RUI FIOLHAIS, MUNDO DENTRO

Exposição patente na Casa da Cultura de Sacavém, de 2 de março a 4 de maio de 2024.

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Mundo dentro. Dentro do mundo.

Rui Fiolhais leva-nos a múltiplas cidades, em 46 países. Olha para as paredes, para as intervenções de street art, focando-se por vezes nos detalhes de um mural, mas regra geral, numa parte dessa pintura / parede e na sua relação com o transeunte. Ou o próprio transeunte.

“Nas suas viagens pelo mundo, acontece a magia de conhecer o Outro, celebrando a diferença que enriquece o seu humano.”, regista Sónia Paixão no texto do catálogo.

Se por vezes, o seu olhar faz-nos esboçar um sorriso, em muitas outras faz-nos pensar. Desafia-nos.

Vemos quem passa, regra geral alheio à pintura da parede que percorre. Quantas vezes passou por ali? Quantas vezes reparou nela? Quantas vezes a olhou de mais perto ou mais longe? Quantas vezes a viu? Percebeu-a? Gostou? Que lhe diz?…

Não sabemos. Mas Rui Fiolhais olhou e viu. E registou. Entrou mundo dentro. Dentro desse pequeno mundo desse mural ou parede. Pintado como um alerta, um protesto, uma memória ou apenas uma decoração…

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A exposição, de mais de cem imagens, a que acresce uma projeção, com algumas das imagens expostas e muitas outras, é acolhida na Casa da Cultura da Apelação, ocupando vários espaços, entre eles a sala onde se reproduzem, em maquete do bairro, os murais que decoraram mais de oito dezenas de paredes do bairro. Temos a cumplicidade dos olhares entre as duas exposições.

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Sobre a sua fotografia, escreve Rui Fiolhais:

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Conciliar trabalho com a esfera cultural é essencial para garantir um bom equilíbrio de vida.

Apostar na cultura é investir no bem-estar emocional, ampliando horizontes intelectuais. Quando cultivamos a vida cultural, por exemplo com um hobby como a fotografia, reforçamos a nossa capacidade de observação e atenção aos detalhes. Deciframos melhor o mundo e inspiramos mundos melhores.

A vida cultural é um passaporte para a descoberta de novas ideias e perspetivas, estimulando a criatividade e a inovação. A exposição a diferentes formas de arte, pensamento e expressão pode desencadear insights e soluções inovadoras para os desafios que enfrentamos no trabalho. A integração entre trabalho, interesses pessoais e vida cultural também pode fortalecer os laços sociais e comunitários. Somos melhores quando nos damos aos outros e quando neles vamos buscar a energia que nos move no trabalho. Conjugar trabalho com interesses pessoais e vida cultural não é apenas em benefício individual de bem-estar e desenvolvimento pessoal, mas também na contribuição para um ambiente de trabalho mais criativo, inspirador e socialmente conectado. Encontrar tempo para nutrir nossas paixões e participar da vida cultural é essencial para uma vida equilibrada e gratificante.

Ao longo dos últimos anos tenho levado esta filosofia muito a sério, investindo os meus tempos livres na paixão pela fotografia. Com ela e através dela visitei 46 países em 4 continentes. Sempre com um interesse focado nas pessoas e nos seus acasos, na relação com a rua, a arte urbana e a arquitetura. Desta digressão resultaram centenas de imagens que retratam, de forma íntima e singular, o que melhor se faz no mundo da arte urbana.

É essa volta ao mundo da street art que vai estar agora exposta na Casa da Cultura de Sacavém, entre 2 de março e 4 de maio. Nunca pensei dirigir um convite para uma exposição fotográfica minha. Mas há sempre uma primeira vez para tudo. Esta é uma das melhores de sempre. Vamos lá entrar Mundo Dentro.

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António Bracons, Aspetos da exposição, 2024

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A exposição de Rui Fiolhais, “Mundo Dentro”, promovida pela Câmara Municipal de Loures, com curadoria de Filomena Cunha, está patente na Casa da Cultura de Sacavém, na Urbanização Terraços da Ponte, de 2 de março a 4 de maio de 2024.

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Acompanha a exposição um catálogo, formato A4, com 60 páginas, que reproduz algumas das fotografias, com prefácio de Sónia Paixão, texto de Rui Fiolhais e ensaios de Filomena Cunha e Luís Miguel Viana.

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Rui Fiolhais é um criador apostado na fotografia de rua, arquitetura e arte urbana.

Licenciado em Direito, pela Universidade de Coimbra (1991) e Mestre em Políticas e Gestão de Recursos Humanos, pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (1995), tem vasta trajetória em funções dirigentes, foi Presidente do Conselho Diretivo do Instituto de Segurança Social (2016-2022) e Gestor do POPH – Programa Operacional Potencial Humano (2007-2012), entre outros cargos que exerceu. É Vice-Presidente do Wellow™ Group.

Cedo teve a oportunidade de viajar pelo mundo. Com residência em Portugal e no Luxemburgo, tem dedicado o seu olhar fotográfico à captação da relação humana com as diversas expressões da arte urbana, através de inúmeras deslocações pela Europa, África Ocidental, Ásia e Américas, tendo recebido já diversos prémios e distinções.

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