HENRIQUE NEVES, CASA ABERTA

Dia 2 de outubro celebrou-se o Dia Mundial da Arquitetura

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Henrique Neves, Casa Aberta – “bibliothéque à l’université de yale” (cavalete de Henrique da Silva Neves, almofada de Fernanda Neves Lopes, revista L’architecture d’aujurd’hui, janeiro de 1965, saco de pano de Catarina Neves) – Vista de Conjunto, Plano Transversal, Páteo interior, Detalhe, Vista Aérea (colagem, costura, materiais diversos, 2017); Não te metas na minha vida – Diffenbachia (“Impressão a jato de tinta em papel Epson UltaSmoth Art paper, da uma imagem proveniente da Arts & Architecture © David Travers”)

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As imagens de Henrique Neves são construídas a partir de outras imagens. Cortadas, recortadas, constroem novas arquiteturas, novos espaços. Aparentemente plano, há uma tridimensionalidade gerada por pequenos volumes (a espessura de uma cartolina ou cartão) que cria diferentes planos e sobreposições. As colagens não são, por vezes, integrais, gerando volumetrias e destaques. Traços e linhas prolongam o espaço ou definem-no.

São imagens diferentes, como projetos concretizados, não em traço ou renderização, mas em imagem física, como que real.

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António Bracons, Aspetos da exposição, 2017

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Escreve o autor na folha de sala:

CASA ABERTA gera diálogos entre fotografia, arquitetura, decoração e arte contemporânea e questiona como as diversas práticas e técnicas são vistas e valorizadas, criando cruzamentos entre as mesmas. Os trabalhos ‘brincam’ com diversas técnicas, materiais e referências, interrogando o que fica no arquivo e é celebrado e, por oposição, o que é excluído e esquecido.

As peças têm como ponto de partida imagens e publicações de arquitetura que visam transmitir a “seriedade” e clareza de práticas arquitetónicas. Os materiais e as técnicas usadas são variados e criam peças ambíguas e contaminadas que misturam costura, fotografia, design de interiores, têxteis, plantas e referências pessoais, entre outros. As peças adaptam-se ao espaço a nível físico, que define o modo de exibição, e o facto serem apresentadas num arquivo de fotografia influencia muito a sua realização.

Tradicionalmente, a decoração e consequentemente o design e a costura não são vistos como arte mas como “práticas menores” quando inseridas num contexto doméstico. Existindo enquanto práticas que desafiam discursos e que na sua existência e resiliência questionam porque são excluídas e vistas como inferiores.

As práticas de arquitetura e decoração estão há muito presentes na minha história pessoal: o meu avô era construtor civil, a minha irmã arquitecta e a minha mãe trabalhou com costura e decoração. Como artista, tento fazer uma ponte entre estas áreas, para a sua visibilidade e celebração. Neste projecto são utilizados materiais e objectos, procurando criar uma dinâmica de valores e de atributos, para questionar de certa forma as ideias de categoria e de classificação.

CASA ABERTA trata-se de uma exposição que pretende refletir o lugar e a dimensão da fotografia de arquitetura, entre os anos 40 e 70, no contexto da produção e edição de publicações sobre arquitetura, muitas delas icónicas da especialidade como Arts & Architecture ou L’Architecture d’Aujourd’hui.”

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Exposição patente no Arquivo Municipal de Lisboa – Fotográfico, na Rua da Palma, 246, de 27 de julho a 14 de outubro de 2017.

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Pode conhecer melhor o trabalho de Henrique Neves aqui.

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