EDUARDO MATOS, JORNAL MOVIMENTO E OPORTUNIDADE PARA ABRANDAR E OLHAR O MUNDO, BF16, 2016
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Eduardo Matos
Jornal Movimento e oportunidade para abrandar e olhar o mundo
Fotografia e texto: Eduardo Matos / Design gráfico: No D
Noland Edições / Outubro . 2016
Português e inglês / 20,7 x 30,0 / 8 págs.
Dobrado / 500 ex.
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Eduardo Matos apresenta o seu trabalho no Hostel DP, junto ao Mercado Municipal.
O seu trabalho é um projeto diferente, um Jornal de Exposição. Logo na entrada do hostel, a par de outros prospetos locais de restaurantes e lojas, um expositor apresenta o jornal da exposição, para que cada um retire o seu exemplar (é gratuito). E leva a exposição para casa. A exposição é o jornal.
Ao folhear o jornal ressalta que a leitura / apresentação não é sequencial, mas por fólios e é assim que a apresento abaixo.
Não deixa de ser curiosa e interpelante esta exposição. Primeiro porque é exposição, apresentada como exposição e assumida como exposição. E porque a exposição é apresentada (apenas) como publicação e assumida como publicação. Um jornal.
Assim, a exposição permanece para além dos seus limites temporais – no jornal que cada um conserva, como um catálogo de exposição, mas mais que isso, pois a publicação, como referido, é a própria exposição. Ou, havendo àquela data excemplares disponíveis, permaneçam para quem os quiser levar.
Pode também dar-se o caso da exposição terminar antes do seu prazo limite: se todos os exemplares forem levados antes da data de final da exposição (e não houver reedição).
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Sobre o projeto, diz Eduardo Matos ao Fascínio da Fotografia:
Quando me foi destinado o espaço do Hostel, pareceu-me logo à partida, que teria que trabalhar numa direção diferente do tradicional acto de expor imagens na parede. Não que tenha alguma coisa contra isso, mas a publicação do jornal pareceu-me o formato mais adequado às imagens e à questão da observação.
Tinha-as comigo desde 2010, foram realizadas no encontro do Rio Trancão com o Tejo. Organizá-las e pensá-las no formato de jornal, foi um desfio que me obrigou a pensar o meu trabalho fora do seu formato habitual.”
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António Bracons, Aspeto da exposição, 2016
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No “Jornal Movimento e oportunidade para abrandar e olhar o mundo”, escreve Eduardo Matos:
Aquando das minhas viagens do Porto para Lisboa por auto-estrada e imediatamente antes de chegar a Lisboa, observava sempre com curiosidade um pequeno trecho de paisagem que se apresentava pelo meu lado direito, uma espécie de garganta. A determinada hora do dia e quando a inclinação do Sol é maior, uma enorme sombra toma o lugar, antecipando o crepúsculo, como se a noite chegasse ali primeiro.
Narração: Oito horas da manhã, faz frio e o céu ameaça com uma chuvada. Nas minhas costas, está uma árvore, é jovem, foi plantada recentemente. Mais longe, mesmo ali por trás da estação de comboios, vê-se uma linha de palmeiras e uma urbanização.
Neste ponto a noroeste de Lisboa o rio toma uma largura tal, que torna-se difícil ver a outra margem. As águas do rio estão baixas e em breve vão começar a subir.
O campo foi prontamente delimitado. Inicialmente tudo parece imóvel, Descanso ou abandono pergunto-me. Foi preciso algum tempo para que me apercebesse do movimento. A cada momento são reveladas novas texturas e formas. Observo a acumulação e o desgaste. Tudo constitui um conjunto de coisas transformáveis. Não se trata de encontrar um acerto mas a possibilidade de abrandar o mundo.”
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Eduardo Matos, Jornal Movimento e oportunidade para abrandar e olhar o mundo, 2016
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A Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira (BF16) iniciada em 1989, tem este ano a 13.ª edição. O curador-geral David Santos, escolheu o tema “Arquivo e Observação” e espalhou a Bienal por toda a cidade.
Esta exposição pode ser visitada de 15 de outubro de 2016 a 22 de janeiro de 2017.
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Pode ver o programa da BF16 aqui (FF) e aqui (BF16).
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