STEVE MCCURRY, ÍNDIA, 2016
Steve McCurry
Índia
Fotografia: Steve McCurry / Texto: Gonçalo Cadilhe
Lisboa: Barbado Gallery / 2016
Português e Inglês / 21.0 x 14.9 cm / 56 págs., não pag.
Brochura

Este livro é o catálogo da quinta exposição que a Barbado Gallery apresenta, a primeira individual em Portugal de Steve McCurry, permitindo-nos ver a mítica Índia do autor. São 20 fotografias, em diferentes tamanhos, registadas por McCurry entre 1983 e 2010, cheias de cor e de luz, traçam um retrato da Índia, são “uma chave” para entender aquele país, rico de contrastes: “modernidade e arcaísmo, luxo e pobreza, sensualidade e ascetismo, negligência e eficiência”, como escreve Octávio Paz, escritor e embaixador do México em Nova Deli durante vários anos, no seu livro “Vislumbres da India”, citado pelo viajante Gonçalo Cadilhe, no texto do livro.
O modo como McCurry vê o Oriente vai de encontro ao nosso imaginário de um mundo tão diferente do nosso, constrói-o.
São os rostos, as expressões, os olhares, as posições descontraídas, as figurações naturais que seriam impossíveis num continente como o nosso, como por exemplo, o homem que carrega a máquina de costura numa monção, a água pelo pescoço, um sorriso nos lábios (Man with Sewing Machine, 1983) para referir apenas um – qualquer um tem a sua particularidade – ou o contraste de Train Station, Agra, 1983: no primeiro plano, a estação de comboios, construída pelos ingleses então colonizadores, completamente ocidental, em segundo plano, o templo, as cúpulas, construções indianas, totalmente orientais. Ou, em Bicycles on side of train, 1983, se é para nós algo diferente e impossível as bicicletas fixadas no lado de fora da carruagem do comboio, são os olhares dos passageiros centrados no fotógrafo e o de uma passageira centrada noutro passageiro, que (me) cativam esta imagem fotográfica.

Steve McCurry, Lisboa, Barbado Gallery, 2016
Steve McCurry (Darby, Pensilvânia, EUA, 1950) tinha 28 anos quando viajou pela primeira vez para a Índia, em 1978, “viajando com pouco mais do que um saco de roupas e um outro de película, percorreu todo o sub-continente, explorando o país com a sua câmara.” Regressaria inúmeras vezes, para fotografar e voltar a fotografar.
Na sua bibliografia, no catálogo, acrescenta-se:
Foi depois de vários meses de viagem que se encontrou a cruzar a fronteira com o Paquistão. Aí encontrou um grupo de refugiados do Afeganistão, que o contrabandearam através da fronteira para o seu país, precisamente no momento em que a invasão russa fechava o país a todos os jornalistas ocidentais. Aparecendo com roupas tradicionais, com barba crescida e feições tisnadas depois de semanas a viver com os Mujahideen, McCurry trouxe ao mundo as primeiras imagens do conflito no Afeganistão, colocando um rosto humano na questão em cada cabeçalho.Desde então, McCurry continuou a criar imagens espantosas em seis continentes e inúmeros países. O seu trabalho abrange do mesmo modo conflitos, culturas em desaparecimento, tradições antigas e cultura contemporânea – e contudo retém sempre o elemento humano (…)…
Os livros publicados por McCurry incluem: The Imperial Way (1985), Monsoon (1988), Portraits (1999), South Southeast (2000), Sanctuary (2002), The Path to Buddha: A Tibetan Pilgrimage (2003), Steve McCurry (2005), Looking East (2006), In the Shadow of Mountains (2007), The Unguarded Moment. (2009), The Iconic Photographs (2011), Untold: The Stories Behind the Photographs (2013) e Índia (2015).”
Steve McCurry, Índia, Barbado Gallery, 2016
E o que é a Índia?
Como hei-de dizer-te? A Índia é a Índia. (…) Não sei exatamente o que é. Sinto-a, é tudo.”
Alberto Moravia, An Idea of India


Folha de sala (frente e verso)
Steve McCurry esteve pela terceira vez em Portugal, para a inauguração desta exposição. Reside em Nova Iorque, mas como nos disse, passa a maior parte do tempo a viajar, para fotografar e expor. Este ano são já dez as viagens efetuadas. Já esteve em Quioto, no Japão, “que é uma cidade muito bonita nesta altura do ano” e noutros diferentes países, por todo o mundo. Fotografa para si, para encomendas e diversos projetos.
António Bracons, aspetos da exposição
A exposição “Índia” está patente na Barbado Gallery, na Rua Ferreira Borges, 109-A, em Lisboa, de 9 de abril (inauguração às 21:00 h) a 9 de junho de 2016, terça-feira e sábado, das 11h às 20h.
.
.
.
Pingback: AGENDA . MAIO 2016 | FASCÍNIO DA FOTOGRAFIA
Pingback: AGENDA . JUNHO 2016 | FASCÍNIO DA FOTOGRAFIA