AQUILINO RIBEIRO [FOTOBIOGRAFIA], 1963

Amanhã, completam-se 54 anos da morte de Aquilino Ribeiro (Carregal de Tabosa, Sernancelhe, 13 de setembro de 1885 – Lisboa, 27 de maio de 1963)

.

.

.

Aquilino Ribeiro

Fotografia: Victor Palla e outros / Texto: Fernando Namora

Realizações Artis / 30.Setembro.1963

Português / 16,7 x 20,2  cm / 84 págs.

Coleção Galeria Artis, n.º 1

Cartonado / “Desta edição fez-se uma Tiragem Especial de 220 exemplares, em papel arte, numerados e rubricados pelo autor do texto, com a chancela de Aquilino Ribeiro, sendo os últimos vinte (I a XX) fora do mercado.”

.

.

Aquillino Ribeiro (2)

.

.

“Alcança quem não cansa”

Ex-libris de Aquilino Ribeiro

.

.

Esta obra, se não for a primeira fotobiografia publicada em Portugal, não estará longe disso, com certeza.

Aquilino Ribeiro é um dos nomes grandes da literatura portuguesa do séc. XX, para alguns, merecedor do prémio Nobel, para o qual chegou a ser nomeado.

O escritor Fernando Namora, grande amigo e admirador de Aquilino, ligado também ao meio editorial, cria esta obra que a Realizações Artis, editora de prestígio, lança em “30 de setembro de 1963”, poucos meses depois da morte do romancista, ocorrida em 27 de maio desse ano.

A fotografia da capa é de Victor Palla, arquiteto e designer que colaborava com Namora e com várias editoras, quer com fotografia, quer com o design de capas.

Num formato intimista, quase quadrado, esta obra abre a coleção Galeria Artis. Um texto de Namora traça a biografia e a memória de Aquilino, a que se segue “o filme da vida de Aquilino Ribeiro”, como um álbum de fotografia, as imagens de pequena dimensão, impressas em heliogravura, devidamente legendadas e com pequenas citações biográficas do retratado, com um grafismo cuidadosamente desenhado, uma biografia cronológica a terminar. É uma obra feita com um carinho especial, que trespassa ao folhear.

.

.

.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Fernando Namora, Aquilino Ribeiro, 1963

.

.

.

Aquilino Ribeiro nasceu em 13 de setembro de 1885 em Carregal de Tabosa, Sernancelhe. Em 1895 vai para o Colégio da Senhora da Lapa, seguidamente para Lamego e Viseu (1902), onde vai estudar Filosofia, e, pouco tempo depois, para o Seminário de Beja, de onde será expulso. Em 1906 vem para Lisboa e em 1907 muda-se para Paris, onde se inscreve no curso de Filosofia da Sorbonne, e onde contacta com intelectuais portugueses que, também por motivos políticos, se viram forçados a sair de Portugal.

Escreve crónicas que envia para Portugal, publicadas na Ilustração Portuguesa e no jornal A Beira, e escreve Jardim das Tormentas.

Em Paris conhece Grete Tiedemann, a sua primeira mulher e mãe do filho mais velho, a família regressa a Portugal em 1914.

Além da escrita cronística para a imprensa e de segundo bibliotecário na Biblioteca Nacional, onde produz trabalhos importantes de índole investigativa, destaca-se a sua escrita ficcional. A sua ação política e de protesto leva-o a fugir para Paris mais duas vezes. Em 1932 regressa a Portugal e casa (a sua primeira mulher morreu em 1927) com Jerónima Dantas Machado, filha de Bernardino Machado, o presidente da República deposto por Sidónio Pais.

Em 1933, o conjunto de novelas As Três Mulheres de Sansão (1932) recebe o Prémio Ricardo Malheiros, da Academia das Ciências de Lisboa, da qual em 1935 é eleito sócio correspondente e se tornará sócio efetivo em 1957. Pertence ao grupo de fundadores da Sociedade Portuguesa de Escritores, sendo o seu primeiro presidente (1956).

O seu nome foi proposto para o prémio Nobel da Literatura.

Das suas obras destacam-se: Jardim das Tormentas (contos, 1915), Terras do Demo (1919), Malhadinhas, primeiro inserido no volume de novelas Estrada de Santiago (1922), depois em edição independente (1949), Andam Faunos pelos Bosques (1926), A Casa Grande de Romarigães (1957), Quando os Lobos Uivam (1958), entre outros.

.

.

.

Pode conhecer melhor a vida e obra de Aquilino Ribeiro aqui.

Pode conhecer melhor Fernando Namora no Fascínio da Fotografia aqui e Victor Palla aqui.

.

.

.