JOÃO LEONARDO, DESCONSTRUÇÃO | E UM MANUAL DE INSTRUÇÕES |, 2017

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João Leonardo

Desconstrução | e um manual de instruções |

​Fotografia: João Leonardo / Textos: Helena Rafa e Susana Sobrado

​Autor / Novembro . 2017

Português / 24,0 x 20,0 cm / 144 pp.

Cartonado, tecido cinza, com impressão serigráfica / Integra um marcador / 80 ex.

ISBN: 9789892079165

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Será necessário

o registo da realidade?”

João Leonardo, Desconstrução

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João Leonardo fotografa o Parque de Saúde de Lisboa. Detém-se no interior dos muros, quase sem entrar nos edifícios, centrado no espaço do jardim, pontualmente uma ou outra pessoa. Não sai para fora, para o bulício da cidade, ali ao lado. Nem a mesma se apercebe nas suas imagens.

As imagens ocupam predominantemente as páginas ímpares, pontualmente alguma em formato maior, ocupando também a página contígua ou prolongando-se na seguinte, imprime um ritmo e um percurso ao livro. Os títulos das partes,

| Caos  | Arriscas? | Aproxima-te | Cenas Fortes | Memória | Contas de vidro; e as palavras? | Não partir|

a que se segue o | manual de instruções |, modelam a leitura. Lemos as imagens e as linhas de texto que se complementam (mas que podem ser independentes) e entramos num espaço de serenidade e calma – ou não. Sentimos a serenidade do espaço, mas também a vivência do que foi o antigo Hospital de Júlio de Matos – e que em parte é ainda Hospital Psiquiátrico – para além de muitos outros serviços que acolhe.

O papel é de cor beije, espesso, e a impressão cuidada, sublinha a densidade da obra.

“Desconstrução” é assim uma desconstrução, como fragmentária é a fotografia, mas é também uma construção.

A obra é complementada “Com 17 instruções de Helena Rafa e Susana Sobrado”, e como diz o autor, “… com imagens a namorarem a escrita, sem se envolverem; um livro que se torna um desafio ao gostar, ao degustar e, quase aposto, ao adivinhar…”

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Marcador

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A abrir o seu projeto, João Leonardo escreve:

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Estas imagens percorrem várias camadas: sensações, espaços, admiração, talvez o imprevisto; talvez, também, a provocação. É o recolocar do olhar na realidade do imaginário de cada um, queira o espectador fazer um caminho calmo, silencioso e de pensamento desconstruído, longe do rumor que corre, ali à porta, pelas ruas da cidade.

Nos passos percorridos perpassa a figura humana, na qualidade de “simples transeuntes”, nunca chegando a ser “actores”; este evitar do contacto, do olhar, da participação, é intencional e provocado, de forma cautelosa; os transeuntes fazem parte desta paisagem, não interagem com o momento de fotografar.

Envolvi-me nas palavras; apaixonei-me pelos momentos que elas provocam.

Apropriei-me delas, fundi-as com as estórias que trago para contar.

Para além da tinta, e antes dela, estas imagens, fotográficas ou em palavras, implicam com os desassossegos da alma e os andamentos do espírito.”

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João Leonardo, Desconstrução | e um manual de instruções |, 2017

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​Falando de si, diz João Leonardo:

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Nasci a 5 de Outubro de 1955, em Gouveia – Guarda; a vida vai desenrolar-se por diversos mundos – Angola, Lisboa, Santarém, etc.

​Depois da formação académica, e de alguma ligação às questões jurídico-laborais, a vida profissional prossegue ligada aos Sistemas de Informação, até 2014, área onde, respondendo sempre a novos desafios, fui desempenhando as funções inerentes à informática de gestão, às de consultor e de direcção; hoje, procuro empenhar-me em projectos que permitam “contar” pela fotografia.

​O primeiro contacto com a Fotografia aos 12 anos e a forte atracção pela imagem cedo haviam de me conduzir ao autodidactismo. Com o primeiro emprego “a sério”, frequentei um ano de formação no IPF/Lisboa. A vida profissional e familiar, contudo, colocam a Fotografia no seu lugar “comum” – ler e fotografar para dentro.

​Em 2002, casei a vida com outra fotógrafa, reiniciando a actividade fotográfica numa atitude mais atenta e crítica; assim, recentrei a Fotografia no plano da paixão, da reaprendizagem, da atitude perante o que nos rodeia – as fotografias como linguagem na identificação e escolha de caminhos.

Hoje, tenho como ocupação exclusiva a Fotografia, tendo concluído a fase de pós-gradução do Curso de Fotografia do Ar.Co – Lisboa.

​Como vou juntando imagens no caminho, pelo prazer de olhar e ir ali contar, procuro as estórias conversadas com gentes e os seus arredores, convertendo a preto e branco, e, se possível, pintando com humor e em ‘close-up’.

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Se a vida permitir ”… há tanto para fazer!”.

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Pode conhecer melhor o trabalho ou para contactar João Leonardo, aqui.

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