ANTÓNIO BRACONS, LOYOLA 91, LOYOLA, SANTO INÁCIO DE LOYOLA, 31.07.1991

Dia de Santo Inácio de Loyola. Uma igreja para o mundo.

 

 

 

 

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De manhã, missa solene comemorativa do 500.º aniversário do nascimento de Santo Inácio, com a presença do rei Juan Carlos, celebrada na esplanada frente à basílica.

A imagem de Santo Inácio incorporou a procissão, assim como a de Nossa Senhora com o Menino, da Basílica, entre outras.

 

À meia-noite, fogo-de-artifício.

 

 

Entretanto regresso à Casa Santa, a Casa Paterna de Santo Inácio, onde uma exposição apresenta a sua vida…

 

Santo Inácio de Loyola, uma breve biografia

 

Inácio de Loiola, nasceu em Loiola, em 31 de maio de 1491, recebendo o nome de Íñigo López, sendo o mais novo de treze irmãos e irmãs.

Em 1506 tornou-se pajem do ministro do Tesouro Real, vivendo em Arévalo de 1506 a 1517. Gravemente ferido na batalha de Pamplona (20 de maio de 1521), foi levado para a casa paterna, onde se submeteu a duas cirurgias a uma perna partida: a primeira para ligar, a segunda para corrigir o que seria uma deficiência que o obrigaria a coxear. Passou assim meses em recuperação, para se distrair, não havendo livros de cavalaria, mas apenas religiosos, lê a “Vita Christi”, de Rodolfo da Saxônia, e a “Legenda Áurea”, de Jacopo de Varazze, sobre a vida dos santos. Estas leituras deixavam-lhe um estado de consolação interior que perdurava, o que o fez considerar a ideia de uma vida dedicada a Deus.

Começa assim a desenvolver o que ficará conhecido por «Exercícios Espirituais». Recuperada a saúde, deixa a casa paterna, e vai ao Mosteiro de Montserrat onde se confessa durante três dias. Em 24 de Março de 1522, deixa o seu equipamento militar (conserva-se ainda uma espada) e dá as suas vestes ricas, veste-se pobremente e hospeda-se no mosteiro de Manresa. É aí junto, numa gruta em Manresa, nas margens do Rio Cardoner que tem várias visões da Virgem Maria que iriam mudar definitivamente a sua vida.

Em 1523 vivendo de esmolas, decide ir a Jerusalém, regressando no ano seguinte. Decide então estudar, com o domínio do latim, entra na Universidade de Alcalá e recebe abrigo no hospital Antezana. Tem aí o primeiro encontro com a Inquisição, que nada encontrando contra ele, o liberta, proibindo de pregar. Vai para a Universidade de Salamanca, onde o mesmo sucede. Parte então para Paris, era o ano de 1528, entra na Universidade, no Colégio de Santa Bárbara, onde ficou sete anos, em formação teológica e literária. Em 1533, obtém a licença docente e em 1534, tornou-se mestre em Artes. Entretanto deu os seus exercícios espirituais, criando um grupo de seis seguidores: Pedro Fabro, o único sacerdote do grupo, Francisco Xavier, Alfonso Salmeron, Diego Laynez e Nicolau Bobedilla, espanhóis, e o português Simão Rodrigues.

Em 15 de Agosto de 1534, na capela cripta de Saint-Denis, na Igreja de Santa Maria, em Montmartre, Paris, como “companheiros de Jesus” que querem ser, fundam a Companhia de Jesus “para efetuar trabalho missionário e de apoio hospitalar em Jerusalém, ou para ir aonde o papa quiser, sem questionar”.

Querem seguir para Jerusalém. Em 1537 viajaram até Itália para obter a aprovação papal à sua viagem à Terra Santa. O papa Paulo III concedeu-lhes a aprovação e permitiu que fossem ordenados padres, sendo-o em 24 de junho, em Veneza, pelo bispo de Arbe. No entanto a guerra como império Otomano impede a saída de barcos para aquele destino. Dedicaram-se a catequisar, visitar hospitais e prisões. Inácio e Lainez vão até Roma, em outubro de 1538. Pelo caminho, Inácio reza numa pequena capela, em La Storta, onde tem uma visão profunda, que marca o grupo: ficar em Roma.

Estabeleceram-se em Roma, pregam em igrejas e praças e vivem de esmolas. Novas suspeitas da Inquisição, levam Inácio a pedir ao papa que se abrisse um novo processo. De novo, nada a apontar.

Outras pessoas queriam integrar o grupo, o mundo em expansão com as Descobertas dos Portugueses, requeriam missionários para o Oriente e as Américas. Inácio apresenta ao Papa Paulo III as Constituições para uma nova ordem: a aprovação verbal foi dada em 3 de setembro de 1539 e foi confirmada em 27 de setembro de 1540, através da Bula “Regimini militantis Ecclesiae”. Estava criada a Companhia de Jesus.

Entretanto o rei D. João III pediu 10 missionários para o Oriente, mais do que eles eram. Inácio envia Francisco Xavier: já navegava quando foi confirmada a Companhia.

Em Roma, a Companhia funda a Casa de Santa Marta, para acolher mulheres desfavorecidas e em 1551 cria o Colégio Romano, de ensino gratuito, que viria a ser a atual Pontifícia Universidade Gregoriana.

Santo Inácio escreveu as Constituições Jesuítas, adotadas em 1554. O seu grande princípio tornou-se o lema dos jesuítas: Ad Majorem Dei Gloriam, para a maior glória de Deus.

Em 1548 foram publicados os Exercícios Espirituais, das primeiras edições, a de Coimbra, de 1553.

Inácio morreu em Roma, em 31 de julho de 1556. Os jesuítas eram então aproximadamente 1000, espalhados por 110 casas em 13 províncias, tinham 35 colégios em funcionamento e cinco aprovados. Com a sua vasta cultura, foram a resposta da Igreja Católica à Reforma Protestante.

Santo Inácio de Loiola foi canonizado a 12 de Março de 1622 pelo Papa Gregório XV. Festeja-se o seu dia em 31 de Julho.