ALFREDO CUNHA, RUI OCHOA, FERNANDO RICARDO, JOSÉ CARLOS PRATAS E RUI OCHOA, O GRANDE INCÊNDIO DO CHIADO 1988, 2013
28.º aniversário do incêndio do Chiado
Alfredo Cunha, Fernando Ricardo, José Carlos Pratas e Rui Ochoa
O grande incêndio do Chiado 1988
Fotografia: Alfredo Cunha, Fernando Ricardo, José Carlos Pratas e Rui Ochoa / Prefácio: António Valdemar
Lisboa: Tinta da China / 2013
Português / 16,5 x 24,0 cm / 136 págs
Brochura
ISBN: 9789896711740

Quinta-feira, 25 de agosto de 1988, dia de sol quente. Lisboa acorda sobre uma nuvem de fumo e de estupefação: o Chiado, zona chique, mítica, comercial, está a arder, um incêndio consome os Grandes Armazéns Grandella e os do Chiado, as chamas atravessaram a Rua do Carmo e a Rua Nova do Almada… A Valentim de Carvalho, grande loja e arquivo / coleção (museológica) daquela firma de discos (sim, ao tempo, ainda não havia CD…) ao cimo da R. Nova do Almada, onde me recordo de ir com os meus pais comprar discos, também havia ardido. A pastelaria Ferrari. A Luvaria Ulisses. E como aquelas, tantas mais lojas que permanecem na memória de tantos…
Recorda António Valdemar, no prefácio:
Era um dia luminoso de Verão e de céu muito azul. Mas Lisboa acordara, a 25 de agosto de 1988, com o fogo e o fumo a asfixiarem o Chiado. O vento alastrava, com intensidade crescente, chispas, faíscas e centelhas de fogo que se acumulavam na Baixa, noutras áreas da cidade, atravessavam o Tejo e chegavam ate longe. Os Armazéns Grandela e os do Chiado ficaram rapidamente destruídos. O incendio foi considerado circunscrito cerca das nove horas da manha. Os trabalhos de rescaldo prolongaram-se até 5 de setembro.
Durante alguns anos, o Chiado ostentou o cenário macabro de prédios devorados pelas chamas. À medida que se foram removendo os escombros e se concluíram as obras, passou a registar-se uma surpreendente animação. O Chiado adquiriu um novo folego. O público regressou aos teatros, o comércio modernizou-se. As pessoas voltaram a residir no Chiado. A literatura, a arte, a música, o teatro, a moda, a gastronomia voltaram a irradiar. Gente de todo o mundo, mal chega a Lisboa, desloca-se ao Chiado: aos novos cafés, aos novos restaurantes, aos novos hotéis e as novas esplanadas.
As imagens selecionadas e publicadas neste livro, da autoria de Rui Ochoa, Alfredo Cunha, Fernando Ricardo e José Carlos Pratas, obtidas muitas vezes em situações de alto risco, constituem a grande reportagem da tragedia de 25 de agosto de 1988. Documentam a amplitude do incendio e as horas de inquietação que se viveram. Todavia, além do registo factual, também evidenciam quatro notáveis fotógrafos, com modos distintos de olhar e de sentir a realidade.”
O livro, lançado quando se completaram 25 anos sobre o sinistro, regista o incêndio e o combate dos bombeiros. As chamas, o fumo, a negritude, os canhões de água, as escadas, os homens, o rescaldo, os ferros retorcidos, as ‘ruínas’ de uma parte ou da alma do Chiado…
Na maior parte, são imagens que estão na memória de quem acompanhou aquele(s) dia(s), de quem foi passando por ali. Ao fim de cerca de vinte anos, estava finalmente Reconstruído o Chiado.
Alfredo Cunha, Fernando Ricardo, José Carlos Pratas e Rui Ochoa, O grande Incêndio do Chiado 1988, 2013
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