ANTÓNIO BRACONS, AAC – ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE COIMBRA, 2017 – 1

130 anos da fundação da Associação Académica de Coimbra (3 de novembro de 1887)

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António Bracons, Associação Académica de Coimbra, 2017

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A Associação Académica de Coimbra, AAC. Para muitos dos que estudaram em Coimbra – e não só – a AAC é símbolo de unidade e de união, e defesa dos direitos, dos estudantes e da Academia de Coimbra.

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No ano letivo de 1836/37, foi fundada a Academia Dramática, com sede nos baixos do antigo Colégio das Artes. Diversos problemas internos geraram uma cisão, fundando o ramo dissidente, em 1838, a Nova Academia Dramática (Estatutos de 1840), ficando instalada no edifício do antigo Colégio de São Paulo, o Apóstolo, na Rua Larga, no local onde hoje se situa a Biblioteca Geral. Aí constrói, em 1869, uma sala de espetáculos, que será das mais importantes da História da vida universitária de Coimbra. A Nova Academia Dramática era composta por três institutos: o Dramático, o de Musica e o de Pintura. Em 17.04.1849, os estatutos são revistos e a Nova Academia Dramática adota o nome inicial, Academia Dramática de Coimbra, devido à extinção daquela entretanto ocorrida.

Cerca de dois anos depois é criado o Instituto de Coimbra, conhecido como “Clube dos Lentes”, devido à grande exigência na admissão dos seus associados, entre alunos e professores universitários; ainda hoje existe, com sede na Rua da Ilha, em plena Alta. Estavam ambos sedeados no Teatro Académico. Em 1868, o Instituto de Coimbra muda do Teatro Académico para o primeiro piso do Colégio de São Paulo, o Apóstolo, na Rua Larga.

Em 1861 é fundado o Clube Académico de Coimbra, alojado no Colégio de São Paulo, o Apóstolo, o qual se funde com a Academia Dramática de Coimbra, dando origem à Associação Académica e Dramática, que em 03.11.1887, após uma revisão de estatutos, passa a designar-se Associação Académica de Coimbra (AAC), sendo primeiro presidente António Luís Gomes, estudante de Direito.

Em 1889, a AAC é transferida para o Colégio da Trindade e em 1913, o Senado Universitário concedeu à AAC o rés-do-chão do Colégio de São Paulo, na Rua Larga, onde no 1.º andar continuava instalado o “Clube dos Lentes”, com a promessa que este piso seria para a AAC. As instalações eram reduzidas para toda a atividade académica, e como não se concretizasse a entrega, um grupo de cerca de 40 estudantes tomou de assalto o 1.º andar do edifício, na noite de 25.11.1920, evento que foi chamado de Tomada da Bastilha, e o Colégio ficou conhecido como a “Bastilha”, data que se comemora todos os anos, com o Cortejo dos Archotes.

Em Agosto de 1949 a AAC muda para o Palácio dos Grilos, iniciando-se a demolição da Bastilha no mês seguinte, tal como acontecia a parte da Velha Alta, para a construção das Novas Faculdades. O pórtico foi deixado até 25 de Novembro, noite em que os estudantes fizeram a despedida.

Em 1954 começa-se a pensar num novo edifício, que seria construído no local onde se erguia o “Ninho dos Pequeninos”, do Dr. Bissaya Barreto, que o cedeu à Academia, por troca, da Academia ter conseguido do Estado para o médico a Quinta da Rainha, onde se encontra atualmente a Maternidade Bissaya Barreto.

Em 1961, a AAC muda para o edifício onde atualmente se encontra, no n.º 1 da Rua Padre António Vieira, o qual, além do espaço para a quase totalidade das secções e organismos autónomos, inclui uma sala de espetáculos, o Teatro Académico de Gil Vicente, e várias cantinas. Foi projetado pelo arquiteto Alberto Pessoa, sendo os jardins do arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Teles.

Entre 1965 e 1968, a AAC foi liderada por uma Comissão Administrativa, nomeada pelo Governo, período em que os estudantes foram impedidos de participar no Senado e na Assembleia da Universidade. Na sequência de um abaixo-assinado pedindo eleições livres na AAC, realizaram-se eleições em Fevereiro de 1969, saindo vencedora a lista do Conselho das Repúblicas, sendo presidente da Direção-Geral Alberto Martins. Dois meses depois, na inauguração do Edifício das Matemáticas, é-lhe negada a possibilidade de discursar, dando origem à Crise de 1969 (#11).

A década de 1990 é marcada pela luta dos estudantes pela defesa da gratuitidade do Ensino Superior, contra os sucessivos aumentos do valor das propinas. (…)

A Associação Académica sempre desenvolveu a sua ação em prol dos estudantes, agregando-os, quer nas suas secções culturais e desportivas, quer na luta em defesa dos seus direitos. Em reconhecimento da sua ação, a AAC foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar de Cristo e da Ordem Militar de Sant’iago de Espada, é Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique e da Ordem da Liberdade, Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra, Troféu Olímpico do Comité Olímpico Português, Instituição de Utilidade Pública e recebeu a Medalha Honorífica da Universidade de Coimbra.”

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António Bracons e José Cura, Carimbos Comemorativos de Coimbra. Um passeio pela vida da Academia e da Cidade, Coimbra: Clube de Colecionadores de Carimbos Comemorativos da Secção Filatélica da AAC, 2013, pp. 92, 93, 111.

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