EVERYDAYCOVID. DIÁRIOS FOTOGRÁFICOS EM ESTADO DE EMERGÊNCIA, 2020

1 de Março de 2021

Há um ano (02.03.2020) confirmou-se o primeiro caso de COVD-19 em Portugal.

everydaycovid. Diários fotográficos em estado de emergência

Fotografia: Adelino Meireles, Adriano Miranda, Álvaro Isidoro, Álvaro Miranda, Ana Brigida, André Dias Nobre, André Gouveia, Angelo Lucas, António Araújo, António Azevedo, Artur Cabral, Bruno Gonçalves, Bruno Colaço, Carlos A. Costa, Carlos Pimentel, Carlos Pinota, Carlos Santos, Dinorah, Diogo Batista, Filipe Amorim, Flávio Alberto, Gonçalo Borges Dias, Gonçalo Delgado, Gonçalo Lobo Pinheiro, Gonçalo Villaverde, Hugo David, Hugo Delgado, Humberto Magro, Igor Martins, Indio Nelson, João Carlos, João Cortesão, João Ferreira Figueiredo, João Matias, João Pedro Almeida, João Pedro Domingos, João Porfírio, João Silva, João Vieira, José Carlos Carvalho, José Oliveira, José Sena Goulão, Kenton Thatcher, Lino Borges, Luis Filipe Catarino, Luis Filipe Coito, Luís Manuel Neves, Luis Vieira, Magda Rodrigues, Manuel Manso, Manuel Martins, Marcos Sobral, Maria João Gala, Martin Henrik, Miguel A. Lopes, Miguel Esteves, Miguel Figueiredo Lopes, Miguel Manso, Miguel Pereira, Natacha Cardoso, Natércia Machado, Nuno André Ferreira, Nuno Ferreira Santos, Nuno Fox, Nuno Pinto Fernandes, Nuno Silva e Pinto, Octávio Passos, Paulo Pimenta, Pedro Correia, Pedro Noel da Luz, Pedro Rocha, Rafael Lomba, Reinaldo Rodrigues, Ricardo Almeida, Rodrigo Cabrita, Rui Duarte Silva, Rui Gaudêncio, Rui Miguel Pedrosa, Rui Minderico, Rui Oliveira, Rui Soares, Samuel J. Rodrigues, Sara Matos, Tiago Maya, Tiago Miranda, Timothy Lima, Vitor Mota

Prefácio: Marcelo Rebelo de Sousa / Curadores: André Dias Nobre, Ângelo Lucas, Gonçalo Borges Dias, Gonçalo Delgado, Miguel A. Lopes, Rui Miguel Pedrosa, Rui Soares / Coordenação: Aurora Diogo

Porto: Gráficos Associados / Dezembro . 2020

Português (escrito e Braille, introdução) / 24,6 x 32,8 cm / não numerada

Cartonado

ISBN: 9789893310366

A 2 de março de 2020 confirmam-se os primeiros 4 casos de COVID-19 em Portugal. A 15 de março, registavam-se os primeiros 2 casos recuperados e a 17 o primeiro óbito.

A 16 de março, dia em que foi decretado o primeiro estado de emergência, quando se totalizavam 331 casos confirmados e 3 recuperados, começou este projeto, EVERYDAY COVID, que se prolongou até 13 de junho, data em que os casos confirmados eram já 34.463, 22.438 os recuperados e 1.512 óbitos.

Ao longo destes quase 3 meses, uma equipa de fotógrafos criou e dinamizou uma página no Instagram: @everydaycovid.

É dessa página que selecionaram um conjunto de fotografias, entre imagens individuais e séries, de 87 fotógrafos, que ilustram nas múltiplas facetas a vivência do país em confinamento: nos hospitais, em família, as relações de vizinhança e de ajuda, um quotidiano de máscara e cuidados redobrados, comércios na quase totalidade encerrados, cidades desertas… Um pouco como hoje, em estado de emergência renovado.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, escreve, a abrir:

Pediram-me os autores desta obra umas palavras sobre este seu trabalho único acerca de uma situação singular na vida de todos nós.
Aqui ficam duas palavras, bem merecidas.
A primeira, para agradecer o que foi uma aventura, também para eles fotógrafos, tão ingrata quanto uma coisa é retratar a realidade individual e coletiva de toda uma sociedade atingida pela pandemia, outra é chegar ao âmago dessa realidade – um vírus tão imprevisível quanto traiçoeiro, tão silencioso quanto brutal nos seus efeitos psicológicos, económicos e sociais.
A segunda, para sublinhar o mérito acrescido de a obra ter sido concebida e concretizada na dependência da pandemia, isto é, antes do seu epílogo e do distanciamento histórico que ele, porventura, propiciará.
Mas o que fica dito só abona o enorme mérito do desafio qe os autores quiseram enfrentar, como é timbre dos grandes fotógrafos e dos grandes jornalistas.
Não apostaram no seguro, no confortável, no certo ou quase certo, antes gostaram de correr riscos de tempo e de modo.
O resultado corresponde a essa determinação e permanecerá como testemunho impressivo de um tempo que nenhum de nós jamais esquecerá.
Bem-hajam, também por isso!

Sobre o projeto, registam os organizadores:

A página no Instagram @everydaycovid, foi fundada pelos fotojornalistas Miguel A. Lopes e Gonçalo Borges Dias em Março [de 2020] . É um diário visual em que fotógrafos e fotojornalistas foram convidados a documentar os eventos e consequências relacionados com o fenómeno Covid-19.
Este conceito, de certa forma terapêutico, depressa ganhou contornos mais sérios, devido ao interesse de participação de mais de 100 fotógrafos portugueses espalhados por todo o país, incluindo ilhas, e pelo crescente número de seguidores da página — através das suas lentes, esses seguidores foram podendo acompanhar, de forma única, os vários cenários da pandemia.
Todos os dias, desde 16 de Março de 2020, foram publicadas centenas de fotografias de acontecimentos relacionados com o Covid-19, estruturados em vários formatos: reportagem, documental, retrato de sociedade e diários caseiros. O isolamento, o sentido de clausura, a nova realidade das máscaras, a dinâmica dentro dos hospitais, lares, desinfecções, momentos políticos e até funerais, são alguns dos temas retratados.
Diariamente, as imagens foram sendo selecionadas por um grupo de oito editores, uma verdadeira “task-force”, em formato de curadoria de grupo online: Miguel A. Lopes, Gonçalo Borges Dias, Ângelo Lucas, Gonçalo Delgado, Rui Soares, Rui Miguel Pedrosa, André Dias Nobre e João Pedro Almeida. O grupo reunia-se todas as noites, em videoconferência, para editar e escolher as fotografias a publicar, projectando também novas ideias para os dias seguintes.
Este diário fotográfico foi registado por profissionais que, na sua maioria, se encontram em situações de trabalho bastante precárias, espelhando bem o cenário que se vive hoje em dia no jornalismo nacional — um meio com futuro incerto e angustiante para quem faz dele profissão.
De notar ainda que todo este trabalho foi realizado sem qualquer incentivo financeiro, apenas motivado pela necessidade intrínseca de informar e registar, para memória, a luta e as respostas dos portugueses face à pandemia. Para que o futuro não esqueça.