MANOEL DE OLIVEIRA FOTÓGRAFO

Fundação Calouste Gulbenkian, de 29 de outubro de 2021 a 17 de janeiro de 2022.

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No Átrio da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian pode ser vista a exposição “Manoel de Oliveira Fotógrafo”, composta por mais de cem fotografias – algumas ‘vintage’, impressões de época, nalguns casos, várias variações de uma mesma imagem – outras, impressões atuais a partir da digitalização dos negativos originais.

O tema comum é o Douro, como diria Maria do Carmo Serén numa conversa a propósito da exposição, promovida por Serralves: todas as fotografias são no ambiente do Douro.

Para além das fotografias, em diversas vitrines são apresentados diversos livros e catálogos da coleção pessoal do cineasta, como o “Photograms of the Year” de 1930 e 1932, ou os catálogos dos 3.º, 5.º, 6.º, 7.º e 8.º Salões Internacionais de Arte Fotográfica, promovidos pelo Grémio Português de Fotografia, alguns com referência ao fotógrafo, bem como a sua Leica e respetiva mala, uma tabela de exposições datilografada e anotada, o envelope, as fotografias e uma madeixa do cabelo de “Angélica”, diversos fragmentos de filme e provas de contacto (réplicas), alguns desenhos e estudos, o manuscrito de “O Saltimbanco”, de outubro de 1944, entre outra vária e muito interessante documentação. “Todas as fotografias [e objetos] expostas pertencem ao Acervo de Manoel de Oliveira, Casa do Cinema Manoel de Oliveira – Fundação de Serralves, Porto.”

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Manoel de Oliveira, Autorretrato, c. 1940. Gelatina e sais de prata. – Sem título, c. 1944.# – Sem título, n/d.# – Sem título, n/d.# – Sem título, n/d. Gelatina e sais de prata. – Sem título (retrato de Maria Isabel Carvalhais), c. 1939.# – Sem título, n/d. Impressão a jato de tinta a partir de digitalização de positivo. Gelatina e sais prata sobre papel, 17,7 x 23,7 cm – Sem título (retrato de Maria Isabel Carvalhais), c. 1939.#

# – Impressão a jato de tinta a partir de digitalização de negativo. Película acetato de celulose, p/b.

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A abrir a exposição, lemos:

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As mais de cem fotografias que compõem a exposição Manoel de Oliveira Fotógrafo são uma das grandes surpresas que o arquivo pessoal do realizador, integralmente depositado em Serralves, reservava. Produzidas entre finais de 1930 e meados dos anos 1950, estas imagens, guardadas durante várias décadas e na sua maioria inéditas, revelam uma faceta desconhecida de Oliveira e abrem novas perspetivas sobre a evolução da sua obra.

A passagem de Manoel de Oliveira pela imagem estática é uma etapa determinante do seu percurso como cineasta. Em diálogo tanto com o pictorialismo como com o construtivismo e com as experiências da Bauhaus, as suas fotografias estão a meio caminho entre a exploração dos valores clássicos da composição e o espírito modernista que animou toda a primeira fase da sua produção cinematográfica.

As imagens que agora se apresentam na Fundação Calouste Gulbenkian adicionam, certamente, um novo capítulo à história da fotografia portuguesa dos anos 1940. Mas elas constituem, também, um precioso instrumento para enquadrar o modo como Manoel de Oliveira passa a assegurar, durante um período de dez anos, a direção de fotografia dos seus próprios filmes, bem como para contextualizar, numa perspetiva mais ampla, o rigor de composição que carateriza o seu cinema. Olhando para estas imagens, não interessará muito saber onde começa o fotógrafo e onde acaba o cineasta. Importará, sim, questionar o modo como esta convivência entre dois modos de ver e de pensar se corporiza na obra de Manoel de Oliveira.

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António Bracons, Aspetos da exposição, 2021.

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Depois de apresentada no Porto, na Fundação de Serralves, Fundação de Serralves de 23 de outubro de 2020 a 27 de junho de 2021 (inicialmente até 18 de abril), a exposição Manoel de Oliveira Fotógrafo pode ser vista em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, de 29 de outubro de 2021 a 17 de janeiro de 2022.

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Catálogo da exposição, capa.

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Sobre o catálogo da exposição editado pela Fundação de Serralves, nota biográfica de Manoel de Oliveira e diversas conversas em torno da exposição, no FF, aqui.

Sobre a exposição na FCG, aqui e em Serralves, aqui.

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