LUSO, 2014
O Luso é uma pitoresca vila, situada em pleno verde, vasto e grandioso, junto à Mata do Buçaco. Pertence ao município da Mealhada, distrito de Aveiro. O casario agradável, muito de traço elaborado, edificado desde a segunda metade do séc. XIX, cria um ambiente próprio, repousante e refrescante.
Em documentos do séc. XII já se refere a povoação do Luso, no entanto a sua importância só se destaca a partir do desenvolvimento dos banhos e do aproveitamento medicinal da água da nascente quente, a qual é já referida no “Arquilégio Medicinal”, o 1º inventário das águas minerais portuguesas, de 1726, do Dr. Francisco da Fonseca Henriques.
Cerca de 50 anos depois desenvolve-se a utilização daquelas águas com capacidades terapêuticas, já conhecidas, depois do médico local António Moraes ter sido chamado ao Paço em 1775 e curado, com aquelas águas, a rainha D. Maria I de “uma moléstia grave”.
O seu desenvolvimento e importância leva à criação da freguesia do Luso em 1837, por desanexação da freguesia da Vacariça; mas só com a fundação da Sociedade para o Melhoramento dos Banhos de Luso, por iniciativa do Dr. Costa Simões, em 1852, há um incremento significativo do seu aproveitamento e da criação de infraestruturas termais importantes.
O Luso desenvolve-se e cresce, juntamente com o sucesso das suas águas.
Por influência de Emygdio Navarro (Viseu, 1844 – Luso, 1905), Ministro das Obras Públicas de 1886 a 1889, para quem o Luso e o Buçaco, pertencente à mesma freguesia, era “o seu pequeno mundo”, são muitas as figuras influentes que constroem chalés de férias junto às termas, dignificando a povoação, elevada a vila em 6 de novembro de 1937.
Um outro polo de desenvolvimento foi a construção do Grande Hotel de Luso, em 1940.
Próximo da nascente termal, encontra-se uma outra nascente, fria, que corre há muitas décadas, a de S. João Batista, sendo erguida junto uma pequena capela; a água pode ser bebida ou recolhida pela fonte das 11 bicas.
Nos próximos dias o olhar centrar-se-á nas Termas e no Grande Hotel de Luso.
