MARI GEMMA, CÉU DE URUCUM
Integrou a 10.ª edição do iNstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes, 2023.
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u·ru·cum
(tupi uru’ku)
nome masculino
1. [Botânica] Árvore (Bixa orellana) da família das bixáceas, encontrada na América tropical, cuja semente é revestida de uma polpa avermelhada. = URUCUEIRO, URURU
2. [Botânica] Fruto dessa árvore.
3. [Botânica] Substância que reveste as sementes desse fruto, usada no fabrico de corantes amarelos e vermelhos.
Sinónimo Geral: URUCU
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Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, aqui [consultado em 22-05-2023].
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Céu de urucum. Céu de vermelho e amarelo. Céu de fogo.
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Escreve Mari Gemma:
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Este projeto iniciou após o dia 10 agosto de 2019, o “Dia do Fogo”, quando a floresta amazônica foi incendiada, intencionalmente, por produtores rurais. Realizei o vídeo-performance “O futuro é um buraco no muro” como uma forma de expressar minha impotência. Um ano após, 5% dos culpados haviam sido punidos e a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado, biomas presentes em Mato Grosso, foram novamente devastados pelo fogo. A cidade de Cuiabá, capital do Estado e centro geodésico da América do Sul, onde vivo há mais de 30 anos, tornou-se uma ilha circundada por fogo. Presenciei a vegetação ser inflamada criminosamente. Uma ideia de extinção pegando fogo e meu corpo com medo doía frente a morte do corpo floresta.
Durante o período das queimadas, fui ao Cerrado, no trajeto realizado pela Expedição Langsdorf (1827) e Hercules Florence (inventor da fotografia), que registaram a exuberante biodiversidade e geografia local. Após quase duzentos anos, percorrendo o mesmo caminho, fotografei as intervenções na natureza, realizei autorretratos e vídeo-performances, nos meses de agosto e setembro de cada ano, quando ocorrem o maior número de incêndios florestais.
O Cerrado inflamado, mostra o céu em tons vermelhos Urucum, espécie nativa medicinal, utilizada pelos índios e na culinária regional. Esta cor representa um sintoma desta doentia gestão ambiental, que privilegia o agronegócio e a mineração, em detrimento da sustentabilidade e justiça socioambiental, tão necessária ao Brasil e ao mundo. Em 2022, ainda queimamos nossas florestas, anunciando o funeral da nossa humanidade, resultado desta modernidade desenvolvimentista da qual somos vítimas e algozes.
Este trabalho foi selecionado em primeiro lugar na categoria multimídia no Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre 2022 (FestFoto POA)
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Mari Gemma, Céu de Urucum
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António Bracons, Aspetos da exposição, 2023
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A exposição de Mari Gemma, “Céu de Urucum”, integrada na 10.ª edição do iNstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes, esteve patente no salão dos Bombeiros Voluntários de Avintes, na R. 5 de Outubro, 4093, de 29 de abril a 31 de maio de 2023.
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Mari Gemma. Artista visual desde 2016 quando aos 53 anos se iniciou na fotografia. Vive em Cuiabá (Brasil) onde desenvolveu um olhar que define ser ‘biopsicosócioambiental’ e que permeia sua produção artística. Antes, Farmacêutica Industrial, Mestre em Saúde e Ambiente, passou a frequentar cursos livres e tornar-se imagética. Atualmente, tem desenvolvido trabalhos com autorretratos e fotoperformance que abordam o ecofeminismo e os aspectos ligados à invisibilidade social da mulher, às pressões estéticas contemporâneas e à degradação ambiental.
Recebeu vários prémios: Primeiro lugar na categoria multimídia do FESTFOTO POA 2022; Primeiro lugar Feminist Photography ContestPERSPEKTIV_A 2022, Áustria; Segundo lugar no Certamen Internacional de Artes Visuales Huell Arts Digital 2021, Espanha; Prêmio MTARTES 2021 ArtesVisuais. Realizou exposições individuais e coletivas, nacionais e internacionais: Festival Hercule Florence (2021), Foto em Pauta Tiradentes (2020), Bienal Black Brasil Art. Mulheres (in)visíveis (2019), Festival Internacional FestFoto Bolívia (2018) e FestFoto Porto Alegre (2018). Publicou em revistas e livros. Foi selecionada em editais Estadual e Municipal para desenvolver projetos com mostras fotográficas e instalações. Integra o Coletivo Literário Maria Taquara, neste último com foco na produção de poesia visual.
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Pode conhecer mais sobre a obra de Mari Gemma, aqui.
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Mais informação sobre o Festival iNstantes aqui.
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Cortesia: iNstantes.
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