ANTÓNIO LUÍS CAMPOS, CRÓNICAS DA ATLÂNTIDA
.
.
.

Convite
.
.
António Luís Campos (Coimbra, 1977), fotojornalista e fotógrafo de viagens, mostra em Crónicas da Atlântida 37 fotografias das 9 ilhas açorianas, acompanhadas das pequenas histórias associadas a cada uma das imagens.
.
.
.
António Luís Campos, Crónicas da Atlântida
.
.
.
Sobre o projeto, partilha no seu blog a 14.02.2016:
Ao fim de dois anos de trabalho de campo e mais de uma dezena de viagens ao arquipélago, completei a captação de conteúdos para o projecto. É um momento de reflexão, de parar para olhar para a jornada até aqui vivida e, após essa pausa, de forças retemperadas, olhar para a segunda fase, tão ou mais importante: a comunicação deste projecto e a produção dos seus outputs.
Nos últimos nove meses – de Maio de 2015 a Janeiro de 2016 – a página do projecto foi sendo completada diariamente, ilha por ilha, da maior para a mais pequena, de Oriente para Ocidente. São 276 fotos no total, que têm como objectivo espelhar a minha perspectiva pessoal do quotidiano de cada uma das ilhas, mostrando aquilo que um viajante curioso pode encontrar nos Açores.
Para além das paisagens deslumbrantes, cenário de um argumento filmado em câmara lenta, a ritmo próprio, as suas gentes são os actores principais, foco da minha atenção, admiração e respeito. E foi nelas, em quase sofrimento por secundarizar voluntariamente o entorno, mas mantendo-o debaixo de olho, como pano de fundo significante, que a minha objectiva se focou. Só eu conheço a riqueza interior que deste arquipélago trouxe! Procurei que tais experiências humanas, pessoais e emocionais transparecessem para o registo documental que lá me levou. Que as fotografias, com toda a sua frieza bidimensional, ganhassem vida por artes mágicas e transmitissem ao espectador pelo menos uma parte do que vivi! Sinto-me um privilegiado – pelo que senti, pelo que vi, pelas portas que me foram abertas, pelas horas de conversas, por vezes silenciosas, que me foram ofertadas. Foram viagens em carrinha de caixa aberta, face ao vento, a ouvir estórias de baleeiros! Foram saídas para o Atlântico em frágeis cascas de nós a quem os pescadores chamam casa! Foram jornadas a vindimar de costas contorcidas, a arrebanhar manadas de vacas por encostas íngremes, a feirar sob copiosa chuvada, tardadas a correr à frente de touros, caminhadas em busca de burros autóctones, lancharadas de porco no espeto para comemorar sucessos de outrem e rezar por futuros alheios… E tanto, tanto, tanto mais! Cada ilha com as suas particularidades, cada calhau, como alguns lhes chamam, com uma alma comum, uma açoreanidade que alguns não vêm, outros muito discutem, mas que se sente, se entranha a cada chegada, a cada partida!
Sinto os Açores como minha casa. Minha segunda casa. Em cada ilha poderei regressar e ser acolhido por sorrisos conhecidos. Já antes tinha visitado as nove ilhas. Regressei a todas. Regressarei. Como quem regressa a um lar há muito abandonado. Há muitas vidas atrás…
… E para que dúvidas não restem, hoje, neste dia que alguém disse ser dos namorados, renovo a declaração de amor a este território tão peculiar, que há 25 anos trago no coração…
Adoro-vos, Açores!
.
.

Folheto da exposição
.
.
Crónicas da Atlântida de António Luís Campos, foi possível graças ao apoio da Bolsa de Exploração Nomad e da National Geographic Portugal e esteve patente ao público de 6 de Maio a 5 de Junho de 2016 na LxFactory, e apresenta-se no Museu Municipal de Coimbra, Edifício Chiado, na R. Ferreira Borges, de 29 de Janeiro a 19 de Março 2017.
.
.
António Bracons, Aspetos da exposição, 2017
.
.
.
Pode conhecer mais sobre o autor aqui.
.
.
.
Pingback: AGENDA . JANEIRO – MARÇO 2017 | FASCÍNIO DA FOTOGRAFIA
Pingback: AGENDA . CONVOCATÓRIAS E EVENTOS . OUTUBRO – DEZEMBRO 2018 | FASCÍNIO DA FOTOGRAFIA
Pingback: AGENDA . EXPOSIÇÕES . OUTUBRO – DEZEMBRO . 2018 | FASCÍNIO DA FOTOGRAFIA