relvas / Texto: António Pedro Vicente
Lisboa: INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda / Dezembro . 1984
Colecção Arte e Artistas
Português / 15,0 x 23,5 cm / 112 págs.
Brochura, Cartonado / 3.000 ex., brochura, dos quais 250 constituem a edição especial cartonada, sendo 50 exemplares numerados F.M. I a L e 200 numerados E. 1/200 a 200/200, de modo manuscrito e assinados pelo autor do texto.
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Edição em brochura
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Edição cartonada.
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A ligação de António Pedro Vicente à Casa-Estúdio Carlos Relvas foi-nos contada por José Soudo, há poucos dias (aqui):
Em 1975, acompanhado pelo Historiador e Jornalista, Carlos Ferrão (1898/1979), o Professor Doutor António Pedro Vicente (n. 1938) visita a Casa-Estúdio pela primeira vez e a partir daí, inicia um profundo trabalho de sensibilização das autoridades portuguesas, para que se entenda a importância da mesma, assim como de todo o espólio fotográfico, aí existente.
Em 1978, Dona Amália da Câmara Pina, familiar distante de Dona Mariana Correia, a segunda esposa, oferece à Câmara Municipal da Golegã, a Casa-Estúdio e todo o espólio aí existente.
Em 1981, Melancia Godinho, então Presidente da Câmara Municipal da Golegã, solicita auxílio à Fundação Calouste Gulbenkian para a avaliação do estado em que se encontram as cerca de 12000 fotografias aí guardadas em cerca de 300 caixas.
Em 1981/82, o IPPC nomeia José Luís Madeira, como colaborador da 1ª Comissão instituída para se atribuir estatuto à Casa-Estúdio.
António Pedro Vicente, Doutorado pela Universidade de Paris-Nanterre, Professor Catedrático de História na Universidade Nova de Lisboa, Embaixador de Portugal, Especialista nas Invasões Napoleónicas, Investigador e Especialista acerca dos antecedentes históricos que levaram à instauração da República em Portugal, foi a personalidade de referência desta Comissão, em virtude de todo o trabalho de prospecção e investigação, feito entre 1975 e 1981.
No ano de 1982, por razões de …quebra de solidariedade institucional…, Pedro Vicente apresenta a sua demissão desta comissão.”
Contudo, prossegue o seu trabalho de historiador, investigador e apaixonado pela fotografia e em 1984 a Imprensa Nacional – Casa da Moeda (INCM) publica a presente obra, a primeira de fundo sobre a obra de Carlos Relvas, que recorre a imagens da coleção do autor.
Neste livro, para além de na “Apresentação” referir a presença das exposições de fotografia nos grandes museus internacionais, no importante ensaio que constitui o livro, analisa a vida e a obra de Relvas, bem como faz uma história da fotografia em Portugal no séc. XIX. Conclui com uma “Síntese biográfica”, uma lista de “Obras da autoria de Carlos Relvas ou nas que colaborou”, as “Medalhas, diplomas e títulos honoríficos concedidos a Carlos Relvas, enquanto fotógrafo” (outros recebeu pelos seus inventos, criações, como benemérito, etc.), e “Bibliografia sobre Carlos Relvas”.
Ao tempo, este livro abria horizontes: não só dava a conhecer um importante fotógrafo português, alertava para a importância da preservação da sua Casa-Estúdio e do seu espólio, bem como apresentava um pouco da história da fotografia, da sua origem e evolução no mundo e da fotografia portuguesa.
A obra reproduz um conjunto significativo de fotografias de Carlos Relvas, quer dos auto-retratos e retratos de família, quer das paisagens, dos animais, dos mendigos, as vistas estereoscópicas, a sua viagem à Serra da Estrela… E reproduções através de gravuras das suas fotografias: do seu estúdio no ano da inauguração, em 1875, em vista interior e exterior.
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António Pedro Vicente, Carlos Relvas Fotógrafo, 1984
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António Pedro Vicente (Águeda, 1938), doutorado em História pela Universidade de Paris — Nanterre, é professor catedrático jubilado da Universidade Nova de Lisboa, Académico de Número da Academia Portuguesa de História e sócio correspondente de várias academias internacionais, incluindo a Real Academia de História de Espanha.
Recebeu, em 2001, o Prémio Calouste Gulbenkian de História. É autor de numerosas publicações sobre história portuguesa do século XIX e suas relações com Espanha, França e Inglaterra, além de estudos sobre a História da Fotografia e da I República, destacando-se “Carlos Relvas Fotógrafo. Contribuição para a História da Fotografia em Portugal no século XIX”, “Arnaldo Garcez, um Repórter Fotográfico da 1ª Grande Guerra” (no Fascínio da Fotografia, aqui) e “Os primeiros 75 anos da Fotografia em Portugal”, que integra o volume XV da História de Portugal, Alfragide: Ediclube, 1993.
A sua fabulosa coleção de câmaras fotográficas pode ser vista no cpf – Centro Português de Fotografia, integrando o Núcleo Museológico que tem o seu nome.
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Algumas das suas fotografias de Carlos Relvas da coleção de António Pedro Vivente estiveram em exposição em Ooimbra, nos 10.ºs Encontros de Fotografia de Coimbra, por ocasião dos 150 anos da Fotografia, em 1989, aqui.
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