PATRÍCIA ALMEIDA (1970 – 2017)
Dia 21 de novembro faleceu Patrícia Almeida (Lisboa, 1970 – Lisboa, 21 de novembro de 2017)
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Patrícia Almeida
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Patrícia Almeida nasceu em Lisboa, em 1970.
Licenciada em História pela Universidade Nova de Lisboa, estudou Imagem e Comunicação no Goldsmiths College, em Londres. Em 2001 viajou para Tóquio, produzindo o livro “No Parking” (2004), com texto de Jan Jeffrey, editado pela POC Editions, do coletivo de artistas europeus e norte americanos que trabalham com a fotografia e vídeo, P.O.C. – Piece Of Cake, que integrava desde 2003; “No Parking” foi distinguido em 2005 com o prémio European Photo Exhibition Award.
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Patrícia Almeida, “No Parking”, POC Editions, 2004
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Fotógrafa “de tendência documental, explorando os espaços, os usos e os comportamentos da vida urbana”, “problematizando a relação do homem com o espaço urbano, como se pode comprovar em séries como No Parking, Locations ou Portobello”, como escreve Vítor Belanciano no jornal Público.
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Patrícia Almeida, “Portobello”, Ed. Autor, 2009
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O seu livro e exposição na Galeria Zé dos Bois (ZDB), “Portobello” (2009) valeu-lhe a nomeação para o BESPHOTO (agora Novo Banco Photo), sendo uma das três finalistas do prémio BESPHOTO 2009, onde apresentou o projeto “All Beauty Must Die”.
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Patrícia Almeida, da série “All Beauty Must Die”, 2009
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Merece destaque o seu livro “Ma vie va changer” (2015), um registo de imagens de família, onde o filho está presente, e de imprensa, imagens dos anos de crise, que reflete a sua preocupação política e social, como testemunha de um tempo e de uma época. Como dizia a José Marmeleira, no Público, “É uma resposta activa, uma forma de agir sobre a representação que a propaganda do Governo português e dos decisores da União Europeia fizeram dessa realidade. Não é um livro dramático ou triste, não dramatiza a crise. Contribuiu para a memória visual de um tempo, constituiu um documento para os historiadores do futuro.”
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Patrícia Almeida, “Ma vie va changer”, GHOST Editions, 2015
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Patrícia Almeida era também artista visual e editora, tendo criado com o seu companheiro, o programador e editor David-Alexandre Guéniot a editora GHOST, produzindo publicações, exposições e encontros em torno dos livros de artista e “participado em inúmeras feiras internacionais como a OffPrint em Paris e Londres ou a Pa/per View em Bruxelas.”
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António Bracons, Patrícia Almeida na mesa da GHOST, 7.ª Feira do Livro de Fotografia de Lisboa, Nov. 2016.
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Era professora na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD).
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Patrícia Almeida, da série “Transmissions”, 2017
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O seu trabalho encontra-se nas coleções da Fundação Serralves, do Novo Banco, da Fundação PLMJ, do Centro de Artes Visuais de Coimbra e do Centro Português de Fotografia.
Integrou a mostra “Horizons” do Centre Culturel Calouste Gulbenkian, em Paris (2009), comissariada por Sérgio Mah e “Impressões e Comentários” na Fundació Foto Colectania de Barcelona (2010), sendo curador João Fernandes.
Patrícia Almeida morreu esta 3.ª feira, dia 21 de novembro, aos 47 anos, vítima de cancro. O seu corpo esteve em câmara ardente na Galeria Zé dos Bois, no Bairro Alto.
Sem dúvida, a fotografia portuguesa perdeu um olhar e uma abordagem diferente.
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Pode ver o livro “Portobello” no Fascínio da Fotografia, aqui.
https://fasciniodafotografia.wordpress.com/2016/08/06/patricia-almeida-portobello-2009/
Pode ler a notícia no jornal Público, aqui.
Pode ver o documentário sobre a fotógrafa, da série Entre Imagens, aqui.
Pode conhecer a obra de Patrícia Almeida no seu site, aqui.
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